Crianças Perdidas

Part 4 Uma noite no inferno

 Já era noite e Daniel mais uma vez foi fazer seus programas na estação, as horas foi passando e nada de seus clientes aparecerem, ele percorreu pelo cais e depois foi para o parapeito e nada de programas, as horas ia se arrastando e ele começou a ficar realmente preocupado, queria ir embora, mas não tinha dinheiro nem para poder pagar a passagem do ônibus e a pé não havia condições físicas de percorrer tamanha distância, ele então decidiu caminhar um pouco, quem sabe assim conseguia salvar aquela noite, ele passou de frente a uma badalada boate onde dois garotos o chamaram.

__ Ei quanto que é o programa? __ perguntou um deles.

__ São cinco reais, mas se for os dois, ai é mais caro __ respondeu Daniel se aproximando da janela do carro.

__ Quanto? __ insistiu o rapaz.

__ Vinte reais __ respondeu Daniel após pensar um pouco.

__ Entra ai __ Daniel não pensou duas vezes e entrou no carro, ele nunca tinha feito um programa duplo, e nem mesmo havia atendido um cliente tão bonito em toda a sua vida.

Eles rodaram de carro por alguns minutos, os garotos lhe ofereceram uma cerveja que Daniel aceitou de imediato, eles pararam o carro em uma rua deserta e mal iluminada, um dos rapazes abaixou as calças e Daniel mais que depressa começou a chupa-lo enquanto seu amigo levantou seu vestido até a cintura e o penetrou de uma só vez, eles ainda escutaram Daniel gemer, mas logo mudaram bruscamente seu comportamento, um deles o agarrou pelo pescoço e começou a enforca-lo enquanto o outro começou a bater em seu rosto. Daniel ainda tentou escapar, mas era muito fraco perto de seus agressores, eles o dominaram e começou um ritual de sadomasoquismo onde misturavam sexo com agressão, eles não tiveram nem um pouco de piedade dele e enfiaram tudo que viam pele frente em seu ânus, tudo desde uma garrafa de cerveja e até mesmo seus pênis os dois de uma só vez, Daniel gritava de dor, mas ninguém o escutava.

A sessão de tortura durou horas e mais horas, quando os garotos terminaram eles o espancaram até que perdesse a consciência, eles o abandonaram em um beco e partiram sem se importarem se o pobre garoto estivesse vivo ou morto.

Daniel foi encontrado por uma velha senhora que fazia caminhada pela manhã, ela achou que o garoto estava morto, chamou a polícia que não demorou a chegar, quando perceberam que ele ainda respirava e chamou uma ambulância que o levou para o hospital.

Daniel acordou no hospital, sua mãe já estava ao seu lado, ela estava aflita, as lágrimas escorriam de seus olhos.

__ Graças a Deus você acordou __ soluçou ela.

__ Onde eu estou? __ perguntou o garoto.

__ Você está no hospital meu querido __ soluçou dona Maria que foi interrompida por dois homens que entraram na enfermaria.

__ Bom dia __ cumprimentou um deles __ eu sou o detetive Oliveira e esse e meu parceiro o detetive Camargo.

__ E o que vocês querem aqui? __ perguntou dona Maria com ar de aflição.

__ Viemos conversar com vocês __ respondeu Oliveira.

__ Por acaso vocês pegaram os desgraçados que fizeram isso com meu filho?

__ Sim pegamos __ respondeu o detetive Camargo.

__ Espero que eles apodreçam na cadeia __ interrompeu Daniel.

__ Infelizmente as coisas não são tão simples assim __ interrompeu Oliveira __ eles são de famílias influentes e poderosas, um deles é filho de um deputado federal o qual estou proibido de falar o nome.

__ Eu não entendo __ suspirou dona Maria do Socorro __ o que vocês vieram fazer aqui então.

__ Viemos pedir para que vocês não deem parte na polícia.

__ E porque vocês acham que nós não faríamos isso? __ dona Maria do Socorro parecia furiosa.

__ Eu queria lembrar a senhora em que circunstância que seu filho foi encontrado __ Começou o detetive Camargo __ prostituição infantil é crime e nós sabemos que a senhora tem ciências das atividades de seu filho e é conivente a isso, eu não quero ser rude, mas se a senhora insistir em levar esse caso a sério nós teremos que prende-la e se isso realmente acontecer o que vai ser feito de seus filhos.

Dona Maria do Socorro não teve outra opção a não ser ceder e aceitar as condições dos policias que se propuseram a bancar com todos os remédios receitados pelos médicos.

Daniel ainda ficou internado por alguns dias, nesse meio tempo os médicos fizeram vários exames nele e lhe deram alta após concluir que sua saúde estava em mais perfeita ordem.