"Socorro!"

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Lois on
Se passou uma semana desde que tudo aquilo aconteceu, não recebi mais mensagens e também não percebi ninguém me seguindo...a não ser por aquele militar que entrou tarde da noite na lanchonete aquele dia, desde então ele sempre vem aqui a tarde pra tomar um café e comer um biscoito.
Não é de falar muito, o acho muito discreto e tímido...
-Quem e o bonitão ? -Ana me perguntou enquanto eu limpava umas mesas atrás dele
-Eu não sei...mas vem aqui todos os dias. -respondi sem muita interação com aquela, afinal todos rapazes que acho bonito ela logo trata de dar em cima
-Hum, vou lá levar um pouco mais de café, por conta da casa... -falou com aquela mesma cara de sempre, e foi logo se jogando pra ele, mas percebi que ele não aceitou o café e ela voltou com cara de tacho
-Esse aí deve ter mulher já! -falou como se o fato dele ser casado ou não fosse uma afronta
-Deve ser mesmo. -respondi e fui fazer outras coisas na lanchonete
Logo vi ele se aproximando do balcão que eu limpava
-Quem faz o café aqui de manhã ? -ele perguntou
-Ah...sou eu, sou a primeira a chegar aqui, então adianto um café logo. -respondi
-Porque ? É ruim ?
-Não, é muito bom! Você sabe fazer um bom café sem dúvida. -ele disse sorrindo
-Obrigada, em algo eu tenho que ser  boa! -falei rindo baixinho
-Não tenho dúvidas que você tem vários talentos... -ele disse e se levantou -Tenha uma boa tarde!
-Você também! -respondi e ele saiu, acho que eu posso ter o julgado errado aquele dia, ele não me parece ser uma pessoa ruim, acho que eu estava muito aterrorizada por conta de tudo...
[...]
"Você devia tomar mais cuidado" recebi essa mensagem quando saía da lanchonete, já passava das 00:30 eu não tinha nem pra onde ir se alguém estivesse ali pra me pegar, apenas apressei os passos até minha casa o mais rápido que pude, não sei o que fazer pra parar de receber esse tipo de SMS. Corri até minha casa, quando entrei logo fui trançando as portas do fundo e da sala.
-Graças a Deus eu cheguei! -falei respirando fundo escorada na porta, eu estava suada e nervosa pela correria e a mensagem.
Subi pro meu quarto, tomei um banho, jantei com minha mãe e deitei na sala, foi quando depois de um tempo, percebi que a casa estava com silêncio demais
-Mãe! Tá aí ? -falei andando pela casa, que infelizmente é grande demais pra duas pessoas só que chega assustar
Não ouvi resposta dela, mandei mensagem mas não recebia, comecei a sentir aquele medo de novo
-Não quero ter que descer lá -falei com a mão na testa, não queria descer até o porão porque as vezes ela podia estar lá fazendo alguma coisa
Desci...mas não a vi lá. Então comecei a me desesperar por não encontrá-la, depois daquela mensagem tudo me amedrontava e eu só queria ela perto de mim.
-Tira suas mãos de mim! -ouvi um grito e era minha mãe, subi correndo de volta e a vi amarrada numa cadeira na sala, com um homem apontando uma faca em seu rosto
Senti que não estava com um chão debaixo de mim, me deu uma sensação de desmaio...um medo tão forte, um pânico! Minha visão ficou escura enquanto ouvia aquele homem gritando sem parar
-O-o-o que é isso ? Solta minha mãe! Por favor! -gritei aos prantos
-Só solto ela, se você vim comigo! -outros dois homens encapuzados apareceram atrás de mim, mas não me tocaram
-Por-po-por favor! Eu te imploro solta minha mãe! Eu vou com você mas solta ela por favor! -eu não conseguia nem falar direito de tanto chorar desesperada, de ver minha mãe com uma fita na boca, amarrada numa cadeira.
-Decide sua vadia! Vai vim ou não ?
-Vou! Solta ela seu animal! -nisso ele derrubou minha mãe no chão e só vi um saco sendo colocado na minha cabeça...

John on

Sai da lanchonete e acho que estou me encantando por ela, é tão linda e simpática, com aquele cabelo cor de mel que realça ainda mais seus olhos verde claro...mas não posso me esquecer de qual é o meu dever aqui, protege-la .
Fui pra um local próximo e fiquei de olho o tempo inteiro, até o horário que ela saia pra ir embora...e nos poucos dias que estive lá no seu horário de trabalho, a vi ser assediada, humilhada e maltratada por clientes do local várias vezes, seu dia a dia não é fácil, e ainda tem muita coisa a aguardando...só queria que ela soubesse que tem alguém cuidando dela.

Trin trin trin
-alo senhor Evan...-nem pude concluir a frase
-3 homens invadiram a casa da Lois, você precisa ir até lá agora e tirar ela de lá! É uma ordem!
Imediatamente liguei o carro e fui em direção sua casa, ultrapassei todos os sinais vermelhos e placas de trânsito, nao posso deixar que peguem ela
Desçi do carro com arma em mãos...entrei pelos fundos e eu já podia ouvir os gritos do lado de dentro da casa...
-Socorro! Alguém me ajuda! -era Lois gritando, corri pra dentro da casa e vi dois homens colocando um capuz em sua cabeça
Ineditamente atirei no que estava na sua frente e no outro de trás, ela ficou atordoada e caiu no chão, e correu até uma mulher que estava lá também.
-Seu desgraçado! -um deles veio pra cima de mim mas consegui atirar e matá-lo.
-Lois! Lois! Você precisa vim comigo! Agora! -falei a segurando pelo braço e ela me olhou assustada e chorando
-Você ? Quem é você ? Pelo amor de Deus eu só quero ficar com ela...-ela disse chorando muito
-Lois! Eu estou aqui pra proteger você desses caras que vão vim muitos ainda atrás de você! Vem comigo te explico tudo no caminho...-quando ela ia se levantando e eu desamarrando aquela mulher no chão, entrou outro atirando pra todo lado, fui pra cima dele e depois de uns socos conseguir acerta-lo
-Vamos! Corra! -elas saíram correndo pelos fundos, entramos no meu carro e acelerei o carro como nunca fiz antes na vida
Ela estava no banco de trás chorando junto com quem eu imagino que é sua mãe, eu não sabia se olhava pra elas, ou se me concentrava no trânsito, ou se olhava ao meu redor esperando por uma retaliação
De repente ouvi um estrondo...

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