Contrato de proteção

"Estou aqui..."

Lois on
Acordei e fui abrindo os olhos aos poucos...eu sentia um sono tão forte...meus olhos pesavam e eu sentia dores por todo o corpo. Olhei ao meu redor e tinha um copo de água do meu lado, era um quarto de hospital...uma Tv pequena ligada no jornal da noite...e
-V-vo-você...-falei quase que sussurrando, era aquele mesmo homem que me ajudou...ele estava dormindo
Mas quando eu falei ele acordou num susto, e se levantou na hora da poltrona e veio até mim
-Lois...ei! -disse sorrindo
-O que aconteceu comigo? E cadê a minha mãe? Ela morreu ?-falei num to desesperado, eu só me lembro de um clarão na minha direção, e de gritar e tentar segurar ela perto de mim no carro
-Calma...-segurou minha mão -Sua mãe esta acordada, na sala atrás da sua, já se alimentou, ela está bem! E você também está! Nos três sofremos um acidente de carro, eu só tive alguns arranhões, sua mãe também é você por estar do lado da janela quebrou o braço esquerdo...mas os médicos já te deram os remédios e engessaram  o braço. -ele falou e eu pude sentir a tranquilidade  entrar dentro de mim por saber que minha mãe está bem. Olhei e realmente meu braço estava em um apoio e engessado.
Ele olhava pra mim com um sorriso tímido, e eu só queria entender quem ele é.
-Por favor...me fala quem é você. -eu pedi, meio sem voz e ele respirou fundo e se sentou do meu lado
-Lois...você precisa descansar do acidente primeiro, saindo daqui eu prometo te contar tudo que aconteceu com você. -ele disse e eu tentei me sentar na cama, então ele foi e me ajudou com os travesseiros
-Mas como que eu vou esperar pra saber isso, homens entraram na minha casa...amarraram minha mãe, me prenderam iam me levar nem sei pra onde...aí você chegou me salvou mas teve esse acidente e...eu não sei o que pensar -eu não conseguia nem falar sem me sentir com medo, aquele homem podia ser um louco, um psicopata qualquer pessoas ruim como os outros, ele me olhava como se quisesse me explicar mas algo o impedia.
-Lois, então vou contar tudo pra você. Eu não queria que fosse aqui...desse jeito mas...-ele disse e se levantou até ficar de frente pra cama, foi até a porta  e a fechou.
-Meu nome é John Triton, eu sou um ex fuzileiro dos Estados Unidos, e eu fui contratado pra proteger você. -meus olhos arregalaram
Que ele era militar eu já imaginava pela farda que usava aquele dia, mas contratado pra me proteger ?
-Me proteger...daquelas pessoas ?
-Sim. Deles e de muitos outros que podem aparecer...Lois, você está numa situação complicada por causa dos erros do...-ele relutou em terminar a frase
-Do meu pai ? Ele voltou? -o interrompi, comecei a ligar cada coisa, cada acontecimento, aquela ligação estranha...era ele
-Sim. O seu pai ele se envolveu com pessoas perigosas, e em crimes que nem se eu ficar aqui a noite toda consigo contar. Sao essas pessoas que ele deve é que não gostam dele, que descobriram que ele tinha uma filha, vasculharam toda sua vida, sabem até quantos fios de cabelo você tem e não vão parar até que seu pai sinta pelo que fez a eles. -eu me senti sem chão! Meu pai me deixou a mais de 10 anos, e agora volta e essas pessoas vem atrás de mim...
-Meu Deus! -Coloquei uma mão na minha cabeça, eu sentia as coisas girarem ao meu redor. Tem pessoas fora desse hospital querendo me matar me faz mal por culpa de erros do passado dele... e agora ? Eu só conseguia pensar em como seria minha vida de agora em diante
-E o que eu faço agora? Vou fugir? Pra onde eu tenho que ir?
-Seu pai deixou tudo pronto, uma casa nova e afastada aqui...me deu dinheiro, cartões, carro tudo pra garantir sua segurança. -ele disse com a voz firme, com uma postura de um verdadeiro militar com as mãos na sua frente entrelaçadas.
Eu olhava pra ele sem saber o que falar...queria dizer tanta coisa mas ao mesmo tempo nada saia
-Eu não sei o que dizer, e...Como posso acreditar que você está falando a verdade ?
-Ele sentou perto de mim, e tirou do seu bolso documentos, mostrou as mensagens que trocou com meu pai no wathsapp, e da mochila tirou  uma coisa que não poderia ser falsificada...a assinatura dele na minha certidão de nascimento que eu havia perdido quando ele foi embora, ainda tinha um adesivo que eu coloquei quando criança. Era um adesivo que eu e ele tínhamos feito em uma papelaria...
-Ele disse que você iria acreditar se visse isso...-e me entregou aquela certidão...senti as lágrimas descerem no meu rosto quase que involuntariamente.
-Como vai ser daqui pra frente? -perguntei enxugando meu rosto
-Preciso que você confie em mim, eu vou proteger você, essas pessoas não vão te pegar! -ele disse e segurou minha mão com firmeza e ao mesmo tempo carinho, eu vi tanta verdade naquele olhar como não via a tempos.
-Você se recupera, nos saímos daqui e vamos ficar em um lugar seguro até tudo se resolver. -ele disse e eu apenas assenti que sim com a cabeça e fiquei olhando tudo que ele me mostrou...
John me passava segurança...ele tem uma voz forte e firme, e ele tinha um olhar tão bom pra mim... o tempo todo que ficamos no quarto, ele estava cuidando de tudo.
Nos mínimos detalhes...como preocupado em saber se o travesseiro estava confortável. Eu nem sabia o que falar porque ele estava realmente querendo que eu ficasse bem logo.
E não posso negar que não reparei no quanto ele é bonito e atraente...com aqueles braços da grossura da minha coxa, um físico de um verdadeiro fuzileiro...
-John...é...você precisa descansar também. Imagino que fazer tudo que está fazendo por mim aqui nessas últimas horas não esteja no contrato. -falei depois que ele me trouxe uma bandeja com frutas e a comida do hospital. Ele sorriu pra mim e se sentou na cadeira ao meu lado e me disse: -Não está sendo trabalho nenhum fazer tudo isso...-ele falou e eu senti minha bochechas ficarem vermelhas na hora e ele riu baixinho
Me ajudou a levantar, tomar os remédios, ver minha mãe e foi me explicando tudo ao poucos, minha mãe e eu ficamos tão surpresas com tudo. Meu pai está de volta...mas não da maneira que eu queria.