Nina Petrov
Dom chamou a vendedora e explicou que precisávamos de roupas, ela prontamente começou a pegar algumas roupas, blusas, shorts e vestidos, me levou até o provador e começou a me entregar. Dom puxou um puff para o corredor provador e ficou sentado do lado de fora me olhando. Ele tinha treze anos e eu quase onze. E ele estava me ajudando a escolher roupas, eu sempre fazia isso com a minha mãe e agora eu tinha Dom.
Ele estava sentado no puff tomando sorvete enquanto o motorista estava na porta, Alice estava passando as mãos pelas roupas enquanto falava ao telefone. Nessa loja tinha roupa para crianças e adultos, mas acredito que Alice não iria comprar roupas parecidas ou iguais as minhas.
Coloquei o primeiro vestido, ele era florido com o fundo laranja, fiquei me olhando no espelho, o vestido era lindo, um tecido gostoso e leve. Percebi que a vendedora estava na porta me esperando, mas para falar a verdade eu estava morrendo de vergonha de sair do provador. Eu não me sentia pertencente aquela roupa. Me sentia uma boba.
-Quer ajuda princesa? - A vendedora me perguntava em um tom gentil.
Estava na hora de sair, eu respirei fundo, me olhei no espelho outra vez. Estava muito insegura, mas se tratando dessa família eu sempre estava insegura, sempre foi assim. Respirei fundo e sai, muito envergonhada, olhando para o chão. Antes que eu pudesse falar algo, Dom deu sua sentença.
-Ficou lindo Nina. Vai levar esse. - Ele fala sorrindo.
-Achou mesmo Dom? - Eu pergunto olhando na direção dele.
-Que lindos. São Namoradinhos? - A vendedora pergunta animada.
-Não... - Dom ri. - Ela é minha irmã. - A vendedora olha sem graça.
Eu entro na cabine e coloco um conjunto, eu tinha gostado, mas não sei se usaria os dois juntos. Saio novamente da cabine, Dom continua com a mesma empolgação, eu sinto sinceridade na voz dele. Olho rápido para Alice e ela termina uma ligação, mas já começa outra. Olho para o motorista na porta, ele estava olhando para o lado de fora da loja, e então me olha rápido, sorri e faz um sinal de positivo com as mãos. Eu sorrio de volta, vou andando em direção a porta da cabine.
-Qual o nome do Motorista? - Pergunto em tom baixo.
-Mike. - Dom responde terminando o sorvete. - Mas ele não é motorista. É nosso segurança. No pais dele se chama Capo, eu acho, é assim que chamam no país dele. - Ele fala e limpa as mãos em um guardanapo.
-Corremos perigo? - Pergunto curiosa e um pouco assutada.
-Não. Mas meu pai pede sempre pra sair com ele. - Dom fala enquanto joga o papel em uma lixeira perto do caixa.
Eu volto para o provador e repetimos isso mais algumas vezes. Dom pediu mais roupas, Alice continuou ao telefone e Mike ficava na porta, em alguns momentos vigiando fora da loja em outros nos olhava. Ele era moreno, alto, com o cabelo curto e escuro, tinha uma cicatriz leve na sobrancelha, parecia ser um pouco mais novo que meu pai e Alice. Usava um terno escuro e acho que pude ver uma arma na cintura dele quando ele estava dirigindo.
Depois de alguns longos minutos nos terminamos. Dom chamou a Alice, ela fez um sinal com a mão pedindo para esperar um pouco. A vendedora começou a dobrar as roupas e separar o que eu tinha gostado. Quando ela acabou, eu me dei conta de que tinha muitas roupas. Eu não sabia se meu pai teria dinheiro para tudo isso e se Alice me deixaria levar tudo, então fiquei olhando o que eu mais tinha gostado, mentalmente separei duas peças. Alice terminou a ligação, se aproximou do caixa e finalmente cumprimentou a vendedora.
-Foram essas que você gostou? - Ela me olhou seria.
-Sim Alice. - Eu respondi sem olhar nos olhos dela.
-Então pode embrulhar tudo. - Ela falou no mesmo tom para a vendedora.
-Posso tirar algumas se quiser. - Falo envergonhada.
-Não será necessário. - Ela continua firme.
A vendedora percebe o tom dela, e chama outra pessoa para ajudar. Enquanto uma passa as etiquetas no aparelho de código de barras, a outra dobra e coloca na sacola. Elas fazem o mais rápido possível, enquanto Alice digita mensagens no celular. Elas terminam e avisam a Alice, que rapidamente pega o cartão de credito sem ouvir o valor e informa que será pago em debito. Eu não sei o valor que deu. Mas sem dúvidas foi muito caro.
Quando terminamos o pagamento, Mike veio ao nosso encontro, pegou as bolsas no caixa e caminhou atrás da gente até o final da loja. Tudo se repetiu em mais três ou quatro lojas. Eu escolhendo roupas e morrendo de vergonha de experimentar, Dom sentado me vendo com cada roupa e dando a opinião dele, Alice ao telefone e Mike na porta vigiando. Ao final Alice pagava sem perguntar o preço e Mike carregava as sacolas. Compramos roupas de sair, roupas de ficar em casa, biquini, roupas intimas, sapatos. Eu não aguentava mais. E estava nervosa por ver tanta roupa.
-Mãe quero mais um sorvete. - Dom pedia enquanto Alice estava no telefone.
Ela abriu a carteira, deu o cartão para Dom, que saiu correndo para a fila me segurando pela mão, não deveriam aceitar uma criança, ele tinha treze anos. Com um cartão na mão. Mas ele era conhecido no lugar, a mulher do caixa sorriu pra ele e perguntou se seria o de sempre.
-Sim. Mas hoje tem a minha irmã também. - Ele sorriu pra mim. - Vai querer qual?
-Eu não sei se posso. Não perguntei a Alice. - Respondi olhando para o chão.
-É claro que pode. Aqui tem dinheiro do nosso pai. Qual sabor você quer? - Ele insistiu.
-Não quero sorvete. Obrigada Dom. - Respondi e ele ficou sério.
-Pode pedir Nina. É o nosso dinheiro. - Ele tentou me convencer.
-Não. Obrigada. Em casa eu como. - Falei e fui andando em direção a Mike.
-Não toma sorvete? - Ele me perguntou sério.
-Não quero. - Respondi olhando Dom na fila.
-Não quer ou tem vergonha de pedir? - Ele insistiu – Nunca vi criança que não gosta de sorvete. E nessa loja tem vários sabores.
-Não sei se posso. Não pedi a Alice, e não quero atrapalhar a ligação. - Falo com vergonha.
-O dinheiro é de vocês. Esse cartão é pra isso. Sei que não deve estar acostumada. Mas sua vida agora é essa. Muito bom que você não queira gostar todo o dinheiro do seu pai. Mas aproveite um pouco também. - Ele fala enquanto observa Dom e Alice.
-Porque você usa uma arma? - Pergunto para mudar de assunto.
-Para proteger vocês. - Ele fala sério.
-Estamos em perigo? - Pergunto e ele para ele nos olhos.
-Sua casa pegou fogo. Estamos? - Ele joga a pergunta pra mim me olhando nos olhos.
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Então conto com a ajuda de vocês para continuar lendo lá. O segundo livro vai estar completo na plataforma Dreame.
Venha continuar acompanhando Nina Petrova.
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O começo Do Fim
ChickLitO que contar da minha história? Eu fui fruto de um relacionamento proibido, uma traição. E depois de alguns anos perdi minha mãe em um incêndio e tive que ir morar com meu pai e a família dele. Eu sempre fiz tudo para não criar problemas e agradar a...