Capítulo 4

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Nina Petrov

Subimos as escadas em silencio, eu apenas ia acompanhando Alice. A casa era realmente muito grande e com uma decoração linda. A escada era grande e branca, com um tapete preto lindo, que parecia ter sido feito para essa escada em questão.

Na ponta da escada tinha uma janela grande que dava toda a visão do jardim, e era lindo. Quando chegamos ao final da escada, entramos em um grande corredor com alguns quadros que eu não entendia muito bem as imagens.

Alice me levou até um quarto, abriu a porta. Ele era enorme e lindo. Tinha uma cama de casal, uma penteadeira com um espelho enorme, um tapete enorme, entramos no quarto e ela me mostrou um closet que tinha um banheiro. Meu quarto era do tamanho do banheiro ou um pouco menor.

-Bem... Pode tomar um banho aqui, fica com a mesma roupa. - Ela me olhou e viu que era uma camisola do hospital. - Vou ver se encontro algo do Dom para você.

Apenas confirmo com a cabeça e entro no banheiro, Alice sai do quarto e eu retiro a camisola, fico olhando para o espelho a queimadura em todo o meu ombro esquerdo. Não consigo me lembrar como isso aconteceu. Passo a mão por cima e sinto dor.

No banheiro fico olhando cada detalhe, o banheiro tinha um espelho enorme, um armário em baixo dele com uma pia linda. Abri as portas e tinha tolhas, produtos de higiene, ao lado um vaso, depois um box grande com um chuveiro lindo e de frente uma banheira enorme.

Fui andando até o box, e fiquei na ponta dos pés para tentar ligar o chuveiro, percebi que tinha dois registros, provavelmente uma para água quente e outro para água gelada, e eu nunca tinha visto isso, na minha casa tinha um registro só, então eu teria que tentar a sorte, e por causa da minha altura era difícil abrir. Depois de um tempo na ponta do pé, eu consegui abrir o chuveiro e deixei a água cair no meu corpo.

A água caiu de uma vez só no corpo, gelada, na verdade me congelando, eu dei um pulo e sai da direção da água. Tentei mexer no outro registro para esquentar a água e ela desceu primeiro esquentando a água gelada e depois derretendo a minha pele. Desliguei o chuveiro, me afastei da direção do chuveiro e fiquei olhando, pensando o que eu poderia fazer.

Escuto alguém bater na porta, e percebo que não tem nenhuma toalha pendurada ou próxima. Abro a porta do box rápido para sair, mas vejo a porta a abrir lentamente.
-Tem genteeee. - Falo em um tom mais alto um pouco nervosa.

-Nina... Sou eu... Alice. Posso entrar? - Ela fala em um tom calmo.

-Pode..., Mas estou sem toalha. - Ela termina de abrir a porta e entra.

Alice fecha a porta e me mostra algumas roupas de Dominic, produtos de higiene com shampoo, condicionador, sabonete líquido que era algo que eu nunca tinha usado. Fico desconfortável com a presença dela no banheiro, mas Alice agia de forma normal.

Ela me mostrou tudo, me entregou as roupas. E me ajudou a ligar a chuveiro. Disse que eu não precisava desligar, que ela ficaria no quarto me esperando para desligar. Isso me deixou extremamente desconfortável. Tomar banho na casa de alguém que não gosta de min, a pessoa me ver sem roupa e ficar me espera esperando para desligar o chuveiro.

Entrei em baixo da água e passei o sabonete rápido, lavei a cabeça o mais rápido possível, uma pena, porque os produtos tinham um cheiro maravilhoso. Me enxaguei o mais rápido que pude. Não queria gastar muito água e ficar muito tempo. Me enrolei na toalha e respirei fundo antes de chamar Alice.

-Terminei Ma.... - Era automático.

Parei antes que ela pudesse perceber, era automático avisar que tinha terminado do banho, não que eu precisasse de ajuda com o chuveiro, mas era só para avisar, ou quando eu precisava de alguma coisa, mas sem dúvidas ela não era a minha mãe.

Alice entra no chuveiro no banheiro, desliga o chuveiro e sai do quarto. Colo as roupas de Dom. Uma calça de moletom bem confortável e uma blusa branca de malha sem estampa. Sequei bem o cabelo e fui para o quarto. Alice me analisou dos pés à cabeça.

-Desculpe, foi o melhor que eu pude arrumar. - Ela me falou com sinceridade.

-Sem problemas. Não ficou tão ruim assim. - Tento sorrir. - Obrigada.

-Bem, vamos ao shopping. Você precisa de roupas, sapatos e algumas coisas. Vai ficar no escritório não podemos te colocar nos quartos de hospedes, sempre recebemos visitas, minha família mora longe. - Eu apenas confirmo com a cabeça. - Então vamos.

Ela me entrega uma sandália havaiana que provavelmente era do Dom, estava maior que meu pé. Mas era melhor que nada. Eu estava me sentindo desconfortável com a roupa. Mas não podia reclamar. A alguns minutos atrás eu estava com uma camisola de hospital.

Descemos até o primeiro andar de casa. Meu pai já tinha saído para trabalhar. Dom já estava arrumado sentado no sofá da sala esperando. Alice chamou a cozinheira e explicou o cardápio de hoje do jantar. Dom foi andando para o carro e o motorista já estava nos esperando.

O motorista implicou com Dom e ele entrou, eu não sabia o que fazer, então fiquei em pé ao lado do carro esperando. O motorista fez um sinal pra eu entrar e Dom começou a me chamar, olhei para trás e Alice estava chegando. Esperei a permissão para entrar no carro.

Ela chegou, conversou sobre os lugares que a gente visitaria e o que deveria ser feito. Ela fez um sinal para eu entrar no carro, eu entrei com a ajuda do motorista, ele passou o cinto de segurança e eu fiquei observando. Ele fez o mesmo com Dom, mas assim que ele fechou a porta Dom tirou o cinto e ficou me olhando rindo.

-Pode tirar se quiser. - Ele falou rindo.

-Não escuta o que ele fala não. Dom só faz besteira. - O motorista fala com um sotaque.

-Faço nada. Pode tirar o cinto. - Ele vem em minha direção.

-Faz merdinha da estrela. Vai começar. - O motorista fala e eu reconheço que o sotaque é italiano e Dom começa a rir.

Alice entra no carro falando ao telefone e Dom tenta a tirar meu cinto. Ela olha pelo espelho central e eu fico parada olhando. Ela tira o telefone do ouvido e fala com um sotaque espanhol.

-Solta a Nina. Deixa o cinto e coloca o seu agora. - Ela fala com sotaque.

O motorista da partida com o carro, e começamos nossa viagem, paramos no shopping e andamos para a primeira loja, estava nítido na cara da Alice que ela não estava gostando. Eu comecei a olhar as roupas. Mas estava sem graça. Alice estava sentada em um banco da loja falando ao telefone. O motorista ficou em pé na porta e Dom entrou na loja.

-Já escolheu as suas roupas? - Ele fala enquanto toma um sorvete.

-Não... Não sei o que comprar... - Falo olhando uma blusa.

-Quer ajuda? - Ele fica me olhando.
-Pode ser. - Balanço os ombros.

O começo Do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora