16.

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- O que é que aconteceu? - Pergunto imediatamente, correndo para a beira do Detetive Wilden.

O seu sorriso, que me tentava fazer sentir bem-disposta, desvanece-se no ar e ele caminha para mim.

- Houve um desenvolvimento no teu caso e podes estar em perigo. - Ele fala, sem rodeios. Sinto que o meu coração vai cair e, subitamente, a palavra segurança parece não fazer sentido.

- Como assim não estou em segurança? Não é como se o assaltante fosse escolher-me a mim de novo... - Eu tento fazer uma piada, de forma a amenizar todo este clima intenso. Bem, não resultou. Nunca fui boa com piadas, de qualquer das formas.

- A questão é essa Blair, as nossas novas informações sugerem-nos que não foi um assaltante, ou pelo menos aleatório. Tu eras o alvo.

O meu olhar cai e eu tento a toda a força conter as lágrimas.

Tento dar voltas à cabeça, mas não consigo encontrar qualquer razão para alguém me querer fazer mal. No entanto, eu não me lembro de tudo...

- Eu volto já. - Murmuro, correndo de volta ao meu quarto.

Pego no telemóvel e marco o número daquele que mais sabe sobre mim.

Chama três vezes e, de forma repentina, eu desligo imediatamente a chamada. E se foi ele? Ele tem razões, certo? Eu magoei-o de forma astronómica, ele poderia não estar a pensar.

Por outro lado, podia também ter sido até a minha mãe, na sua fase bê-- Não, ela estava sóbria.

Ou pode ter sido o Jake. Ou a Olívia. Ou a Jane. Ou o meu pai. Ou um professor. Ou um amigo. Ou qualquer outra pessoa no planeta inteiro. Raios, pode ser até a vizinha do lado!

Desço as escadas novamente, respirando fundo antes de entrar na sala.

- Eu quero saber tudo, Det. Wilden. - Eu peço, mais em tom de ordem, e sento-me à sua frente.

Ele franze o sobrolho e olha para o meu pai, como que a pedir-lhe autorização. Depois de um discreto aceno, o detetive prepara-se para falar.

- Recebemos uma chamada anónima, há pouco mais de uma semana. A voz estava distorcida e apenas dizia "A Blair, salvem a Blair, salvem-na!" e "Acidentes assim não acontecem a alguém como a Blair, acudam-na.". Parecia quase uma gravação sinistra. - O detetive conta-me e eu expresso apenas confusão. Como é que chegamos a este ponto?

- E não podem haver mais Blair's no mundo? Como sabem que sou eu? - A pergunta é instintiva, talvez porque o medo está neste momento a tentar que tudo isto desapareça.

- A questão é essa, querida. Eles ligaram para o meu telefone de casa. A única Blair que conheço és tu.

A breve ilusão de que tudo isto pudesse ser apenas uma confusão desvanece-se com tal resposta.

Não me consigo sentir segura, sinto que estará alguém ao virar da esquina e acredito que este sentimento me acompanhe para sempre.

- Sentiste-te seguida, ultimamente? - O det. Wilden pergunta, mas a minha cabeça parece rodar.

- Não, está tudo normal. - Suspiro, levantando-me rapidamente. - Eu preciso de me ir deitar, é muito para assimilar, desculpem.

Assim que o meu corpo cai no colchão, os meus olhos fecham e eu adormeço, apenas para não chorar. Não quero chorar mais, não vale a pena.

- - - - -

Quando os meus olhos se abrem pela segunda vez nessa noite, o silêncio reina. Acabo por, com muito pouco esforço, me levantar da cama, e caminho para fora do quarto.

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⏰ Última atualização: Dec 16, 2014 ⏰

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