Capítulo Três

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ATIRAR FOGO NA CHUVA

Set Fire To The Rain.
— Adele

— Jack! — Angela exclama encostada no batente da porta do quarto do menino. O mesmo estava sentado na janela, com os pés apoiados no telhado e a única coisa que o mesmo faz é virar a cabeça por cima do ombro e a observar. — Saia daí, meu filho. Vai chover. — avisa olhando pro céu e em seguida Jack faz o mesmo.

— Eu não ligo. — dá de ombros voltando a encarar a mãe pelo ombro. — Quando você sair, — começa voltando a olhar pra rua e apoiando a cabeça nos braços em cima dos joelhos. — pode fechar a porta do quarto, por favor?

Suspirando, a mulher concorda e em seguida fecha a porta, deixando o filho sozinho novamente. Após ouvir a porta bater, Jack suspira e fecha os olhos, mergulhando em memórias que a sua mente faz questão de deixá-las frescas, o fazendo sofrer mais ainda.

"— Vocês vão se separar? — Jack encarava outro ponto da mesa, e após a pergunta volta suas orbes castanhas a mãe, que brilhavam com lágrimas recém-formadas. — E você só me conta agora? Sem me consultar?

— E-Eu decidi isso ontem, quando você não estava em casa! — gagueja enquanto se levantava também, apreensiva vendo o filho chorar na sua frente. — Jack, eu — ela tenta toca-lo novamente, mas ele recua.

— Não. — diz negando com a cabeça enquanto secava suas lágrimas. — Isso é demais pra mim. — E sai correndo sem nem olhar pra trás.

Chegando ao seu quarto, ele bate à porta e vai em direção a janela, abrindo a mesma e não tardando a sentar nela enquanto colocava seus pés pra fora, apoiando-os no telhado. Abraçando os joelhos, Jack esconde a cabeça entre as pernas e se permite chorar, não acreditando na bomba que a sua mãe soltou sobre ele.

[...]

Por conta do baque da notícia, a insônia não deixou o menino dormir, e consequentemente Jack chorou até seu estoque de lágrimas acabarem e ele ficar apenas encarando a lua e as estrelas. O menino só percebeu que era "tarde" quando viu o sol nascer entre as casas da sua vizinhança.

Toda a casa estava silenciosa, até agora; um barulho de movimentação chegou aos ouvidos de Jack, que se alarmou no mesmo instante, seu sentido curioso já sendo acionado e prestes a entrar em ação.

Descendo do batente da janela, ele vai em passos silenciosos em direção a porta, abrindo-a logo em seguida. O olhar castanho do menino recai sobre a porta do quarto de sua mãe, mas a mesma estava trancada. Arqueando uma sobrancelha, Jack ouve mais um barulho – como se alguém esbarrasse em algo – e sai finalmente do quarto, tendo o cuidado de fechar a porta atrás de si.

Também a passos cuidadosos, o Grazer mais novo tenta espiar do topo da escada quem seria o desconhecido dentro da sua casa, mas não teve sucesso. Então, com a curiosidade a flor da pele, ele vai descendo degrau por degrau tentando ver quem era na sala e estava fazendo barulho a essa hora da manhã.

Porém, um suspiro aliviado escapa da boca do menino quando ele reconhece o pai.

— Pai! — diz não muito alto pra não acordar a mãe e corre na direção do mesmo, que assim que o vê abre os braços recebendo o filho num abraço de tirá-lo do chão.

— Jack! — Gavin ri e Jack faz uma careta ao sentir o bafo do mesmo. Ele desce do abraço do homem e arqueia a sobrancelha castanha.

Antes do Fim | Joah  [ PAUSADA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora