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O primeiro dia foi complicado. Passei o resto da tarde com Brian a lavar as janelas exteriores, que de ele andar a aparar os arbustos ficaram todas sujas. Ele contou-me algumas coisas a ter em conta enquanto aqui estou, como nunca entrar no quarto do nosso chefe, especialmente à noite. Coisa que eu já não estava a pensar fazer.

Ponho-me a pensar na hora de almoço quando Alex Turner pegou na minha mão e a levou até ao seu peito nu o que ele queria que acontecesse naquela hora? Eu sou somente a sua funcionária, não devia ter nenhum contacto físico com ele!

Levo o meu pijama e escova de dentes até à casa de banho dos funcionários. Ligo a água quente e deixo o ar abafado se instalar nas quatro paredes de azulejo azul turquesa. Estava mesmo a precisar de um banho depois do dia que tive!

Deixo-me a relaxar na banheira, imaginando o que seria ter beijado hoje o meu chefe. Os seus olhos pareciam ferver de desejo após tocar em mim, era como se tivesse ocorrido alguma faísca que me fizesse esquecer o seu comportamento inadequado na cozinha e me fizesse querer saltar para cima dele... porém algo fez com que todos estes pensamentos se dispersassem.

- Alguém está a... gemer? - Pergunto chocada com os barulhos que vinham da divisão ao lado.

Enrolei o meu corpo na pequena toalha e corri para espreitar de onde vinham os barulhos. Eu sei, a curiosidade matou o gato, pois no instante em que mirei a brecha da porta aberta vi o meu chefe na cama com uma loira qualquer. Eles pareciam estar bastante entretidos até eu derrubar a jarra de flores da entrada enquanto tentava fechar a porta.

- Merda. - Exclamo quando os dois percebem a minha presença.

- Melody? - Ele fala como quem não estava a entender nada. O seu corpo estava suado e a loira ao lado olhava-me com nojo.

- Eu já estava de saída. - Digo, prendendo bem a toalha ao corpo. Trinco a porta e fecho os olhos com vergonha. Eu devo ser a pessoa mais azarada do mundo!

(...)

Acordo a pensar o quão aleatório foi encontrar Alex Turner daquela forma tão vulnerável, tão banal.

Vou até ao meu novo armário e retiro a minha farda, colocando-a exatamente como no dia anterior.

- Sou capaz de me habituar a isto. - Comento contente ao ver o quão bem favorece o meu traseiro que até antes parecia andar desaparecido.

Ouço alguém bater apressado na minha porta. Deve ser a Irene para preparar o pequeno-almoço.

Abro sem saber que quem ia encontrar era ele.

Porquê Deus?

- Precisamos conversar Carter.

- Sobre? - Viro costas, arrumando o resto das minhas roupas nas gavetas.

- Sabes bem sobre o quê! - Vem até mim.

- Não era a minha intenção estragar a sua noite senhor. Eu só fui ver se alguém estava a passar mal, pela forma que a mulher parecia estar a sofrer, coitada. - Digo.

- Acredite, ela não estava a sofrer. - Fala com um sorriso idiota no rosto.

- Pois, mas isso não é do meu interesse. - Comento com sinceridade. A última coisa que eu desejava no mundo era saber como o Alex Turner fodia.

- De certeza? - Questiona com aquele mesmo sorriso.

- Absoluta. Agora se não se importa, tenho que ir preparar o seu pequeno-almoço. - Tento sair dali para fora, mas o mesmo puxa-me pelo braço.

- Isto não é assim bonitinha, eu sou o seu patrão. E se eu quiser ficar aqui agora com você?- Ele mexe no meu cabelo suavemente.

- E se eu não quiser ficar com você? - Minto.

- Isso não são maneiras de falar com o seu chefe menina Carter. - Repreende-me com sussurros.

Engulo em seco com aquela voz rouca que estava tão próxima.

- Peço desculpa, posso ir agora? - Pergunto já quase sem conseguir evitar olhar para aqueles lábios carnudos.

- Pode.

Empregada de Turner - HOTOnde histórias criam vida. Descubra agora