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JOALIN

Observava a carta e o que tinha escrito. Ao ouvir a porta sendo aberta, a guardei.

- Oi mãe. - sorri ladino.

- Oi querida. - ela suspira. - Eu trabalhei tanto que nem parei para conversar. Como você está? - ela deposita um beijo em minha testa e se senta ao meu lado.

- Estou bem.

- E seu trabalho?

- Bem... Estou cuidando de um rapaz, ele é bastante rabugento, mas acho que posso suportar ele. - sorri.

- Se ele te humilhar, não vale a pena.

- Não, tudo bem. Vou receber um ótimo salário, vai ajudar bastante que a senhora não tem ideia. - entrego o papel do contrato.

- Nossa, é muito bom.

- Sim. - sorrio sem mostrar os dentes.

- Bem... Eu tenho uma notícia nada agradável. - ela suspira pesado e eu assenti, comprimindo os lábios. Meu coração batia fora do normal.

- Pode contar, mãe.

- Seu pai... - ela se endireita na cadeira antes de prosseguir. - Ele resolveu reaparecer. Passo as mãos no rosto.

- Como? - a olho.

- Ele chegou na cidade e teve a cara de pau de me ligar, disse que queria ver seu irmão.

- Ele deve estar louco. - meus olhos marejam. - Ele nos deixa à mercê das dificuldades em busca dos prazeres dele, e isso acaba, resolve aparecer? - digo em tom de angústia e indignação. - Ele não pode se aproximar. - seguro nas mãos da minha mãe. - Lembra? Ele queria lhe machucar... De novo.

- Vai dar tudo certo. O pai de Marie estará perto.

Suspiro.

- Preciso descansar, mamãe, e a senhora também.

- Eu irei. Boa noite e fique calma. - nós nos abraçamos.

[...]

Em um piscar de olhos, já era de manhã. Tive uma terrível noite. Me levantei com dor de cabeça só de pensar que irei enfrentar as humilhações de Yoongi.

Vesti uma roupa confortável e desci, mas para meu desgosto, meu pai estava conversando com meu irmão.

Uma ânsia de sentimentos ruins subia até a garganta, mas resolvi engolir. Ele me viu e logo sorriu.

- Joalin... Como você está crescida, minha filha. - ele tenta se aproximar, mas dou alguns passos para trás. - Ah, eu entendo que seja surpresa ou até ruim a minha presença.

- Ruim? Ruim é pouco. Não precisamos de você.

Vejo ele suspirar.

- Que pena, mas eu precisava voltar. Não para ficar, mas para levar seu irmão comigo. - ele falava de uma forma harmonizada, mas sabemos que tais palavras era de tamanha discórdia e ego. - Eu consegui me estabelecer.

- Acha que é assim? Chegar do nada e dizer que vai levar meu irmão?

- Ele acha, Joalin. Mas não é assim e não se meta querida, vá se alimentar. - minha mãe aparece, tomando a frente.

- Duas contra mim? Não precisamos disso, certo? - ele lança seu olhar disfarçadamente para meu irmão.

- Não mesmo. Querido, suba.

- Mamãe...

- Suba! - ele sobe de cara emburrada. - Saia daqui e fique longe dos meus filhos! - ela avisa, apontando para meu pai.

- Eu não saio sem meu filho. Quero cuidar já que você não tem escrúpulos. Está para ser expulsa de casa por dívidas.

- E agora se importa? Agora quer se meter? Tarde demais. Se isso acontecer, é culpa sua, seu desgraçado.

- Culpa minha? É culpa minha se você é uma vadia louca? - minha mãe avança lhe dando um tapa.

- Mãe!! - fico abismada. Meu coração batia aceleradamente.

Meu pai vira a cara com expressões nada amigáveis. Ele avança contra minha mãe, vejo ela tentar se desviar da mão dele, que tentava lhe acertar um tapa ou soco.

- Deixa ela! - avanço contra eles, tentando separá-los. - Parem! - sinto um puxão da minha mãe.

- Saia, Joalin! Saia...

- Saia, sua pirralha.

- Não!! - tento empurrar meu pai com lágrimas nos olhos. - Sai você, seu desgra... - sinto um tapa tão forte em meu rosto que acabo caindo no chão.

- OLHA O QUE VOCÊ FEZ! - minha mãe grita. - Querida... - vejo minha mãe se agachar e me abraçar.

- F-Filha, eu... Me desculpa, eu não queria.

- SAI DAQUI. - peço com todas as forças que ainda tinha, o olhando incrédula. - Eu tenho horror por você. - abraço minha mãe chorando.

- Me desculpe... Argh!! - escuto ele socar algo e sair batendo a porta forte.

- Mãe, me perdoa.. - a abraço forte.

- Está tudo bem, meu amor. É melhor você descansar.

A porta é aberta.

- Jojo! - o pai de Marie se agacha. - Me perdoem, fui deixar Marie na escola. O que esse desgraçado fez?

- Nada, nada! - me sento tocando meu rosto dolorido.

- Nada? Olha essa marca, Jojo, você precisa denunciar seu paim

- Deixe Joalin descansar.

- Não... - me levanto. - Eu vou trabalhar.

- Mas querida...

- Mãe, não! Eu vou trabalhar, vou conseguir o dinheiro, saíremos das dívidas e arranjaremos um bom advogado para colocar aquele idiota na cadeia, porque se ele fosse pai... pagava a merda da pensão.

Saí apressadamente dali.

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Revisado e corrigido 11/11/2020

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