04 | luke peterson

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     Tem uma nova garota toda semana
Eu sempre as troco
Primeiro eu fico, tipo, completamente apaixonado
Então eu simplesmente não dou a mínima
Queimo todas as pontes que atravesso
Apenas saiba que você está brincando com fogo

Sososo, Croosh

EU NÃO CONSEGUIA parar de pensar sobre a noite passada.

Talvez porque eu estivesse repassando todos os acontecimentos desde quando eu e Faith voltamos para o bar. Eu a arrastei para uma mesa de amigos e praticamente a forcei a se manter perto. Não queria que ela ficasse sozinha enquanto Thirteen se ocupava com algum cara aleatório. Meus companheiros de equipe ficaram animados quando a apresentei, nem conseguiram disfarçar os sorrisos maliciosos e olhares cheios de segundas intenções.

Eu nem conseguia ficar bravo com eles por este motivo, Faith era muito bonita. E estava usando uma saia tentadora. Fantasiei sobre levantá-la diversas vezes durante a noite e sempre que me pegava pensando sobre isso, me repreendia mentalmente e lembrava que agora nós éramos amigos. É claro que eu não estava satisfeito somente com isso. Eu queria beijá-la. Queria muito mais do que isso também. Mas pela forma como ela me fitava — como se eu tivesse alguma doença extremamente contagiosa — , eu sabia que nada disso iria acontecer. A garota era toda arisca. Para conquistar alguém como ela, eu teria que ser paciente.

De repente algo — ou alguém — se chocou bruscamente contra meu corpo e eu caí pateticamente sobre o campo de futebol americano, voltando à realidade quando o treinador soou o apito e uma dor aguda atravessou minhas costas. Meus pensamentos se dissiparam rapidamente. Era isso o que acontecia quando se ficava parado no meio do gramado feito um idiota com a bola em mãos. Tony estendeu a mão em minha direção e eu fechei meus dedos sobre os seus. Ele me ergueu para cima a tempo de eu ver o sr. Parker aproximando-se com uma carranca.

— Onde está com sua cabeça hoje, Luke? — ele indagou rispidamente, visivelmente irritado. — Você não quer entrar para uma equipe da NFL?

É tudo que eu mais quero na vida, tenho vontade de responder-lhe. Mas seria uma mentira. Tudo o que eu mais quero agora é Faith em minha cama. Vê-la em uma saia mexeu com os meus pensamentos. De repente, me senti como um virgem patético de quinze anos.

— Sim, senhor — me limitei a poucas palavras. — Me desculpe. Não vou deixar com que nada me afete mais dentro do campo.

Voltamos ao treinamento um momento depois. Desta vez, mantive Faith longe de meus pensamentos e me foquei no jogo. Quando finalmente terminamos, Owen deu um tapinha em meu ombro antes de ir até o vestiário. Eu segui os outros jogadores para o chuveiro e depois que estava completamente vestido, me dirigi para fora do campo, despedindo-me de alguns dos meus companheiros de equipe no caminho. Meu celular vibrou no bolso de minha calça jeans e eu o tirei de lá. O visor do aparelho brilhava com um nome familiar. Atendi a chamada.

— Oi, mãe. Como a senhora está? — indaguei, ouvindo ruídos de música do outro lado da linha.

— Oi, filho. Estou bem e você? — Um som de alguma coisa se estilhaçando contra o chão soou e eu franzi as sobrancelhas, continuando a caminhar em direção ao estacionamento. — Droga. Lá se vai minha caneca favorita.

— Mãe... — Eu soltei um riso, passando os dedos entre os fios úmidos do meu cabelo. — O que está acontecendo?

— Ah, querido. — Ela suspirou. — Quebrei uma louça, não se preocupe. Como estão as coisas no time? Eu assisti o seu último jogo pelo computador. E embora eu não tenha entendido o que você fez naquela jogada depois de correr, eu e seu pai torcemos muito por você quando fez um gol.

Bad For You (completo na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora