"Vá para o hospital Hartford" Facit me disse. Ele tem me dado dicas desde que fiquei com medo de fechar os olhos pela primeira vez, mas, dessa vez, ele me mostrou Adam e Logan hospitalizados. Os pais de Adam, sempre presentes, mas ninguém estava lá por Logan...
Ninguém.
Mas talvez fosse só um sonho e eu deva ir á um psiquiatra. Por via das dúvidas... talvez o Hospital Hartford tenha psiquiatras.
Entrei e perguntei sobre Logan Yarkman, mas me disseram que a sala estava lotada
- Você poderia me informar onde fica o banheiro?
- No fim do corredor você vira pra direita, segue reto, e vira pra esquerda. Você vai dar de cara com um bebedor, e se olhar pra cima vai ver a placa apontando onde ficam - mexi no cabelo em confusão mas assenti, afinal, meu objetivo não era esse. Segui para o corredor e abri o quarto 26, fechando rápido depois de entrar e recebendo olhares "molhados". Respirei fundo e tentei evitar que "chovesse".
- Oi, tia Laura... oi, tio Chris... - sorri torto e me virei para Logan primeiro. Me ajoelhei na maca, encostei os braços lá. Sorri pro meu namorado, mas não me aguentei depois e abaixei a cabeça, sabendo que o céu ia se fechar.
- Shh... - a máquina de batimentos cardíacos apitou mais alto e Logan beijou minha cabeça. Acho que teve dificuldade, pois seus braços estavam presos
- Hey, Adam abriu os olhos e se mecheu, mas não disse nada ainda. Você pode tentar falar com ele por mim? - não era a mesma voz firme que eu conhecia... ele estava...
Dependente.
- Peça pra te soltarem...
- Amor, o Adam...
- Okay... - caminhei até o garoto, vendo os pais abrirem espaço pra mim em silêncio e logo vi a diferença. Seus olhos, não eram mais pretos... agora, eram completamente cinzentos. Nem claros nem escuros. Mistos. E então ele me encarou. Não com um sorriso, nem com um mal olhar, mas com dúvida
- Azabaw jayaugu ba? - e então os pais começaram a chorar, Logan havia começado a chorar, e eu o encarava com esperança. Me lembrei, então, de um truque celta.
- Adidi bagawa nacalum - eu não sabia o.que eu tinha acabado de falar, mas, pelas lendas, seres mágicos podiam falar uma coisa e transmitir outra pelo toque. Segurei a mão de Adam.
- Koloke manipa sadi. Acara male vanu - e eu estava certa. Pelo que senti, ele não sabia quem era e onde estava. Ele tinha voz, mas...
Olhei para Laura.
- Toque a campainha. Perda de memória. Ele não sabe mais falar. - mas a pressão foi forte demais. Ao invés de tocar a campainha, caminharam pra fora do quarto. Não impedi, pois Facit me falou algo aconteceria com Adam. Uma mudança.
Apenas eu, Logan, e Adam no quarto. Assim que a porta foi fechada, as luzes falharam. Peguei o pulso de Adam, fechei meu outro punho, e estendi o braço de olhos fechados
Telepatia com um silfo.
Aponte o braço dele para LoganE assim fiz. Como tudo que ele pedisse
Abra os olhos
Vi um raio de eletricidade sair da mão de Adam e acertar o metal que prendia Logan. Logan foi liberado e se levantou. Fechou um dos olhos e não entendi o por quê. Parecia não estar enxergando direito.
- Shanakwa - Adam disse, e quando me virei, vi seus olhos acesos. - Okadiwona - as luzes voltaram - Memória - e então, depois da única palavra que eu havia entendido, ele desmaiou com as pálpebras brilhando com a luz dos olhos, e tudo feito de metal começou a tremer.
A porta se abriu, quase sendo arrombada e tudo voltou ao normal. Os olhos de Adam não pareciam mais acender.
- PARADA CARDÍACA, CHAMAR A DOUTORA KARINA - e ninguém reparou o fato de que Logan havia sido libertado.
Peguei Logan pela mão e saí correndo pra fora do hospital. Liguei para Morgana e pedi pra que ela viesse o mais rápido possível.
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Saga Valente: Ambivalente
Fantasy"Pra ver algumas coisas, é preciso fechar os olhos"