Saga Valente: Ambivalente

Mudanças - Adam - 11

Eu não me lembro de nada. Apenas de que eu tinha acordado sem saber falar, e de... Morgana. Ela era a única memória presente na minha cabeça. E eu ainda tinha uma certa "noção de realidade". Por exemplo: eu sei que conheço um lado do mundo que os outros não conhecem. Eu sei que posso controlar o frio. E sei que tive um tutor, que não me lembro forma, residência ou rosto, mas me lembro de que se chama Facit. Ele me disse que eu conheceria três pessoas, e que, depois de um acidente causado por nós quatro, meus poderes mudariam. Quando estivéssemos separados, eu teria poderes eletromagnéticos, e quando estivéssemos juntos, eu controlaria o frio. Mas não necessariamente todos juntos, e essa é a parte que não entendo. E eu também sei que estou dormindo agora, e que posso escolher entre sonhar e entrar pra Avallon. Mas agora estou no limbo, o cosmos perdido dos sonhos, risadas contidas, e memórias deixadas de lado.

Risadas contidas...

É assim que são criados... criadas... eu sei que tem algo que elas criam, mas não me lembro o que. Facit também me disse que me daria breves memórias pra que eu não ficasse perdido no mundo, mas que seriam dadas aos poucos, e que nos veríamos algum dia.

O pensamento de que o veria algum dia fez um flash aparecer no limbo, me dando outra pequena memória. Um corpo borrado; uma blusa com a cor de folhas secas de outono; cabelos, também borrados, pretos... e apenas. Talvez uma dica. Mas o flash desapareceu deixando pontinhos dourados e azuis, como um pó.

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Escute sail da banda(?) Awolnation enquanto lê.

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Já procurou? Agora pode ler.

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- Não faça isso... - murmurei acordando com a visão borrada

- Você confia em mim?

- Infelizmente... - a visão estava voltando ao normal, um rosto acima de mim. - Não foi culpa sua - algo tentava entrar na minha mente, mas a memória que eu tinha recebido se foi sem nem mesmo chegar direito. Mas eu tinha certeza de uma coisa - Nunca foi culpa sua.

- Você só tentou me salvar, mas eu perdi você de novo... Espera, você se lembra de mim?

- Lo... - me olhou em expectativa, os olhos brilhando, minha visão tinha se normalizado - Longe... - fez cara de decepção, mas tentou ver o que estava longe. Minha expressão se tornou sombria - Eu quero isso longe. - uma esfera de energia saiu da minha mão e cobriu todas as agulhas de sedativos. Fechei minha mão em um punho, e todo o líquido se derramou com cacos de plástico explodidos no chão. Direcionei meu olhar á ele e sorri friamente, sentindo uma raiva descomunal, e nem sabia por que. Em tom calmo, completei - E eu também te quero longe - estalei os dedos, ainda sem mover o resto do meu corpo, e a cadeira dele, feita de metal, se moveu rapidamente se lançando em direção á parede, mas, assustado, fez um movimento rápido com os braços pra baixo e começou a levitar

- O QUE VOCÊ TA FAZENDO? ADAM, SOU EU!

- Cale a boca! - dei um choque de leve nele, o suficiente pra que ele pudesse perder o equilíbrio e caísse no chão. Dei um choque em mim mesmo pra que meu sistema nervoso pudesse permitir mexer minhas pernas. Me levantei e caminhei até ele. Ele cruzou os braços em um x em frente ao rosto. Ri novamente, mas dessa vez, alto - Eu não vou te machucar - disse sendo sarcástico balançando a cabeça sínicamente.

- Adam, você não é assim! Para!

Balancei a cabeça rápido e fiz careta em confusão. Coloquei as mãos sobre o rosto, minha voz se tornou doce e suave. Olhei em minha volta, vendo as poucas coisas que fiz, mas que abalaram o equilíbrio do ambiente. Fiz cara de assustado.

- Céus... - sussurrei. Logan suspirou e sorriu. Estendi a mão pra ele, que a apertou se preparando pra se levantar. Comecei a rir e ele acompanhou sem entender. Quando ele estava quase em pé, eu disse - Tolo - e preparei uma descarga elétrica que saiu da minha mão pra dele, que tentou gritar, mas não conseguiu. Eu o assistia tremer com os choques, mas olhei finalmente pros olhos dele e cessei os choques. - Logan... - ele caiu no chão - LOGAN! - gritei, começando a chorar.

Os médicos ouviram o grito e entraram no quarto assustados com o que viram. Uma mulher que penso ser estagiária anotou algo na prancheta e gritou um número qualquer, dois homens de branco com braços volumosos seguraram logan e o carregaram pra uma maca de rodinhas que trouxeram pra porta.

Fui interrogado, mas não adiantou muito, pois o que eu conseguia responder o choro atrapalhava, então me deram água e falaram que conversariam comigo quando eu estivesse melhor.

Mas como eu sei se estou melhor?

- Tudo bem pra você se ganhar um colega de quarto? - era óbvio quem ia ser internado

- Claro. - e então o trouxeram.

Logan de olhos fechados em cima de uma maca.

Eu nem sei quem ele é direito, mas agora eu conheço duas pessoas e meia.

Morgana

Logan.

E um silfo