Saga Valente: Ambivalente

Combustão Elétrica

E lá estava eu, ingerindo substâncias as quais eu nem mesmo sabia seus devidos nomes. Não que me incomode, pois a quantidade de endorfina no meu organismo jamais deixaria eu me incomodar com isso.

- Já ouviu falar de Peter Pan? - um amigo de cabelos cacheados perguntou

- Quem nunca? - rebati

- Hora de experimentar o pozinho mágico - ele brincou e comecei a gargalhar, mas meu celular tocou. Lizzie.

Me afastei do local sinalizando pro garoto confuso que eu já voltaria.

- Que houve, loira?
- Hospital Hartford, agora! Adam teve uma parada cardíaca - o telefone foi desligado e me despedi sem explicar

-

- CADÊ O ADAM? CADÊ? - bati forte no balcão da secretaria. Eu nem mesmo havia procurado Lizzie. Senti alguem me puxar. Logan. Pupilas de tamanhos diferentes, que se destacavam nos olhos castanhos claros - Você andou se drogando? Que aconteceu com seu olho?

- O drogado aqui não sou eu.

- Tenho provas de que também é. - minha expressão cheia de cinismo

- Okay, vou te deixar gritando pelo Adam parecendo uma esquizofrênica no hospital sem te explicar por que.

- Que nem você fez no Arco de Thor? - deduzi

- Como você... - o medo o tomou

- É a primeira vez que te vejo assustado. E eu sonhei com aquilo, mas não levei á sério.

- Você também está tendo deja vu's?

- Mundo pequeno, não? Agora me explica tu- - as luzes da instituição se apagaram e vi uma luz azul demorar mais pra se apagar enquanto eu corria em direção á ela. A luz se apagou, e todas as outras voltaram.

- Falsa alerta. O coração do 266 não parou, mas um problema fez o eletrocardiograma parar. Verificar circuitos elétricos - e os médicos se espalharam pelo hospital em busca de problemas semelhantes em outros quartos, sem sucesso.

Uma enfermeira colocou alguma substância dentro da seringa. Pegou o braço de Adam, buscando por uma veia, e quando encostou a agulha nela, o hospital inteiro se apagou e ela gritou por um segundo. As luzes voltaram, e ela estava se debatendo no chão, até ficar inconsciente. Arrastei Logan pra dentro do quarto de Adam. Lizzie veio atrás, e quando todos entraram, fechei a porta.

- Lizzie, você sabe o que fazer - olhei pra ela quase em desespero - E se você chorar, a gente vai estar em risco. Um risco muito grande. E você sabe perfeitamente disso. Do mesmo jeito que finge não saber sobre Logan e Adam.

- O que? Do que você ta falando? - Logan exigiu - Não tem nada de errado com o Adam! A Lizzie não tem nada a ver com ele estar aqui

- LOGAN, SERÁ QUE DA PRA PARAR DE SE INTROMETER UMA VEZ NA VIDA EM ASSUNTOS QUE NÃO TEM NADA A VER COM VOCÊ?

- SE TEM MEU NOME TEM A VER COMIGO. A DROGUINHA TA FAZENDO EFEITO?

- TA PERGUNTANDO PRA SABER SE VOCÊ VAI CURTIR A LOMBRA?

- SUA ESTÚPIDA - Logan moveu a mão me lançou á parede com o vento. Lizzie não olhava, apenas balbuciava coisas inaudíveis apontando as mãos pra Adam de olhos fechados. Me levantei.

- ESTÚPIDO É VOCÊ QUE ACHA QUE PODE MANDAR EM TODO MUNDO SEM SOFRER AS CONSEQUÊNCIAS. Mas quer saber, Logan? Eu também tenho meus truques. - coloquei o indicador á frente da boca e soprei, fazendo fogo sair do dedo até a roupa do menino.

Lizzie abriu os olhos e gritou, e uma núvem apareceu sobre Logan e apagou o fogo, logo sumindo. Senti uma mão agarrar meu pulso e olhei pro lado. Adam.

- M-morg-ga - voz ríspida.

- ADAM! - Tentei abraçá-lo, mas escutei um barulho muito alto e vi um clarão. Todos nos assustamos, mas cada um de um jeito. Logan ficou em alerta, se preparando pra enfrentar o que quer que fosse. Eu congelei, pois senti eletricidade vir do chão á minha cabeça. Lizzie tinha criado uma nuvem sem querer acima de Adam, e ela estava sugando eletricidade de mim, Adam, a enfermeira desmaiada, e do lado de fora pela abertura da janela.

- Eu te amo - foram as últimas palavras do moreno antes de eu desmaiar. Antes de todos desmaiarmos. E então, um incêndio começou, e o que o alimentava, era o excesso de voltagem da núvem que tinha coberto o quarto de um simples hospital.