7. Sprite, Trufas e Vontade de Chorar.

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#NhumNhum

Ambiguidade é uma parada insana.

Arrisco tachar como uma das propriedades mais interessantes da linguagem, quando vista pela ótica do duplo sentido e do poder de atribuir significados totalmente distintos à mesma colocação.

Um exemplo? Se liga:

"Pau no meu cu."

Desconheço as origens que moldaram essa frase com o atual sentido figurado, mas sei dizer que a expressão supracitada não possui boa conotação. "Pau no meu cu" é usualmente utilizado para expressar uma reação negativa e frustrada a respeito de uma ação própria, como: porra, fiz merda, pau no meu cu.

Seu uso como expressão - embora comum e majoritário - não anula, porém, seu significado literal.

E é aí que vem a bomba: soltar pérolas como essas em situações favoráveis à perpetuação da ambiguidade é, certamente, de tremendo perigo. "Tá, Jimin, grande porra, onde você quer chegar?" Calma, caralho; já foi dito anteriormente que começar uma narrativa descontextualizada, ao menos nesta trama, é totalmente inviável, então senta esse rabo aí e assista mais um episódio da série: "Formas de dilacerar a própria dignidade", estreando Park Jimin.

E lá vamos nós.

Em primeiro lugar, sabe-se do essencial: eu sou gay, infelizmente. A ênfase da infelicidade se dá pelo castigo que é gostar de homem, mas é aquela coisa: ninguém manda na piroca - ou buceta, depende do teu caso -, no coração e tampouco no cu, o que ilustra e exemplifica a razão de ainda existir tanta gente que se presta ao papel de curtir caras, botando em pauta as mil e uma desvantagens contra o total de zero lucro.

De qualquer forma, 'cês tão ligado que o Jungkook é homem, certo? A coisa já fica feia por aí.

É do meu interesse saber quem foi o corno que fez o arrombado nascer homem. Exijo respostas. Exijo, sobretudo, saber quem foi o grande feitor da tragédia de não apenas fazer Jungkook ser homem, como me fazer um homem que gosta de homem. Basta? Não basta. Porque dentre toda variedade de seres humanos inseridos nesse gênero, o mesmo responsável pelo fato de Jungkook ser homem, não satisfeito em me fazer baitola, incrementou o espetáculo tornando-me especialmente fraco por um tipo específico de cara, aqueles cuja raça manifesta alerta de perigo iminente e alto índice de corações partidos. Isso mesmo, clã, estou falando dos cabeludos, tatuados e músicos. Sim, exatamente, você pensou certo:

Jeon Jungkook, não somente dotado de cabelo grandinho, como também músico e tatuado.

Pensa na sorte.

E olha, ele é um safado maldito, eu sei. Mas, brother? Qual era o sentido de embutir um cocô como ele numa carcaça tão linda? É essa palhaçada aí que tu chama de justiça, universo? Fixo aqui minha reclamação acerca do quão difícil era controlar a mim e aos meus hormônios de jovem adulto na presença daqueles fios ligeiramente compridos que frequentemente cobriam seus olhos, junto daquela tatuagem infernal no braço forte e os brincos de prata que estranhamente davam charme às orelhas enfeitadas com diversos piercings. Ah lá, viu? Até minha descrição do arrombado soa poética e cinematográfica, essa porra é mais forte que eu, juro por Deus.

Bem, deixando meus discursos de indignação de lado, vamos encaixar os tópicos trabalhados até aqui. Primeiro, vale lembrar que o Sasuke do caralho - apelido do ano, pode falar - me chamou para bater um lanchão, prometendo bancar o rango como possível forma de "recompensar" pelo ensaio que atrapalhou. Estranho? Estranho, mas a fome é maior que o medo, então taquei o foda-se nos meus receios e foquei na comida gratuita. É isso que acontece quando seu estômago tem mais autonomia que seu cérebro.

NÃO CONFIE NELE  • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora