Capítulo 12

289 16 13
                                    


POV Star

Eu não estava assim tão animada com o acampamento, não por causa da Sofia ou o Marco, eu simplesmente não me sentia bem. Eu nem sequer sei dos meus pais! Nunca mais tive contacto com eles, não sei se estão bem...

Já passaram-se dois dias desde que chegamos e eu como sempre, antes de dormir ficava sentada ao lado do rio, observava as estrelas e tentava afastar um pouco os pensamentos negativos.

O irritante é que como sempre, o Marco dava em cima das outras monitoras e nenhuma estava nem aí para ele, a Sofia só se dava de princesinha irritante, a Janna nem sei porque desaparecia o tempo todo! O Tom felizmente estava demasiado ocupado para falar comigo e...

- olá Lourinhã - quando escutei isso, revirei os olhos. Aquela voz era do James, um dos monitores do acampamento. Sinceramente não sei como é que ele encontrou-me aqui. Credo!

Bem, ele não é só o monitor, ele é o rapaz que atendeu-me no dia em que fui comer pizza com a Janna. Sim, aquele bonitão. Ah não consciente! Esses pensamentos não, ainda por cima de um jovem que afinal é jogador de basquetebol, riquinho e bonitinho mas que gosta de trabalhar na pizzaria.

- oi - respondi com arrogância. Não estava com mínima vontade de aturar as pessoas hoje.

- uau, senti-me magoado - afirmou ele levando uma das mãos ao peito e fez uma cara de "tristeza".

- Ah deixa-te de histórias James, não tens coisas de monitores ou sei lá o quê para tu fazeres? - questionei olhando os seus lindos olhos verdes.

- Estou a fazê-lo mesmo agora - Deu de ombros e sentou-se do meu lado. Eu iria reclamar mas a minha vontade passou, então ambos passamos a observar em tremendo silêncio a paisagem. Eu até que estava a gostar um pouco do momento... talvez gostasse um pouco da presença dele.

- então... diz-me lá se tens mesmo quantos anos? - indaguei do nada, nem sequer tive a coragem de olhar para ele. Mas eu pude sentir que ele sorriu ao ouvir a minha indagação.

- Bem, daqui a um mês farei 17 - respondeu dando de ombros de novo e começou a mexer as suas pernas.

- Ahm, então já é o teu último ano no ensino médio... - respondi olhando para ele e ele abanou a cabeça positivamente - uau, tens uma ótima vida, és jogador, daqui a pouco irás para a faculdade, tens um monte de raparigas... - interrompi-me, eu não iria terminar aquela frase, de jeito nenhum. Aí é que ouvi uma grande gargalhada vinda dele.

- Não é bem assim Star... - disse ele e aproximava-se cada vez mais, eu como não sabia o que fazer apenas fiquei parada tentando processar o que iria acontecer.

- James... o que tu estás a... - ele continuou e no momento em que iria beijar-me eu dei-lhe um estalo na cara - isso é para ti e ao resto dos mulherengos idiotas que só querem uma coisa das raparigas... - nem terminei de falar e lembrei-me de novo do Marco.

Quando o James iria dizer alguma coisa eu levantei-me rápido e comecei a andar em direção ao meu dormitório.




POV Marco

Wow, não acredito que a Star acabou de dar um estalo no senhor bonitão. Okay, okay, eu não deveria estar a espiar eles nem nada mas... era para garantir que não fizessem nada de impróprio não é?

É, é mesmo isso, a minha função como monitor é garantir que nada de anormal aconteça. E por falar em anormal eu reparei que o James continuava a olhar para o rio. Mas o que esse idiota anda a fazer alí especado?

Tentei aproximar-me mais para saber o que ele andava a fazer e arregalei os olhos. O reflexo dele sobre a água não era o rosto dele... era do Toffee? Oh meu Deus!

- Argh! Ai! - gritei porque tinha pisado em um ramo. Só fiz asneira! Ele virou-se e tentou procurar a origem do barulho. Tenho de ficar mesmo bem quieto ou senão eu sou bem apanhado.

- podes sair daí Marco - disse ele virando-se de costas para mim. Droga! Tenho de agir naturalmente, eu acho que ele não sabe o que eu ví.

- Hey James... - afirmei tentando aproximar-me um pouco dele. Apenas o fiz para garantir a sua "confiança".

Ele fitou-me por uns segundos e depois brotou um sorriso amarelo.

- bem.. eu não queria ouvir a vossa conversa mas precisava falar contigo... - continuei. Ele encarou-me com desconfiança e levantou a sobrancelha.

- e sobre o quê que devo a esse privilégio? - indagou cruzando os braços mostrando que que obviamente queria uma resposta convincente.

Parei por uns segundos para tentar safar-me da situação e foi então que lembrei;

- bem, ultimamente tenho andado com problemas emocionais - confessei suspirando - e queria ouvir de ti já que és experiente com esse tipo de coisas com as outras pessoas - afirmei gesticulando com as mãos e olhei para o céu como se fosse encontrar mais informações;

- Seria eufemismo se eu dissesse que sou péssimo em conquistar miúdas? - indaguei inclinando a cabeça.

- o quê? - Ele desatou em gargalhadas. Talvez um pouco exageradas mas para entrar na onda dele, tive de o acompanhar - oh Marco, nem sei o que te dizer - disse ele no meio das gargalhadas.

Naquele momento senti-me um pouco envergonhado, mesmo que ele é o meu inimigo e nos dias anteriores acabara de ameaçar-me.

- então... - encolhi os ombros tentando chamar a sua atenção e pelos visto o fiz com sucesso.

Ele finalmente colocou fim ao seu ataque de risos e fez sinal com a cabeça para que o seguisse. Naquele momento fiquei estupefacto olhando para ele. Deveria seguir-lhe?

Dei de ombros deixando essa questão de lado e comecei a seguir os passos longos dele. Olhei para o relógio e já tinha passado mais de quinze minutos a caminhar pela floresta com o meu suposto inimigo.

Sem eu dar por mim, ele tinha parado de andar e olhei em volta até que do meu lado esquerdo encontrei uma gruta.

- Mas o quê... - nem terminei a frase, estava demasiado admirado e assustado com aquilo. Afinal de contas, como é que ele sabia a existência daquilo?

Quando olhei para para direção dele, ele já não estava lá. Não sei o que ele anda a tramar mas se ele tem intenção de me...

- Marco! Venha depressa! - ouvi a sua exclamação dentro da gruta e só quando reparei direito, ele realmente estava dentro dela com a sua lanterna ligada.

Okay Marco, agora não é o momento para recuar como um cobarde.

Sem pensar mais decidi obedecê-lo. Quando pus o meu primeiro pé dentro da gruta, senti que o chão era feito de mármore. Que estranho. Queria questionar mas fiquei assustado quando vários morcegos começaram a sair da gruta.

- Tenha cuidado ou ainda acabas por te magoar a sério - ele afirmou continuando os seus passos dentro da gruta.

Engoli a saliva e continuei da forma mais cuidado para não poder fazer acontecer algo de estranho novamente. Em cada passo que dávamos, a temperatura ficava cada vez mais alta, isso só fazia com que os meus cabelos ficassem molhados e a camisola também. Oh Deus, aqui está um inferno.

- Credo James, mas afinal de contas queres mostrar-me o quê? Aqui está muito quente e nós já deveríamos estar nos nossos dormitórios! - Exaltei porque cada segundo que passava, as coisas ficavam cada vez mais quentes.

Apenas recebi um murmuro de James e sem mais nem menos parou bruscamente os seus passos e apontou com a lanterna para as paredes. Quando fixei bem o que ele queria mostrar-me, fiquei ainda mais assustado.

A imagem que acabara de ver era de certeza a mais louca que tinha visto... aquilo não poderia ser verdade... aquela história toda desenhada nessas parades... era sem dúvida estonteante essas imagens... eu não consigo acreditar no que os meus olhos acabaram de me mostrar...

Do not WorryOnde histórias criam vida. Descubra agora