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Felipe Zotin

Fiquei sozinho no apartamento e estranhamente me senti mal, apesar dos pesares eu tinha gostado da ideia de dividir o lugar com alguém.

Afonso se aproximou segurando um frango de pelúcia na boca que me fez rir.

— É cara, como posso ter conhecido ela ontem e estranhamente ir com a cara dela? Fazia tempo que eu não ia muito com a cara de alguém tão rápido. — Acariciei sua orelha e o animal latiu. — É ela me parece uma boa pessoa, com algo naquele olhar de Ragdoll. — Conclui me colocando de pé, passei para o corredor em busca de um banho. A porta do quarto de Catarina me chamou tanta atenção que parei encarando a fechadura ponderando entre ser um espião fofoqueiro ou ir tomar banho.

— Bom, a casa é minha. — Dou de ombros escancarando a porta e entrando no ambiente que cheirava a lavanda e ao mesmo perfume adocicado que ela usava quando a encontrei na cozinha hoje de manhã.

O quarto diferente do que eu tinha dormido na noite passada, estava com a cama milimetricamente arrumada, na mesa perto da janela eu enxerguei uma pilha de papeis e infinitas canetas. Ela desenhava mesmo. Me aproximei agarrando um desenho entre os dedos, o modelo de vestido era vermelho e apesar de não entender porra nenhuma de moda eu tinha que admitir que aquilo era lindo. Coloquei no mesmo lugar e enxerguei a outra pilha de desenhos, dessa vez rabiscados.

— Coleção Catarina. — Li em voz alta.

Por que eles estavam rabiscados se eram tão bonitos quanto os outros?

Um porta-retratos com a foto do mesmo cara que estava na sala enfeitava a sua mesa. Do que o irmão de Ragdoll tinha morrido? Ele parecia tão jovem e saudável.

Afonso latiu de novo, dessa vez me assustando.

— Tá, já estou saindo. — Levantei as mãos em rendição e andei para fora do cômodo.

Entrei no meu quarto e encarei a cama bagunçada, pensei em arrumá-la tão bem quanto Catarina tinha ajeitado a sua, mas eu pretendia deitar de novo, e daqui a pouco, seria tempo perdido.

Tirei a roupa e fui para baixo da ducha fria, aproveitei o momento para tirar a tensão ainda da noite anterior quando interrompi a chupada de Samantha, meu pau endureceu sobre minha mão no momento que o toquei.

Lembrei da mulher que tanto me machucou três anos atrás, na noite passada abaixada a minha frente e faminta, fechei os olhos com raiva me obrigando a tirá-la da mente, buscando outro rosto a pensar viajei pela minha mente, automaticamente olhos azuis me vieram, a boca carnuda e vermelha levemente aberta. Senti meu membro crescer e inchar na medida que minhas mãos se moviam, imaginei a boca passar pelo pequeno buraco da cabeça e me saborear, aumentando o ritmo dos movimentos gemi rouco desejando que aquilo fosse real. O choque subiu por minha espinha avisando que meu gozo viria e joguei a cabeça para trás recebendo um pouco do jato de água sobre a cabeça. Nem percebi o quão louco aquilo era até gozar desesperado deixando escapar por meus lábios o nome de quem eu não deveria:

— Ragdoll.

Minha respiração acelerada me fez parar e encarar o chão do banheiro por uns segundos. A vergonha me tomou ao pensar no que eu tinha acabado de fazer. Catarina parecia uma boa garota e totalmente inocente, eu era um filho da puta sem vergonha em imaginá-la chupando meu pau. Puta que pariu.

Passei mais alguns minutos me lavando e quando sai do quarto usando apenas uma calça de moletom baixa, fui para a cozinha afim de fazer o meu almoço, agradeci por ela ter a geladeira abastecida e preparei carne e legumes cozidos, quando terminei me joguei no sofá com Afonso no meu encalço, deitou no tapete preguiçosamente e logo caiu no sono. Liguei a TV afim de passar o resto do dia assistindo filmes, estava ignorando as mensagens de todos, inclusive do meu irmão que tinha pedido para que eu voltasse para o haras. Em algum momento da tarde eu peguei no sono, só despertei quando a porta se abriu e eu reparei que o sol já estava descendo para dar lugar a noite.

Amor pela segunda vez 《DEGUSTAÇÃO》Onde histórias criam vida. Descubra agora