Brandon
Descarto a bota assim que entro em casa e caminho para a cozinha. Estou faminto, odeio acordar e não comer nada. Gemo baixinho quando penso que o meu desejo verdadeiro era comer neste momento a loirinha enfezada que chutou a minha bunda do seu quarto.
Que mulher linda, ela é tão sexy quando está nervosinha. No instante que ela entrou no quarto e começou a gritar como uma louca, a minha vontade era jogá-la na cama e fazê-la esquecer de tudo ao redor.
— Você não tá bem da cabeça — resmungo comigo sem acreditar na loucura que fiz.
É inacreditável que eu tenha beijado ela sem o seu consentimento. Nunca fiz isso na vida, mas quando a vi completamente fora de controle gritando feito uma louca, eu senti uma necessidade surreal de provar dos seus lábios.
Corro a mão pelo rosto e gemo baixinho com raiva da minha falta de prudência. Não sei onde estava com a cabeça para fazer uma merda tão grande. Foi muita sorte ela não ter me dado um tapa na cara.
Mas sabe o que mais me deixa desesperado? É saber que eu faria tudo novamente. E como faria. Estou tendo que me segurar para não voltar a casa dela e beijá-la até que meus lábios percam a sensibilidade.
Penso nas meninas que passaram a noite comigo e não consigo me animar. Elas foram excepcionais, mas não beijam como a nervosinha. Isso não. Nenhuma delas tem uma boca tão perfeita como aquela mulher.
— Eita, porra, me fodi por causa de um beijo.
Abro a porta do meu armário de cozinha e avalio o que tenho para comer. Descubro que preciso ir ao supermercado, mas não vou fazer isso agora, preciso me recuperar da noite passada.
Acho que meus 29 anos estão me mostrando que não sou mais o garotão que bebia e trepava a noite inteira sem danos consideráveis no dia anterior. Agora eu preciso de um pouco de sono para conseguir me recuperar.
Sem muitas alternativas, pego quatro ovos e os quebro na frigideira. Procuro o pacote de torradas e separo, coloco a cafeteira para funcionar e vou me movimentando pela cozinha preparando o meu café da manhã.
Já que não posso matar a minha fome real, ao menos alimento meu corpo.
* * *
A risada do meu primo Roger me irrita, ele é tão estúpido que dá vontade de quebrar meia dúzia dos seus dentes.
— Acho que passou do tempo essa sua risada, Rogério — digo o nome dele e o faço parar de rir na hora. Se existe uma coisa que deixa meu primo de mau humor, é falar seu nome.
— Vai tomar no cu, moleque.
— Nervoso, coroa?
— Eu tô calmo mané, diferente de você que anda agarrando as mulheres por aí. — Ele aponta a chave de fenda para mim. — Toma cuidado, se continuar assim vai ser processado por assédio. Se já não é bacana chamá-las de gostosa, imagina beijar na marra? — Ele balança a cabeça mostrando seu desgosto pela minha atitude. — Respeita as minas moleque.
— Não beijei ninguém na marra. — Entro na sua cozinha e pego duas cervejas. Depois retorno para o quintal pronto para me defender. — Eu simplesmente fiquei enfeitiçado por ela e quando dei por mim estava me perdendo naqueles lábios lindos.
Estendo a cerveja para o Roger e ele apenas me encara de boca aberta. Que idiota. Ele sabe se fingir de otário quando quer. Só aturo esse merda porque é meu primo, juro que se não fosse da família, já tinha mandado ele para o inferno.
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DEGUSTAÇÃO - Meu Grande Erro - Livro Completo Na Amazon.
Chick-LitSabe qual o problema de alguns erros? Às vezes eles beijam tão bem, que nos levam a ruína. Eu sei que errar é humano, até porque quem nunca cometeu um erro que atire a primeira pedra. Não vou negar que já cometi erros crassos, mas nenhum deles pare...