Gustavo
Quando vejo Matheus caindo em minha direção, seguro-o e chamo por ajuda
--Socorro, ajuda...SOCORROOOO, mais que merda não tem ninguém nesse colégio- continuo gritando então chega alguém, Marcos vem em minha direção, encaro-o e balbucio- Raios, logo...Você? Qual é universo.- Acabo dizendo um pouco alto, propositalmente, para que ele ouça, nunca gostei desse garoto.
--Olha Gustavo, posso não ser médico, mas pelo que parece o seu amigo aqui- Marcos diz apontando para um Matheus desacordado, e... fraco? Sim, se nós não o conhecêssemos, seria bem possível que tirássemos essa conclusão- não aparenta estar nada bem, então se quiser minha ajuda, vai ter que engolir seu ego inflado.
--Não preciso de você- digo num tom nitidamente falso.
Ele me encara com descrença:--Tá né, tchau- disse acenando, eu seguro-o pela maga do moletom cor marrom pastel.
--Eu... preciso dasuaajuda- falo tão rápido e baixo que parece que criei uma nova palavra, ele me encara esperando que eu peça com um pouco mais de educação, mas com um sorriso sapeca e até contagiante, se não fossem essas as circunstâncias, no rosto. Quando entendeu que não iria "estourar" meu ego, disse:
--Tá bom, não vou te torturar
Levantamos um Matheus abatido, e levamos ele para seu quarto, peço para Marcos chamar minha tia e a enfermeira, logo após chegarmos no quarto.
É quando minha tia chegar ela vai querer saber, aonde ele foi, por quê foi, e por que está tão abatido e eu vou estar ferrado, muito ferrado mesmo.
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Minha tia e a enfermeira acabam de chegar e a enfermeira vai correndo, fazer os primeiros socorros, enquanto minha tia para em minha frente com as duas mãos apoiadas na cintura, é essa 'conversa' vai ser mesmo difícil.
--Você vai me explicar direitinho, o que aconteceu aqui, Gustavo- ela diz isso num tom de raiva sendo controlada, ela está me encarando daquele jeito, que você sabe que não adianta mentir. Eu engulo em seco e tomo coragem.
--Bom...- depois de explicar tudo, quero dizer quase tudo, minha tia não sabe sobre a mãe dele, sabe apenas que ela morreu, ela me encara e pega minha orelha, como se eu fosse uma criança e a torce- aie, desculpa.
--A meu deus, vou ter que chamar o pai dele aqui- disse não direcionando essa fala a alguém especifico, depois olha para Matheus, com uma expressão que não consigo distinguir.
--Não, tia- digo contrariando-a e aponto para o rosto de Matheus, todo cortado- está vendo foi o pai dele.
Ela vira rapidamente e me encara com os olhos esbugalhados, e com uma expressão de horror coloca a mão em frente a boca; depois de alguns segundos atônita ela se recompõem e diz:- Desculpe, meu sobrinho, mas terei de chamar ele aqui, apenas para conversar comigo.
Concordo, afinal ele é o pai, enfermeira chama minha tia e diz que ele teve uma queda de pressão, e que ele vai acordar daqui algum tempo, e que quando acordar deve ir direto a enfermaria tomar um soro. Ela sai e minha tia a acompanha e Marcos entra:
--Ela pediu que eu esperasse- diz se referindo a minha tia- ele vai ficar bem?
-- Acho que sim- nos entreolhamos sabendo que isso é mentira.
--É esse vai ser um ano bem conturbado- dizemos juntos e saímos do quarto.
Sei que ele está pensando a mesma coisa que eu. Quando vamos ter sossego?. E chego a conclusão que nenhum de nós dois temos a resposta.
Fim
Gente então, qual será a causa da rivalidade de Marcos e Gustavo? O ego de um? O deboche de outro? Uma garota? Um time? Uma bobeira?
Possivelmente a ultima está certa. Tchau até o proximo
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Tudo de Certo está Errado
RomanceDor. Raiva. Angustia. Sofrimento. 'Coisas' ruins de se 'sentir'. Ponto. Mesmo que você nem se entenda por gente, ou tiver nas costas mais de noventa contadas de dedos- e muitas historias. As traições. As mentiras. Os acidentes. Tudo isso existe, não...