Lusco-Fusco | jikook

séoul noir.

#FUSQUETINHO

Puxou de leve o colarinho da camisa lilás, suspirando por sentir-se sufocado e não poder fazer muito sobre o assunto.

O suéter preto que vestia por cima parecia queimar na altura do estômago, mas Jimin tinha plena certeza de que era o nervosismo de estar na sala de reuniões outra vez. Já havia certo tempo desde o momento anterior que sentou-se ali, em sua última tentativa de conseguir a vaga como editor chefe da revista.

Veja bem, o editor chefe mudava a cada edição que era lançada da tão prestigiada Séoul Noir, logo, após a apresentação do tema do período, cada candidato a vaga deveria apresentar um projeto e o mais interessante venceria. E, bem, Jimin gostaria de vencer daquela vez.

Não concorria à vaga há meses, para não falar anos, porque acabava sempre pensando que o projeto extenso poderia atrapalhar ele e o antigo namorado. Park sentia-se mal só de lembrar como deixava seus desejos de lado para agradá-lo. Deixava seu próprio emprego de lado! Amava aquele trabalho e sua profissão, então certamente era injusto. 

Ajeitou a postura quando viu a porta de vidro abrindo, só então percebendo que estava sentado com mais três pessoas na mesa extensa.

Hoseok deixou a própria pasta preta sob a mesa também de vidro, sentando-se enquanto sorria para o amigo antes de virar-se para um dos seus sócios. Mais algumas pessoas também entravam, todos se organizando à medida que Jimin percebia faltar rasos três minutos para o início da reunião.

Sentia-se nervoso, mas lembrar que ele conhecia bem seu chefe e que sabia que nada absurdo viria dele o deixava um pouco mais confortável. Isto é, não eram tão próximos quanto gostariam, mas tanto ele quanto Taehyung mantinham contato com Jung que, sempre que podia, passava na mesa de Jimin conversar com o mesmo. Até mesmo havia sido ele quem conseguira o emprego para Park e este, por sua vez, se lembrava até aquele momento do alívio e alegria que sentiu quando Hoseok foi promovido a diretor da revista.

— Acho que podemos começar, não é? — o engravatado, Jung, levantou-se, recebendo a atenção de todos os outros presentes na mesa. — Primeiramente, bom dia.

Recebeu uma resposta levemente tímida dos funcionários e sorriu, dirigindo-se até a frente do telão para iniciar a conferência. 

— Bom, como eu sei que essa reunião vem assombrando vocês durante semanas, não vou me estender: a proposta do tema da nossa próxima edição é amor. — viu algumas pessoas anotando e fitou Jimin que o observava em silêncio, mas concentrado. Passou o slide e cenas de filmes famosos apareceram na tela grande. — Filmes românticos, livros sobre histórias de amor proibido em cidades apaixonantes e coisas desse gênero sempre foram do agrado do público, com uma margem de idade extensa, mas as buscas têm se tornado ainda maiores. Por isso, fora me passado pela equipe de marketing que essa edição deveria tratar do romântico, do amor, do belo. — sorriu, sentindo-se animado com as ideias incríveis que receberia. — A ideia bruta feita pela equipe de brainstorm foi de… Romantismo europeu. — nesse momento, fotos de cidades ocupavam o telão. — Florença, Viena, Praga, Londres, Amsterdã, Barcelona, Paris! Precisamos de algo que faça o leitor viajar enquanto lê a revista, pensando que tudo do que ele precisa é, sei lá, um encontro com vinhos e queijos aos pés da Torre Eiffel.

Um silêncio curto se fez antes de uma das mulheres erguer a mão, perguntando:

— Algo diretamente sensual, ou mais discreto?

— Façam da maneira que parecer mais certo. As ideias da equipe de brainstorm não são regra absoluta, mas sugiro que sigam por esse caminho. — deu de ombros, queria ser impressionado. — Todas as propostas serão revisadas antes de escolhermos quem ocupará o cargo de editor chefe da edição, então não temam em tentar surpreender, queremos algo que destaque.