• Promise •

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— Abra rápido, sei que tem alguém aí! — Ele disse desesperado, olhando sem parar para todos os lados.

Rapidamente abri a porta, vendo o garoto melhor. Ele não estava tão machucado, mas estava bem cansado e magro.

— J-Jimin, onde você estava...?! — Ele entre correndo na casa.

— Onde estão os outros? Cadê eles?! — Me encarou pela primeira vez nos olhos.

— E-eles já estão em suas casas.

— Merda... Chame eles, agora. — Olhou para a porta e fechou-a, enquanto eu pegava meu celular.

Liguei para todos contando sobre a aparição do outro, causando um espanto neles.

Imediatamente eles estavam na casa perguntando sobre o estado do mais baixo.

— Onde a Micha está? Ela está envolvida nisso, né? — Hoseok interrogou.

— Não. — Respondeu já mais calmo.

Todos entraram em choque.

— Como assim? Não era ela quem te escondeu por todo esse tempo? — Perguntaram confusos.

— Não, foi um homem, mais ou menos da nossa idade. Me manteve em uma cabana bem pequena dessa região, mas como eu estava com uma mordaça na boca, eu não conseguia gritar, o que nada adiantaria pois aqui é um lugar bem isolado. — Bebeu a água que coloquei para ele.

— Isso é bem estranho... — Digo.

— Micha não está envolvida, ela poderia ter aparecido em qualquer momento lá, mas não apareceu. Não levantem suspeitas contra ela. — Me encarou. — Aposto que foi essa daí.

— Por que eu faria algo assim com você? — Desvio o olhar.

Todos ficam em silêncio, apenas assistindo a minha discussão com Jimin.

*Jimin*

- 4 dias antes -

— Você não vai poder mais sair daqui.

— O-o quê? Por quê? — Pergunto não entendendo e com medo de seu olhar.

— Eu vou enlouquecer se você desaparecer, ainda mais por causa dela. — Se encolheu.

— Dela...? — A incentivei a continuar dizendo.

— Minjee, a garota esquizofrênica que está nos atormentando. Ela é perigosa para você, ela quer tirar você de mim, e eu estou muito insegura com isso. — Ela se jogou no sofá.

— Mas sabe que não vou cair nas mãos dela, e sabe que ela pode fazer tudo que eu mandar, certo? — Ela me olhou incerta. — Eu vou ficar bem. — Me sento ao seu lado, pegando sua mão.

— Você promete? — Ela mostrou o mindinho.

— É claro. — Agarrei seu mindinho com o meu.

Por fim, ela me deu um selinho.

— Mas você ainda não vai sair daqui. Eu prefiro que não saia. — Apenas concordei, ela nunca iria mudar de ideia.

Bastou ela dar as costas e eu subir para o nosso quarto, que fui desacordado.

Quando acordo, estava em um lugar bem escuro, mas ainda dava para ver algumas partes do lado de fora. Ao que parecia, era noite e, o pouco que eu enxergava de fora, estava iluminado pela lua (ou a luz do Sol que bate na Lua e ilumina a escuridão, como preferir).

— Mmmm... — Tentei falar, mas senti algo na minha boca, me impedindo de fazer a ação.

Minhas mãos estavam presas, mas meus pés estavam soltos. A única coisa que eu podia fazer era ficar em pé. Tentei sentir alguma coisa nos meus bolsos, mas não havia nada. Na cabana não tinha nada além de um monte de pedaço de madeira, mas eu estava muito cansado para poder fazer algo, fora que estava começando a ficar com fome.

Quem me trouxe aqui? Entraram na mansão e me sequestraram? Como está Micha e os funcionários? Será que estão aqui ou estou sozinho?

Resolvi dormir para não ficar com tanta fome ou sede, ainda me questionando sobre o que estava acontecendo. Estava bem frio e eu não tinha coberta alguma, somente as minhas roupas para me esquentar um pouco. Não tive coragem de me deitar naquele chão imundo, então me sentei no canto onde menos tinha frestas na parede e tentei dormir.

Acordei e estava mais claro. Meu corpo estava dolorido e eu continuava cansado, mas menos que antes.

Finalmente eu vi uma pessoa por ali, era um homem bem alto e aparentava ter minha idade. Tentei dizer algo, mas nada saía, porém ele abriu a porta da cabana.

— Está acordado? Tó comida. — Ele praticamente jogou um prato com uma sopa no chão. — Ops, me esqueci que você estava com esse negócio. — Ele soltou a mordaça.

Me senti como um animal naquela hora, pois estava tão faminto que nem liguei em me sujar tanto para comer. O problema era que minhas mãos estavam presas, então eu não podia pegar ajeitadamente o prato para tomar o caldo. Tudo que eu podia fazer era me abaixar para lamber o caldo como um animal qualquer bebendo água.

— É engraçado ver isso. Amanhã eu vou gravar você comendo, aí você vai poder assistir e rir. — Comentou rindo.

Eu estava tão focado em comer, que nem liguei muito para o que ele disse, somente a parte do "amanhã vou gravar você comendo". Por que somente amanhã e não hoje? Ele não vai me dar uma janta?

— Parece que sua fome está acabando, você não está atacando a sopa como antes. — Ele disse.

— Água... — Só consigo dizer isso.

Tomar sopa, apesar de ser líquido, dá sede, ainda mais quando se é uma sopa salgada como essa, e sem gosto algum.

— Não florzinha, você não vai beber água. — Puxou o prato, que estava praticamente limpo, e se levantou. — Sua próxima refeição será amanhã, então tente não se esforçar tanto. — Riu colocando a mordaça em mim novamente e saindo da cabana, antes trancando a porta.

A sede ficava cada vez mais intensa, assim como meu desespero para sair daquele lugar também só aumentava. Meus pés estavam quase congelados, eu já não os sentia mais. Resolvi verificar o meu redor novamente, vendo se não havia me esquecido de nada, mas meus olhos pesavam.

A resposta era não, eu não tinha mais nada para usar ao meu favor além das madeiras, que pareciam ser restos de construção. Não sei se vou conseguir cortar o material que me prende com aquilo, então não vou nem tentar para não gastar tanta energia. Mas quanto mais tempo eu passo aqui, menos energia vou ter, o que eu faço?

Acabei dormindo novamente.

Quando acordei era de noite. Eu estava com a sensação de estar de barriga cheia, então não estava com fome.

Tenho que sair logo daqui e salvar quem quer que esteja dentro daquela outra casa.

Ah sim, há uma casa ali e mais cedo, quando o homem estava aqui, ele foi para dentro dela, ou seja, ele está lá, então não posso fazer um barulho muito alto como tentar quebrar alguma dessas paredes.

Mas ainda não consigo achar alguma solução viável para eu conseguir sair daqui. Será que, sendo um empresário famoso, sentirão a minha falta? Será que a polícia foi acionada?

Assim, durmo novamente.

AmnésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora