• Save Me •

48 3 0
                                    

Jin chegou na sala dizendo que Jimin parecia estar recobrando a consciência, mas sussurrava algumas coisas inaudíveis.

— Jin, tem certeza de que aquele pequeno não vai fazer nada com o Jimin? — Pergunto preocupada.

— Que isso, vá ver com seus próprios o que está acontecendo. — Apontou para o quarto e eu fui rapidamente ver.

Abri a porta com cuidado mas preocupada, para ver um bebê dormindo agarradinho ao pai, que continuava inconsciente.

— Como está? — Hoseok perguntou ao meu lado, mas nem precisei responder porque ele viu.

— É estranho ver eles tão juntos assim, sem saber exatamente quem é um e o outro.

Essa era a cena que esperei ver por meses.

— Talvez ele tenha sentido que o Jimin é o pai dele? — Se perguntou.

— Por isso de alguma forma ele é especial. — Sorrio e encosto a porta do quarto, expulsando Hoseok da entrada.

— Aish, a cena é tão fofinha, queria continuar vendo. — Disse emburrado.

— Então tira foto. — Ele imediatamente sacou o celular dele e abriu a porta do quarto, tirando a foto, depois se juntou a mim, mostrando ela. — Não acredito.

Nos reunimos com os outros para tentar mudar o clima que ficou.

*Jimin*

Acordo sem saber onde estava, com uma imensa dor na região das costas e algo sobre meu braço esquerdo. Minha visão melhora e vejo que estou de volta ao quarto, mas estava escuro. Olho para o que estava no meu braço e vejo um bebezinho muito conhecido por mim, que acordava também.

— Ah, eu te acordei, desculpa... — Digo para ele, que me olha e dá um sorriso.

— A-a! — Diz alto.

— Gostaria de entender a linguagem dos bebês, mas infelizmente não consigo... — Acaricio a cabeça dele.

Será que a minha mãe entendia?

— Kwangsun?! — Minjee chegou assustada no quarto, me vendo acordado. — Você acordou! Não se mexa. — Ela saiu correndo novamente.

Garota estranha.

Fiquei interagindo com o pequeno até ela chegar novamente, só que agora com Hoseok.

— Jimin, como está se sentindo? — Hoseok perguntou preocupado.

— Com muita dor nas costas, porém bem. — Ele fez um sinal para que eu me virasse, assim me virei. — O que aconteceu para eu vir parar aqui? Lembro que estava na floresta depois de ter  seguido o som de uma flauta... — Digo me relembrando.

Meu amigo levantou a minha camiseta e passou alguma coisa bem gelada.

— Você foi atingido por um pedaço de madeira. — A garota disse.

— Como sabe? — Questionei desconfiado.

— Sun começou a chorar depois que você saiu da casa, e como ninguém conseguia acalmá-lo, eu resolvi te chamar para ver se você conseguia. Foi quando vi que você estava entrando na floresta, mas de repente parecia perdido nela...

— Aí alguém me atingiu. — Completo.

Me lembrei, quando eu estava apagando, ao que parecia um homem estava próximo. Deve ter sido ele quem me atingiu.

— Exatamente, e eu te trouxe de volta. Mas eu conheço aquela pessoa, e tem uma chance bem alta de ser quem te sequestrou. — A encarei confuso. — Consegue lembrar o rosto do homem que tinha te sequestrado? Pode descrevê-lo para mim? — Seu olhar transbordava ódio.

— Ele parecia ter mais ou menos a minha idade, era bem alto, cabelos castanhos, parecia ser bem forte também... seu rosto estava nos padrões, olhos um pouco maiores que o normal, parecia ser um mestiço... — Ela olhou para Hoseok.

— Com certeza é ele. — Suspirou pesado e saiu do quarto.

— Pequeno gafanhoto, você não tem noção do que acabou de fazer. — Tombei a cabeça para o lado, me perguntando o que havia feito. — Acabou de invocar o demônio do bem mas que é do mal. — Respondeu abaixando a camiseta.

— Como assim...?

— Eu acho que você não vai querer saber agora que sua mente regrediu...

Ele saiu do quarto, antes me avisando para que eu ficasse deitado de uma certa forma para me recuperar melhor. Não foi tão grave o que aquele cara tinha feito, pois quase nem sentia tanta dor mais. Kwang também foi com o meu amigo, sem reclamar.

Mais uma vez eu estava perdendo meu tempo parado. Gostaria de saber quem exatamente está fazendo tudo isso, dizem que não é a Minjee mas, como ela pôde me salvar duas vezes de uma situação a qual aquele homem estava envolvido? No entanto, pensando bem, quem realmente me salvou foi Kwangsun, que não parou de chorar até que ela saísse da casa para me procurar. Bebê esperto...

Me deitei apropriadamente na cama, em seguida escutei uma batida na porta.

— Jimin, eu trouxe água e algo leve para você comer. — Escutei a voz feminina, que parecia me enjoar.

— Não quero, estou bem, obrigado. — Digo mas mesmo assim ela abre a porta.

— Você já está fraco por causa causa do sequestro, agora acabou de ser atingido brutalmente pelas costas... você vai comer e beber isto aqui sim! — Colocou o prato e o copo em cima do criado mudo, que me parecia nem ter espaço para colocar um pequeno caderno.

— Aish, eu preciso descansar, não de você! — Digo alto.

— Eu vou embora quando você terminar isso! — Se irritou.

Bufei e peguei o prato com o sanduíche delicado e atraente. Tentei terminar rapidamente com ele, mas seu gosto era familiar e emocionante, de alguma forma.

— Está tudo bem...? — Ela perguntou ao me ver chorando.

— Uhum. — Respondi enxugando as lágrimas. — Que bizarro, esse gosto é bem familiar. — Ela riu nasalado.

— É o seu preferido. — Vejo seu sorriso.

Esse sorriso também é um dos melhores que eu já vi, parece único...

Sacudi a cabeça tentando afastar os pensamentos.

— Pronto, agora sai daqui. — Entrego o prato e o copo vazios.

— Como o senhor desejar. — Se retirou.

Meu eu antigo está voltando? Isso me parece ser ruim mas... os outros ficariam mais felizes com isso? Afinal, o que foi aquele sonho que eu tive, que eu não descobri até agora?

Não consegui dormir, só fiquei olhando para ciuma e reparando em cada coisa do quarto.

Hum, que interessante, isso acende a luz e ilumina a maior parte do ambiente, em um raio de 4 metros, até ficar totalmente escuro... 

AmnésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora