This place is filled with love and happiness

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Uma semana.

Já fazia uma semana que Yongguk estava preso naquela vila, mais especificamente naquela pousada velha e mal cheirosa. O inverno estava rigoroso demais e só conseguia sair para ver o carro na oficina ou tomar um café muito quente no posto de gasolina. Himchan havia montado um roteiro para aproveitarem minimamente algumas paisagens bonitas, no entanto tudo fora por água a baixo assim que os flocos de neve começaram a cair em uma quantidade preocupante.

Não era como se pudessem fazer muitas coisas por ali mesmo.

A maior parte dos dias os dois estavam juntos, deitados lado a lado na cama, compartilhando algumas histórias engraçadas ou marcantes de suas vidas. Comiam juntos, assistiam ao canal de desenhos juntos, escutavam músicas juntos, arrepiavam-se com os uivos perturbadores dos lobos à noite, ficavam olhando para a janela juntos e dormiam juntos também.

A amizade tinha crescido em uma velocidade surpreendente e bonita, tanto que Yongguk agradecia a Himchan sempre por não o deixar tão sozinho no dia a dia e por ter resolvido ajudá-lo com o carro na estrada.

Contudo, naquele dia em especial, o professor se sentia irritado e impotente. Uma sensação quente começava a perturbar em seu interior; sentia que algo ia acontecer, mas não sabia dizer se era bom ou ruim.

O mesmo sexto sentido que o havia feito mudar o caminho uma semana atrás, estava o enlouquecendo mais uma vez.

— Vou pegar alguns biscoitos com a cozinheira, quer vir?

— Não, muito obrigado. — Retrucou o Bang, contendo um suspiro. O outro deu de ombros e saiu porta a fora, no entanto parou na soleira e virou para trás. Fitou o homem deitado de barriga para cima, com uma calça jeans preta e um casaco verde. Mau humorado, o professor indagou: — O que foi? Perdeu alguma coisa?

— Eu não, você sim. Cadê a vontade de viver? Até parece uma alma penada tristonha pelos cantos.

— Eu preciso ir embora, preciso mesmo! Minha família deve estar preocupada. Faz uma semana que sumi e não consigo mandar recado nenhum. — Argumentou do nada, sentindo aquele incômodo na boca do estômago aumentar um pouco mais.

— Não quero te assustar ou piorar a situação, mas eles já devem ter acionado a polícia atrás de você.

— E provavelmente nunca me acharão!

— Calma, logo tudo isso acaba. De um jeito ou de outro você vai embora, então por que não aproveitar o tempo que resta? — Sorriu sincero arrumando o cachecol no pescoço. Yongguk acompanhou o trajeto das mãos brancas no pescoço fino, admirado com a delicadeza do outro. Himchan o olhou de novo, porém voltou para a cama, ficando de pé ao seu lado; esticou a mão direita e puxou-o pelo casaco, forçando-o a levantar o tronco. Ficaram alguns segundos se encarando em silêncio e com um sorriso brincando em seus lábios. — Vamos sair daqui! Você precisa se distrair e eu já sei o que faremos.

Sem discutir mais, Yongguk seguiu o outro para fora do quarto.

O cenário coberto pela neve era infinitamente mais atraente e bonito para o professor do que o quarto mofado e sujo. Ele caminhava encolhido em seu casaco afundando os pés no solo escorregadio com calma, perdido em pensamentos.

Estavam em silêncio fazia um tempo, apenas aproveitando a companhia um do outro e o frio rigoroso. Se Yongguk  não estivesse tão preocupado – com a família e com o sumiço que dera da Terra – com certeza estaria se esbaldando entre as árvores brancas e os montes gelados; era um passeio que gostaria de fazer em suas férias.

E ficaria contente de ter Himchan ao seu lado também, distraindo-o e enchendo seus dias de folga com sua presença brilhante e misteriosa.

Estavam cada vez mais distantes da pousada e da vila, e cada vez mais próximos de uma parte da floresta que Bang não conhecia. De repente Kim parou e olhou para o lado; um meio sorriso beirava seus lábios rosados pelo frio quando resolveu se aproximar do outro um pouco mais; os casacos grossos se roçaram levemente.

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