You've got a friend

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Yongguk desceu do carro com cuidado. Suas pernas estavam moles e o corpo parecia ter perdido toda a força.

Tudo culpa daquele pesadelo idiota, pensou atormentado.

Seu pescoço parecia arder de tão dolorido que estava. Dormir na mesma posição desconfortável por horas não havia sido nada renovador para o corpo já exausto, sentia-se "crocante".

A oficina estava aberta, mas não havia ninguém ali na frente. Respirando fundo – e tentando juntar coragem – foi até a traseira do carro e fez força. Quando foi empurrar o jipe até mais perto da entrada, percebeu que estava mais pesado do que no dia anterior e se deu conta de que estava, de fato, sozinho. Onde Kim Himchan havia se metido?

O homem abriu a boca para chamá-lo, no entanto fechou-a em seguida. Tinha a terrível sensação de estar sendo observado e, como se escutasse seus pensamentos, o dito cujo saiu do meio das árvores, causando um leve sobressalto no professor que tentou disfarçar com um bocejo forçado.

Himchan sorriu contente, retirando algumas folhas secas do cabelo e da roupa. Yongguk percebeu que ele estava com a mesma jaqueta e cachecol do dia anterior, então o que raios havia ido fazer na floresta? Ele não morava lá? Por que não fora se trocar?

Mais uma vez tinha muitas perguntas e nenhuma resposta.

— Bom dia, dormiu bem? — O professor de música não respondeu de imediato, deixando o outro um pouco desconfortável. Balançou a mão na frente dos olhos vidrados do homem que murmurou algo inaudível. Um palavrão, talvez. 

— Sim... Acho que sim.

— Tem certeza? Suas olheiras me parecem fundas demais. E você está com cara de doente: pálido e perdido.

— Muito obrigado. Era exatamente desse tipo de elogio que estava precisando. — Rebateu irônico, virando o corpo para o jipe. Sem prolongar o assunto, ambos começaram a empurrar o automóvel. Ao pararem na porta da oficina, um homem de idade surgiu curioso. 

— Algum problema, meu jovem? — Dirigiu-se à Yongguk, limpando as mãos em um pano sujo.

— Estava passando por essa estrada e o jipe parou de funcionar. O senhor poderia dar uma olhada, por gentileza? — O velho analisou o professor de cima a baixo e suspirou baixo. Não estava com muita vontade de trabalhar, ainda mais para um "turista". — E-Eubpago adiantando, se esse for o problema.

— Me dê uns minutos. — Os olhos enrugados do velho mudaram de foco e a agilidade com que ele se enfiou embaixo do automóvel foi surpreendente. Himchan afastou-se aos poucos, indo encostar o corpo na parede verde da oficina. Yongguk o seguiu, parando ao seu lado.

— Você precisa de um banho. Vamos até a pousada da cidade depois. — Comentou o rapaz fazendo careta e apontando para as vestes amassadas do outro, em seguida para a floresta densa a frente deles. — É perigoso ficar por aí, os lobos podem pegá-lo.

— O quê? Não! Eu vou embora. Com certeza consertarão hoje.

— Não ponha tanta fé nisso. Parece ser grave. E além do mais, você está cansado. Precisa de uma boa noite de sono para recuperar as energias.

— Minha família deve estar preocupada! Exausto ou não, hoje mesmo eu vou embora daqui.

— Veremos... — Retrucou Himchan, com a voz calma e baixa, contrastando com a feição angustiada em seu rosto. Um calafrio atemorizante tomou conta do corpo do homem. O que ele queria dizer com aquilo?

O idoso apareceu ao lado dos dois, dissipando a atmosfera tensa que havia se formado. Mesmo com o frio que fazia, estava suando de um modo exagerado.

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