Mina

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Chaeyoung acorda no mesmo sofá onde havia adormecido na noite anterior. "Porque eu sonho com coisas tão estranhas?", se pergunta. A jovem reune as louças que havia sujado e as leva até a cozinha, onde as deixa sobre a pia. Desde sua chegada, Son não telefonara para Nayeon, que provavelmente estava muito preocupada sobre a saúde da moça. Levou cinco minutos até que ela o fizesse, garantindo a mais velha que ela estava se sentindo bem e confortável, o apartamento era muito aconchegante.

O trabalho estava de lado havia dias; Chaeyoung era arquiteta, mas desde a perda da esposa ela tinha projetado muito pouco. Nos últimos meses alguns trabalhos curtos surgiram e ela participou em partes; Desta vez a jovem estava determinada a voltar, aquilo sempre fora seu sonho e ninguém a apoiou tanto quanto sua esposa; Ela odiaria se Son desistisse assim.

[...]

Dois anos antes

"Chae.", a moça muito enfraquecida pela doença a chama. "Você sabe o que vai acontecer, não sabe?"

"Tzuyu, você não vai morrer."

"Você precisa aceitar."

"Eu não aceito, minha Chou.", Son beija sua testa segurando as lágrimas novamente. "Nós vamos dar um jeito."

"Quando acontecer, por favor, não desista dos seus planos."

"Tzuyu, não fale assim."

A jovem Chou sorri; Ela quase não o fazia mais, as dores eram insuportáveis demais para serem ignoradas. No início ela tentava fazer a esposa e a irmã acreditarem que ela ficariam bem. Tzuyu continuou dando aulas mesmo com as cansativas sessões de quimioterapia, que com o tempo, deixaram-lhe debilitada o suficiente para mantê-la numa cama.

"Eu quero que cuide da Chae quando eu morrer.", disse certa vez para a irmã.

Nayeon, prometendo a caçula que o faria, cumpriu quando Tzuyu finalmente descansou daquele pesadelo. Chaeyoung esteve na casa que construiu para ela e Jeongyeon durante os dois anos que se seguiram; Não queria recomeçar sem sua Chou, mas era preciso.

As lembranças dos planos que elas fizeram desde o início do namoro assombravam a jovem Son como um fantasma; O que mais tarde, de fato, também a perseguiria.

• • •

Son trabalhou até o final da tarde em um projeto para a construção de uma escola; Estava prometendo entregá-lo havia meses, sempre enrolando um pouco mais a construtora responsável. Desta vez ela estava certa de que terminaria e por fim, voltaria a ver um de seus desenhos tornarem-se construções reais. Um barulho na cozinha tira-lhe a concentração.

"O que diabos é isso?", ela se coloca em pé e corre até o cômodo vizinho.

Chaeyoung adentra sua cozinha deparando-se com o misterioso fantasma tentando segurar uma xícara com as mãos. Son derruba o copo que carregava em suas mãos, espalhando cacos de vidro por todo o apartamento. O fantasma da bela jovem dá um salto.

"Você quebrou um dos meus copos!", implica ela. "Vai pagar por ele!"

"Isso só pode ser brincadeira", Chaeyoung esfrega os olhos e ela continua parada encarando-lhe de volta. "Eu vou ter que chamar um exorcista ou algo do tipo?", pergunta.

"Engraçadinha você, não? Assim que eu descobrir o que você fez com o meu telefone, eu vou ligar para a polícia."

"Será que você ainda não percebeu?"

IntocávelOnde histórias criam vida. Descubra agora