Gerard achou sua própria maneira de lidar com o luto; Ele não precisou de uma cafeteria ou um parque, surpreendentemente, tudo o que ele precisou foi de um lápis e seu bloco de rascunhos. Isso foi surpreendente porque, depois que sua avó morreu, ele não pensava que poderia pegar em um lápis outra vez. Apesar de que, quando sua mão direita finalmente cicatrizou, ela se encontrou praticamente coçando pela necessidade de desenhar. Aquilo foi o que ele fez na maior parte dos dias durante toda a semana. Ele achou seu processo muito calmante e relaxante. Ele não precisou pensar ou analisar, sua mão fez o trabalho quando sua mente ficou entorpecida assistindo objetos e vários detalhes aparecerem no pedaço de papel. Depois de um dia como aquele ele se sentia instantaneamente mais calmo e conseguia ter, pelo menos, uma boa noite de sono. Nem sempre ele conseguia escapar dos pesadelos, mas ele aprendeu a como lidar com eles também, visualizando-os em seu sketchpad.
Gerard passava os dias desenhando e conversando com Frank. Não através da hotline. Desde o funeral, Gerard só o ligou duas vezes e sempre pelo seu telefone pessoal. O resto eram apenas mensagens. Gerard não sabia como Frank o fazia, mas ele sempre estava lá para lhe mandar uma mensagem espirituosa ou alguma coisa para animá-lo quando ele precisava.
Como há poucos dias atrás, quando ele acordou de um cochilo quase gritando por causa de um sonho terrível que ele teve. Ele estava tremendo e apertando sua cabeça, repetindo furiosamente que havia sido apenas um sonho. E nem cinco minutos depois, ele recebeu uma mensagem de Frank: ‘As vezes eu esqueço que não posso atravessar as paredes. Felizmente, essa porta de vidro ridiculamente limpo estava lá para lembrar a mim e às dezenas de pessoas ao meu redor.’ e Gerard apenas sorria contra sua vontade e se sentia, ainda que levemente, melhor.
Algumas vezes eles até flertavam. Nesses momentos, Gerard não conseguia esconder seu sorriso, não importava o quando tentasse. Ele conhecia Frank muito bem agora, e ele também conhecia o fato de que ele era sempre assim, brincalhão, sempre inserindo alguma coisa pervertida em suas conversas e fazendo trocadilhos. Então Gerard nunca deu muita atenção e importância para seus pequenos comentários e sugestões.
'Como foi seu dia?' Gerard começava.
'Eles continuam redirecionando meninas para mim. Primeiramente, eu estou surpreso que tenha meninas que gostam desse tipo de coisa. E, depois, eu sempre falo para eles que eu não faço garotas! Por que elas continuam vindo para mim???'
'Bem, você tem uma foto sua disponível no site. Honestamente, quem pode culpar elas?'
...
'Eu ainda não pensei em nada para comprar no dia das mães. Sou o pior filho do mundo.'
'Uh, Gee... O dia das mães foi no ultimo domingo.'
'O QUE? Merda, me fode...'
'Claro... Se você acha que isso vai te ajudar a lembrar melhor dos feriados.'
Se aqueles joguinhos as vezes falhavam em fazer Gerard se sentir como uma menininha apaixonada no colegial, então as mensagens onde Frank era sério e reconfortante sempre faziam. Aqueles eram tempos em que nem mesmo desenhar ajudava Gerard e tudo o que ele queria fazer era se encolher e chorar por horas. Às vezes ele confidenciava para Frank que ele se sentia inútil e que ele não achava que poderia seguir em frente sem a sua avó. Quando isso acontecia, Frank o lembrava de todas as razões pelas quais ele não era inútil e que ele se preocupava muito com ele. Aquelas eram as poucas vezes que eles se falaram pelo telefone. Talvez Frank soubesse o efeito que sua voz tinha sobre Gerard e era por isso que ele escolhia ligar apenas nesses momentos? De qualquer forma, Gerard se acalmava e aproveitava o leve formigamento em seu estômago por ouvir Frank falar daquele jeito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crazy For You [Frerard]
FanficGerard, em um momento de desespero e frustração sexual, decide ligar para um disk-sexo. Ele pretende fazer isso apenas uma vez mas as coisas tomam um rumo inesperado. Autora: elimak, AO3 #1 em Frerard - 29/03/19