Capítulo Quatro

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Levanto da cama com cuidado pra não acordar a Gaby, vou pra cozinha beber água, olho o relógio na parede e são 08:25 da manhã, ai que dor de cabeça tomo minha água com um paracetamol.

Olho os armários e vejo que não tem nada pra comer, acho que vou na padaria. Volto pro quarto e mudo de roupa

Oito e meia da manhã e aqui tá um calor do cacete, pego o dinheiro boto atrás na capinha do celular e saio de casa

Desço o morro vendo as crianças brincando na rua, eu nunca tive essa chance de brincar na rua tá ligado sempre morei no morro e quando eu era menor o morro sofreu muitas ameaças e muitas invasões, depois que o morro se "levantou" eu já tava na sexta série, eu poderia ter saído pra rua mas eu nunca tive muitas amigas e sempre fui humilhada pela minha aparência e meu jeito

Por isso eu deixo minha filha "livre" se ela quer brincar na rua ela brinca, com cuidado óbvio, eu tento sempre ser a mãe que eu não tive pra minha filha, eu cresci só com meu irmão, e você se pergunta ta mas e seus pais? Minha mãe abandonou meu pai assim que eu nasci, motivo? não sei, meu pai era sub dono do morro nunca tava em casa por isso quem me criou foi o Nathan, mas infelizmente não foi com muito amor.

Saio dos meus pensamentos quando chego na padaria comprei um bolo de chocolate, torta de morango, pão francês (assim que eu chamo) e mais as coisas pra passar no pão

***

Tava quase em casa quando passo em frente a boca e vejo o Lucas ali na frente conversando com uns caras, ele me olha, com um olhar de ódio

Misericórdia até parece que ele descobriu que a Gabriela é filha dele. Volto o meu olhar pra rua e vou pra casa

Chego em casa e as meninas estão dormindo ainda, menos a Gaby, que está no sofá assistindo desenho, vou para a cozinha boto a água pra esquentar e faço o café pego as coisa e arrumo a mesa quando termino vou até a lavanderia, vou até a Gaby e chamo ela pra me ajudar a acordar as meninas

— mãe você  é doida elas vão querer te matar — riu 

— Que nada filha, aquelas ali não fazem nem cócegas — rimos

Pego duas tampas de panelas e entrego pra Gaby, pego outras duas pra mim

—  eu vou pro quarto da Sarah e você vai pro da Elo — sussurro. Abro a porta do quarto devagar e começo a bater as tampas — BORA ACORDAAAAAAAAAA 

— VAI TOMAR NO SEU CU LÍVIA — caiu da cama, começo a rir tanto que minha barriga dói 

— AAA SOCORROOO — Gaby saiu do quarto correndo

— EU VOU TE PEGAR MOCINHA — Eloísa passou correndo atrás da Gaby

— Pensem pelo lado bom, olha que café maravilhoso eu fiz para vocês — faço uma cara fofa e apontei pra mesa

— Sabe uma coisa que minha mãe dizia, tudo é resolvido na base do diálogo, e sabe eu nem tô mais com raiva de você  — Sarah veio me abraçar e todas nós começamos a rir e a tomar café até que a campainha tocou.

Não dá nem tempo de eu levantar da cadeira, a porta é rapidamente aberta por brutamontes, e adivinha quem? Nathan, Karol e Ana

— Vim tomar café com minha maninha — sorriu falso

— Mudou nada, continua o mesmo interesseiro de sempre — repeti o sorriso falso

— O que vocês estão fazendo aqui? — Eloísa perguntou

— To na mó larica — passou a mão na barriga

— Senta aí pra comer então homem — aponto para a cadeira — Vocês também meninas, sentem — todos se sentaram e nós tomamos cafés juntos 

***
Lucas narrando

— Eaí caralho bora quero atividade nessa porra — entrei na salinha, todos ali estavam na atividade empacotando as drogas 

— Chefe tá na hora — cupido entrou na sala

— valeu 

Hoje eu marquei o teste de DNA, tô nem aí pra Lívia, quero saber de uma vez se a Gaby é ou não minha filha.

Pego minha moto e vou na casa da Tia Vitória, mas antes passo em casa, tomo um banho e troquei minha roupa, tirei uma foto e como quem não quer nada posto no insta. Vou na garagem e pego meu carro, dirijo até a casa da tia, já falei pra ela da minha desconfiança e ela tá me ajudando.

Chego na frente da casa e buzino, logo vejo elas saindo

— Oi meu filho — entrou no carro com a Gaby

— Oi tia, oi criança — acelero para o posto do morro

***

Já fizemos  o teste, a Gaby não falou nada simplesmente fez o teste e não perguntou para o que era nem nada, o que eu fiquei de cara foi que a guria não fez aquele escândalo que toda mina faz ela ficou bem quieta

— Aqui está o exame — o doutor me entregou o envelope

— valeu aí — caminho de volta pro meu carro

Vocês devem tá se perguntando como o exame saiu tão rápido né, simples dei uma boa quantia de dinheiro pro médico e ele me entregou na hora. Deixo a tia e a Gaby em casa, não posso ser visto com a Gaby

Chego na salinha, me sento na minha cadeira maravilhosamente macia, acendo um beck e abro o envelope e começo a ler até que algo em negrito me chama a atenção 

Positivo

Depois da ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora