-Gabriela!
Seu nome a despertou daquele feitiço e Gabriela se afastou de Vicente se virando para a amiga.
-Sua mãe está te chamando para você ir se trocar. O vento está meio frio e ela não quer que você pegue um resfriado.
Disse ela com um meio sorriso mostrando desaprovação. Gabriela se voltou para Vicente que parecia um pouco decepcionado pela interrupção. Ela tirou a coberta de si e se levantou, seguindo a amiga sem olhar para trás.
- O que foi isso?
Disse Michelly quando elas saíram de perto da piscina, Gabriela pode ver o olhar de decepção de Patrick a poucos passos delas.
-O que?
-Não acredito que você ia beijar ele! – disse Patrick se aproximando delas – Aquele cara te esculachou e você ainda vai...
Patrick se calou respirando fundo.
- Gente, não aconteceu nada entre Vicente e eu.
Disse ela se sentindo um pouco confusa.
-Porque eu te chamei, caso contrário você estaria lá dando uns pegas no playboy agora mesmo.
-Depois de tudo o que ele te fez, eu não acredito que você quer dar uma chance para ele!
Os olhares de reprovação de seus amigos sobre ela a irritou, Gabi tomou uma respiração profunda.
- Não estou dando chance a ninguém. Agora, se vocês me derem licença eu vou trocar de roupa. Sozinha!
Disse ela se afastando deles. Sua mãe ofereceu uma roupa de Nana a pedindo para se trocar no quarto da mesma.
Gabriela se olhou no espelho odiando o vestido que abraçava seu corpo. Ela percorreu seus dedos por seu cabelo o desembaraçando. Sua mente vagava a cada minuto, mesmo que ela tentasse não pensar nisso, para o que quase ocorrera na piscina. Talvez ficar sozinha não fosse uma boa ideia, mas ela não estava afim de aguentar aquele falatório dos amigos.
Ela fechou a porta do quarto indo em direção a sala quando ela o viu sair de um cômodo usando agora roupas secas que lhe caiam incrivelmente bem. Vicente parou ao perceber sua presença ali.
-Pensei que você já tinha ido.
Disse ela estranhando a demora da ambulância.
-Teve um acidente feio na rodovia então meu pai decidiu cancelar a ambulância e me levar para o hospital, já que não é um caso de urgência.
- Okay, espero que você fique bem!
- Obrigado, Gabs!
Disse ele com um pequeno sorriso se aproximando dela. Eles estavam ali sozinhos e ela não podia negar que aquela vontade de alguns minutos atrás ainda estava com ela.
Gabriela atentamente o observou se aproximar dela, seus olhos presos no dela a deixando sem reação apenas esperando por qual seria seu próximo passo.
- Onde estávamos antes?
Ele sussurrou próximo a sua boca.
-Acho que eu estava indo para a sala e você embora.
Ele riu se aproximando ainda mais. Gabriela sentiu as mãos dele em seu rosto o segurando. Seus olhos foram para a boca dela e ela não pode evitar de os seus irem para a boca dele.
-Acho que era outra coisa.
Disse ele encerando a distância. Seus lábios tocaram delicadamente os dela em um pequeno selinho e ele se afastou um pouco o que a fez abrir os olhos e ela o viu a observando como se ele estivesse pedindo autorização para continuar. As mãos de Gabriela foram para a camisa branca de Marcos que ele estava usando o puxando para si antes de unir seus lábios novamente.
Ela estava sem fôlego contra a parede daquele corredor, seus olhos castanhos estavam presos nela enquanto um tímido sorriso estava em seus lábios.
-Você não tem noção do quanto eu senti sua falta, Gabs.
Noção talvez ela tenha, pois ela também havia sentido a falta dele, a falta de estar com ele, mas ela não podia se deixar levar pelo momento, ele havia a magoado. Gabriela delicadamente o empurrou para que ela se afastasse da parede.
- É melhor você ir indo, seus pais devem estar te esperando.
Ele a analisou por alguns segundos e sorriu triste.
- Posso ir na sua casa?
Gabriela o olhou surpresa.
- Por quê?
- Nós precisamos conversar. Nós precisamos acertar as coisas entre a gente.