-Ela não quer saber de você. Ela não te quer por perto.
Ele disse observando o ultimo gole de bebida em seu copo. O liquido em um tom de dourado se movia de um lado para o outro, enquanto suas lágrimas deslizavam por seu rosto. Sua mãe se sentirá envergonhada se ela o ver naquele estado na casa de uma das famílias mais importantes daquela cidade, mas naquele momento ele não se importava. Tudo o que se passava em sua cabeça foi a forma com a qual ela o havia rejeitado, a forma como ela havia o pedido para a deixar em paz.
Ele estava arrependido. Na verdade, o arrependimento aparecera poucos minutos depois que todas aquelas palavras deixaram seus lábios, mais precisamente no segundo em que ele havia batido a porta de seu carro. Ele havia perdido ela e tudo isso era culpa dele.
Bom, o que ele poderia esperar de si mesmo? Ele era assim todo errado, ele não deveria estar surpreso de estragar tudo aquilo então. Ela tinha culpa nisso, ela o havia magoado e ele a havia magoado também, então ele poderia dizer que os dois estavam no mesmo barco, os dois haviam contribuído para aquilo.
- Você terminou comigo!
Sua voz ressoou em sua cabeça e ele pode ouvir a magoa disfarçada naquelas palavras. Então ele sentiu sua própria mão o atingir na cabeça enquanto ele se xingava de burro.
Eles haviam acabado para sempre. Não há nada que ele pudesse fazer para a fazer o perdoar, e mesmo que se em algum momento ela o perdoasse ele sabia que ela nunca o aceitaria de volta, ela nunca esqueceria suas palavras.
Ele sentia falta dela. Ele sentia falta dela de uma forma que ele nunca havia sentido antes. Nada que ele já houvesse experimentado chegava perto do que o que ele sente naquele momento.
Assim que os fogos haviam colorido o céu daquela cidade maravilhosa ele a viu o dar as costas para sempre e isso havia doído muito. A sensação era como se alguém houvesse o esfaqueado no peito impetuosamente com a lâmina mais poderosa do mundo. Ele havia ficado imóvel naquele lugar a vendo ir de encontro a pessoas que ela mais ama naquele lugar, e ele estava sozinho.
Ele havia se afastado da multidão inda tonto com aquele golpe e então havia sentido os braços de sua mão em volta dele enquanto ela o dizia alguma coisa que ele não conseguiu ouvir. Quando ele estava livre de seus braços ele se voltou para ela a encontrando nos braços de Patrick na piscina enquanto eles brincavam na água.
Seus pés o levaram para a mesa de bebidas que se encontrava sozinha. Aproveitando se daquele pequeno descuido Vicente pegou uma das garrafas de uísque disponíveis ali, escondendo-a embaixo de sua camisa. Seus pés o levaram para longe da multidão enquanto ele sentia as lagrimas percorrerem seu rosto.
Quanto tempo ele estava ali? Ele não sabe, a única coisa que ele sabe era que o liquido da garrafa se encontrava abaixo da metade e que os barulhos haviam diminuído.
Todos os momentos com ela passavam em sua cabeça perfeitamente como se ele estivesse assistindo a um filme. Ele podia sentir a macies de sua pele contra a dele, o gosto de seu beijo em seus lábios, ele podia ouvir seus suspiros quando eles se empolgavam com os beijos. Ele nunca mais teria isso e isso o dilacerava.
Vicente deixou a garrafa ao lado tentando se levantar em seguida, mas suas pernas estavam com alguma dificuldade em obedece-lo. Assim que ele conseguiu se levantar, Vicente se apoiou na parede quando tudo parecia girar a sua volta.
Ele estava confuso, suas pernas não o obedeciam e em algum momento ele percebeu que estava parado perto da piscina a onde ele estivera a poucas horas atrás. Seus olhos pararam na água limpa da piscina e então suas pernas começaram a falhar novamente. Ele sentia como se aquela água o estivesse puxando para si.
Ele tentou dar um passo para trás, mas tudo ficou confuso e ele se viu se aproximando cada vez mais da borda da piscina. Vicente fechou seus olhos como se isso pudesse o ajudar e ele sentiu seu corpo cair em queda livre antes de tudo ficar escuro.
