Muro de inseguranças avermelhado

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Existe um muro invisível entre eu;
Eu do passado;
O eu do futuro que eu acredito;
E as pessoas do meu passado e presente.
Muro que eu fui construído quase sem percebe.

Começando pelas junções de tijolos que eu chamo de
"Não quero conversa sobre isso"
Que foram de conversas longas para depois nada além de uma mensagem ignorada
Pelo simples fato
De não querer
E de cimento feito de pura solidão e feita de modo lento e sem ser notado.

Onde tudo foi coberto por uma camada grossa de uma máscara que mantenho
Que mantém tudo do mesmo jeito monótono
Que não há saída ou tijolo colocado
Que me faça volta a ser oque era uma vez.

O muro me perturba;
E eu tento arranhar a velha pintura avermelhada
Mas ele só me lembra da ansiedade das minhas unhas na parede de concreto.
E o muro cresce;
Colocado mais tijolos a cada "adeus" recebido
E cada "nós vemos amanhã" não recebido

Não prometo derruba-lo
Nem parar com a construção
Só prometo escala-lo um dia
E sentir finalmente o vento que eu nunca pude sentir
E me liberta das paredes com pintura velha
E me esconder atraz dele novamente
Pelo medo
E ansiedade
Recorrente.

Durará o tempo que for necessário
Até me despedaçar antes desse muro
Que hoje no presente chamo de
"Distância colocada"
Entre tudo que eu mais desejava
No fim das contas, é só a distância e adeus que eu dou para cada pessoa
Que me faz sentir esse muro
Que não é visto
Mas inevitável.

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