Capítulo 12

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Acordei com uma enorme dor de cabeça que retratava as minhas noites mal dormidas, estou com um aspeto horrível não tive mais coragem de verificar notícias sobre Ian e Carmen, me arrastei até ao banheiro tomei uma ducha e visto uma roupa prática para seguir os meus treinos, hoje é o último dia de treino hoje vou por em prática tudo o que aprendi e logo volto para Nova York, antes de voltar tenho que me assegurar de arranjar uma outra casa pois não quero por em  perigo a Filipa e mesmo depois de tudo não quero que Carmen sofra de novo às mãos do meu pai por minha causa.

Ian e Filipa tentaram ligar-me um par de vezes mas nunca lhes atendi, Rúben tentou consolar-me e eu a ele. Malia ainda apareceu aqui em casa tentando convencê-lo a voltar para ela mas ele está demasiado magoado para a voltar a perdoar, mas talvez um dia o faça e assim possa seguir em frente sem ressentimentos.

Vou até ao centro de treinamento e equipo-me no balneário, entro na sala e aqueço à espera de Afonso e Rúben.

Treino os meus ganchos no saco quando a luz se apaga, fica totalmento escuro, me agancho e procuro um canto onde me posso proteger, ouço passos muito próximos a mim mantenho calma a minha respiração e quando a pessoa está próxima o suficiente de mim ataco com uma rasteira e ponho o pé em cima da garganta do meu oponente que fica logo imobilizado, as luzes se acendem e Afonso aparece, batendo palmas, próximo a mim e do Rúben que está no chão imobilizado.

- Eu não vejo o que podemos treinar mais Luz, você está pronta! - Ajudo Rúben a levantar.

- Não, não estou eu ainda tenho que praticar muito porque assim eu não vou conseguir! - Eu ainda não sou forte o suficiente para cuidar do meu pai, vou acabar morrendo mesmo..

- Que isso garota? Não confia em mim não? Se eu tou dizendo que você está pronta, confia em mim, você vai ficar bem Luz!

- Então acho que tá na hora de voltar não é mesmo?

- É isso aí mas eu vou com você. - O QUÊ?!

- Você ficou louco? Você não pode ir comigo, ele te mata também!

- Eu não tenho medo de morrer, não por você, já para não falar que sou grandão né flor? - Coisa mais fofa gente, me casava agora véi.

- Mesmo assim, não quero que você se arrisque por mim!

- Cala a boca, eu vou com você e está decidido.

- Babaca teimoso.

- Olha o respeito mocinha. - Deito a língua de fora como uma criançinha de 3 anos mas ele sempre ri de mim. - Melhor ir para casa fazer as malas não? Viagem ainda é longa e temos que reservar o vôo.

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Rúben e eu embarcámos por volta do meio dia, devíamos chegar a Nova York de noite, ia dar uma passada no apê da Filipa e da Carmen para ir buscar alguma roupa minha e ir para minha casa junto com Rúben que se ofereceu para ficar comigo.

 Chegando a casa de Filipa peço para Rúben esperar por mim junto ao meu carro, peço duas vezes antes de abrir a porta, mas essa casa ainda é minha também, vou entrando e logo avisto Filipa no sofá com um moço ela me olha surpresa primeiro mas logo se levanta vindo-me abraçar bem forte.

- Deus Mel, você nos deixa assim sem notícias estava tão preocupada com você!

- Eu tou aqui Filipa, vem vivinha, mas sei que houve quem segui-se em frente depois do meu desaparecimento...

- Ah você já sabe... - Assenti e ela continua. - Eu não estou de acordo com o que eles estão a fazer, a Carmen pelo menos devia de saber melhor, você é amiga dela.

- Era. Já não sou mais, amiga que é amiga não espera a outra desaparecer para saltar para cima do homem da outra de seguida, mas melhor agora do que depois assim vejo logo quem são eles realmente.

- Deixa isso amiga, vem conhecer o meu namorado!

- Opá, vejo que perdi muita coisa mesmo. - Filipa ri e me arrasta até ao moço que antes estava sentado com ela mas que agora estava de pé sorrindo para nós.

- Este é Caio, Caio esta é Mel minha melhor amiga. - Caio era bem bonito alto, neguinho e com um sorriso de morrer mesmo, minha amiga merece.

- Oi Mel, ouvi falar muito de você. - Diz me dando um abraço, aproveito e sussurro no seu ouvido:

- Se você algum dia machucar minha amiga, eu vou arrancar as suas bolas e eu falo sério. - Ele logo se afastou de mim como se tivesse levado um choque, eu sorrio e continuo: Prazer te conhecer também Caio, não queria interromper mas vim só buscar as minhas roupas.

- Como é? Roupas para levar para onde?

- Eu não vou morar mais aqui, não com ela, sou capaz de matá-la.

- Não fala assim Mel, vocês foram melhores amigas, ainda há sentimento aí dentro...

- Ele morreu quando ela me traíu. - Eu tava sendo dura, eu ainda me preocupava com Carmen mas não a iria perdoar.

Somos interrompidos com alguém entrando em casa rindo, Filipa fica imobilizada no seu lugar e eu me viro já calculando quem seja, dou de caras com Carmen e Ian de olhos arregalados por me verem ali. Carmen foi a primeira saindo do transe vindo em minha direção de braços abertos pronta para me abraçar mas a corto logo ali.

- Se não quer ficar sem braços não encosta em mim! - Digo firme.

- Mas Mel o que se passa? Porque você está falando assim comigo?

- Ah mas você tem muita cara de pau, bastou eu viajar para você mostrar a sua real face, podia imaginar de tudo menos você me traíndo.

Ian finalmente sai do transe e vem em minha direção bastante cauteloso, ele parou ao lado de Carmen dando-lhe um olhar preocupado eu olho para ela e vejo-a observando-me com os olhos marejados mas não faz nenhuma mensão de se defender nem arranjar nenhuma desculpa.

- Mel não é o que você está pensando, nós podemos explicar. - Diz Ian.

- Você cala a sua boca! Não quero ouvir mais mentiras vindo de você, aliás de vocês! - Viro-me para Filipa - Vou buscar a minha roupa e vou embora, depois a gente se fala.

E dou as costas para todo o mundo que me fica olhando petrificados.

Que se fodam Ian e Carmen, sejam felizes.

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