Ato 2

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Boa leitura
#ÉVouTae

Boa leitura#ÉVouTae

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6PM.24 de março

Vestindo minha camisa vermelha de botões, passando um LipTint sobre meus lábios, para dar um ar de vermelho natural para eles, usando o mesmo produto em minhas bochechas para dar o mesmo toque que eu queria na boca. Agora sim eu me considerava pronto para encontrar o CEO da CyberSpace.

Um pouco apertado pelo o tempo, pego tudo o que preciso e ponho meu tênis de cano alto em frente a porta do meu quartinho, saindo do local, logo depois. Pego o dinheiro no meu bolso e vejo que tudo o que tinha era para uma passagem de ida ao determinado restaurante. Isso me deixava levemente desesperado.

Era horrível a ideia de ter que contar com os outros para pagar sua comida, e quem sabe pagar sua passagem, além de indelicado, me faz ter uma ideia de humilhação e dependência. Era horrível essa sensação, mas inevitável.

Entro no ônibus, costumeiramente cheio, e me seguro em uma das barras de ferro para não cair. Olho em volta e vejo a figura de um povo cansado. Mulheres exaustas loucas por algum lugar silencioso para se sentirem seguras, e homens exaustos procurando um corpo para se acomodarem. Todos necessitados de uma serotonina passageira, algo que os de motivos para existirem por mais alguns dias, mesmo que seja uma felicidade tão rápida quando o fio de uma bomba, o desejo — a fome do mundo — é o que guia o ser humano na luta de sua existência

Quando chega ao meu ponto, vou ate o final do ônibus e desço as pequenas escadarias, tendo que pular o último degrau para enfim alcançar o chão.

Olho para os lados vendo a simples Itaewon, como não tinha dinheiro para mais uma passagem de ônibus, vou andando entre as poças d'água tentando ao máximo não ser pego e ficar sujo,  não queria trazer uma má imagem para o empresário famoso.

Por sorte, não demoro a chegar e entro no local, em Hell's Kitchen, apesar do nome um pouco bruto, era o local mais sofisticado que conheço. Com mesas de madeira e paredes com tijolos vermelhos. Era lindinho, reconfortante. Assim, Taehyung poderia pensar que sou um homem simples, mas com dinheiro o suficiente para me alimentar bem.

Avisto o mesmo sentado em uma mesa no centro do pequeno restaurante, folheando o cardápio com muita atenção, verifico o relógio para ver se tinha me atrasado, porém foram pequenos minutos. Céus, aquele homem era muito pontual.

— Oi! — Digo antes de me sentar e curvar levemente minha cabeça em cumprimento, e ele sorri tirando o cardápio de sua frente apoiando seus cotovelos na mesa e me encarando firmemente. Seu olhar era leve, mas me demonstrava algo ruim, sentia no fundo um julgamento, não sabia qual era, contudo, me parecia que ele me julgava internamente, só que de uma maneira bem sutil.

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