🎼 A verdade 🍧As lembranças da noite anterior ainda invadia meus pensamentos. Não apenas pela humilhação de ser praticamente enxotada do clube, mas por causa de todas aquelas sensações estranhas que estava sentindo por causa da presença Lucas.
Tudo que eu queria era ficar bem longe dele, mas isso não seria possível, já que hoje é o dia do mutirão da reforma do asilo. E assim que ó vi descer do Cadillac ao lado do senhor Joseph meu coração parecia mais um trem descontrolado. E tudo piorou assim que Lucas chegou aonde estávamos, com seu sorriso encantador no rosto e seus olhos da cor do céu, do qual parecia ter o dom de desvendar meus segredos.
_ Lucas!..., que surpresa vê-lo por aqui! , conseguiu se livrar da coleira que Gleice colocou em você? _ Vinícius caçoa de Lucas, fazendo todos rirem.
_ Você diz Isso Bola, porque está aí sozinho e não tem um brotinho lindo igual a Gleice, como namorada! _ Lucas revida.
_ Na verdade eu tenho sim!...pena que o brotinho em questão, continua com a idéia de não namorar e nem se casar!... destroçando assim meu pobre coração! _ Vinícius diz enquanto colocava os braços por cima dos meus ombros e me encarando.
_ Como assim? _ Lucas questiona sem tirar os olhos de mim.
_ Na verdade, Carol não quer namorar nem sem casar com ninguém,...e isso está deixando nossa mãe de cabelos brancos! _ Quincas comenta, e toda aquela conversa sobre mim estava me incomodando.
_ Eu!..., vocês vieram aqui para trabalhar, ou para ficarem aí fofocando sobre minha vida? _ Pergunto um tanto mal humorada. O que era algo raro de acontecer.
Sai sem esperar que alguém reagisse, e fui para dentro do asilo aonde eu fiquei encarregada de pintar os quartos junto com Ester.E isso seria bom, já que os rapazes iriam cuidar da reforma do telhado e assim eu ficaria longe de Lucas, e de todas as confusões que sua presença me causava.
Passei a manhã inteira distraída com meus pensamentos, e quase não prestei atenção nas fofocas de Ester. Me sentia estranha, como se existisse um vazio dentro de mim, e tudo que eu queria era voltar a ser a velha Carolina alegre e cheia de vida novamente.
A hora do almoço chegou e nos reunimos no jardim aonde havia algumas mesas debaixo das árvores. Minha mãe, Tereza e outros mulheres servia as refeições, que pelo cheiro estava uma delícia. Me sentei com Ester e Quincas, enquanto isso observava senhor Joseph todo empolgado conversando com minha mãe. O velho italiano não perdia tempo, e ver aquilo me fez sorrir pela primeira vez naquele dia. Mas, meu sorriso se desfez assim que vi Lucas vindo na nossa direção e se sentar do meu lado. Com sua camiseta colada ao corpo por causa do suor, sem seus óculos o que ó deixava ainda mais bonito. Desviei meus olhos para meu prato tentando não olhar para Lucas, mas seu cheiro invadia minhas narinas. Uma mistura de perfume e suor, e aquilo fez minhas bochechas queimarem. E tudo piorou, quando às vezes ele encostava seus joelho no meu.
Não consegui comer nada, apenas mexia no prato. " O que está acontecendo" , pensei comigo mesma antes de perceber que Lucas me encarava.
_ Está tudo bem, Carol?
_ Sim!!!_ Guaguejo, tentando manter a calma. Já que meu coração dava saltos dentro do meu peito, e parecia que ele iria sair pela minha boca e cair diante dos meus pés.
_ Você não está zangada por causa daquela conversa de hoje cedo!...,pois com certeza aquilo era só brincadeira dos rapazes.
_ Não era brincadeira!...Eu realmente não desejo namorar e muito menos me casar!... só não gosto que minhas decisões se tornem piada! _ Sou sincera, fazendo Lucas ficar sério.
_ Mas, você é o Bola? eu achei que vocês dois...!
_ Somos apenas amigos!..., mas está tudo bem! eu não me importo de ser a solteirona da turma,até tem algumas vantagens nisso!..., posso ser o cupido dos meus amigos, e olha que sou boa nisso! _ Sorrio, mas minha vontade era chorar por estar mentindo, não só para Lucas mas para mim mesma.
_ Ninguém é capaz de passar ileso na vida, e nunca se apaixonar!...,eu tenho certeza, que isso ainda vai acontecer com você! _ Lucas diz me olhando intensamente.
_ Acho...., que comigo isso, não vai acontecer! _ Afirmo desviando meu olhar do dele. _ Eu... vou dar uma ajudinha para minha mãe e Tereza._ Não esperei sua resposta, e me levantei.
Peguei meu prato com a comida ainda intacta e fui para bem longe dali. Pois minha garganta e meus olhos ardiam e tudo que eu queria era desaparecer. Fui para um canto distante do jardim e me sentei atrás de uma árvore bem grande, aonde ninguém poderia me ver por causa do seu tronco largo. Então chorei, chorei por tudo que estava sentindo. Por finalmente ter me dado conta do que estava acontecendo comigo, e por não ter invitado aquilo enquanto era tempo!
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Não posso ti Amar!
Historical FictionSerá que alguém é capaz de passar ileso,e nunca ser atingido pela flecha do cupido? Carolina achou que isso nunca iria acontecer, que ninguém seria capaz de ultrapassar a barreira que havia em seu coração. Até se ver perdidamente apaixonada por nada...