Que nos impedia

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Uma linha.

Sempre existiu uma linha entre nós.

Uma pequena e fina linha que tinha um significado enorme, uma complexidade que mesmo se tentássemos a gente não iria conseguir explicar como ela funcionava, tonando sua aparência algo totalmente injusta e incompatível pois, mesmo aparentando ser frágil e fina, ela era capaz de nos assustar apenas com sua presença opressora.

Era uma linha invisível que apenas nós dois sabíamos da existência, que apenas nós dois conseguíamos sentir a forma como ela nos envolvia na sua maciez a ponto de saber como ela era fina e delicada, mas que, por ter a presença tão densa e nos apertar tão forte, eu podia jurar vê-la ali e até mesmo toca-la se tentasse em alguns momentos; sendo esses momentos sempre detidos antes mesmo de sequer acontecer de fato pois, conforme a gente se perdia na bolha que se formava ao nosso redor cada vez que nossos olhares se encontravam e duravam mais do que o necessário a ponto de nos fazer esquecer de tudo e de todos ao nosso redor, a linha se tonava ainda mais opressora conforme nos trazia a compreensão do que significava ultrapassá-la, sempre nos lembrando de quem erámos e da história que carregávamos juntos.

Quantas não foram às vezes que ambos estivemos à beira de ultrapassá-la de fato?

Nos tornado assim dês do dia que ela apareceu, fazendo a gente valsar em torno um do outro sempre á um passo de ultrapassar para o outro lado, mas nunca o fazendo realmente dês do dia que ambos fomos conscientes dos nossos sentimentos em relação um ao outro; sentimentos que de acordo com as pessoas era algo impossível de existir, mas que estava ali se concretizando na forma daquela maldita linha que, como forma de zombar dos pensamentos dessas pessoas, passava em volta delas em segredo e silenciosamente nos conectando um ao outro.

Não erámos capazes de lidar com ela de forma correta, sendo assustador demais a força que ela tinha para que ambos conseguíssemos aceitar tão facilmente o que ela era de verdade e do porquê ela existir em primeiro lugar; bom, pelo menos era o que eu pensava antes.

Eu achava que não sabíamos o que fazer com relação á ela pela complexidade dos sentimentos que ela carregava, nos assustando mesmo quando ambos afirmávamos que não o fazia, mesmo quando ambos queríamos que ela não nos afetasse ela ainda continuaria ali nos abalando como um terremoto apenas pelo fato de existir de forma intocável e persistente, parecendo apenas se fortalecer a cada dia que se passava a ponto de ser impossível quebrá-la.

E talvez, saber que não tinha como destruí-la, quebrá-la ou até mesmo cortá-la para se livrar dela, saber que ela sempre estaria ali nos conectando e nos atraindo em direção um do outro como dois ímãs, era apavorante.

Não era fácil pra mim lidar com ela, não quando eu era consciente que o desejo que tinha dentro de mim era correspondido por ele da mesma forma se concretizando como a linha que nos unia, mas que por alguma razão desconhecida, uma que eu suspeitava e apenas Katuski tinha certeza, era o que nos impedia de ficar juntos tonava as coisas mais frustrantes para mim; pois eu entendia que nossa relação nunca foi fácil, que dês do começo sempre foi algo complicado para ambos lidar com os sentimentos que tínhamos guardado numa parte bem funda dos nossos seres; eu entendia que para Katuski era mais fácil associar tudo a raiva do que tentar entender o que era realmente esses novos sentimentos que surgiam em relação a mim, que seria mais fácil ele me afastar de si para não ter que lidar ou sentir isso do que simplesmente admitir e enfrentar a realidade que os sentimentos que ele sempre achou ter certeza em relação a mim na verdade não era exatamente isso.

Que seu ódio por mim nunca existiu em primeiro lugar.

Acho que dês do começo a linha não era tão apavorante para mim, com certeza não era a linha que fazia meu coração acelerar sem igual, mas sim a compreensão que ela só estava ali porque os sentimentos que eu tinha guardado dentro de mim eram correspondidos por ele da mesma forma desesperada e intensa. Saber que, em algum momentos das nossas vidas, ele parou de me olhar como um estorvo, como uma pedra no seu caminho, e passou a se interessar por mim no mesmo sentido romântico que eu, me desejando da mesma forma necessitada, acho que isso sim foi apavorante para mim a ponto de me deixar sem saber como lidar com aquela linha.

A Linha (KatsuDeku - BakuDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora