Aquele beijo não foi como o da última vez.
Não foi um beijo sedento e necessitado, não foi um contato cheio de desejo que por trás exigia algum significado. O beijo que Katsuki me dava agora era um beijo calmo e lento, um beijo que me fazia apreciar o contato dos nossos lábios com mais clareza; era um beijo que me transmitia vários sentimentos de uma vez, todos complexos demais para lidar, mas que fazia meu coração acelerar de modo desenfreado no peito.
Esse beijo era um beijo de saudade.
A saudade de lhe tocar, de provar seus lábios mais uma vez, de sentir suas mão percorrerem meu corpo e do calor do seu corpo me envolvendo aos poucos. Era saudade não só do toque, mas dos sentimentos que me fazia lhe desejar e que eu estava tão disposto a abrir mão antes, um sentimento que eu não iria conseguir fazer desaparecer do meu ser, mas só a mera vontade e desejo de querer me livrar já era o suficiente para me deixar desesperado com a sensação de falta que queimava no meu peito, trazendo o conforto de volta ao sentir novamente seu toque em mim e saber que eu não precisaria abrir mão do que sentia por Katsuki.
Eu me senti vibrar com a felicidade mal contida quando seus dedos deslizaram por mim, subindo pela linha da coluna até que sua pele encontrasse com a minha nuca momentaneamente antes dos seus dedos se enfiarem no meu cabelo e se fechar em um punhado dos meus fios; o puxão que se seguiu não foi brusco como eu pensei que seria, foi apenas um apertão fraco com um leve impulso no final para aumentar o contato dos nossos lábios, uma ação que foi muito bem aprovada pelo meu corpo.
As palavras que Katsuki tinha dito eram importantes para mim e para o meu coração partido, era necessárias para que eu pudesse perdoar suas escolhas anteriores e aceitar esse momento que se desenrolava entre nós, mas não era nem de longe o suficiente para o meu corpo que queimava de desejo por ele a tantos anos.
Minhas mãos foram para a lateral do seu rosto deixando meus dedos encostarem superficialmente em sua face enquanto ele se inclinava para deslizar a mão que ainda estava na minha cintura o suficiente para que seu braço me envolvesse e ele fosse capaz de me puxar para cima, me deixando na ponta dos pés enquanto o espaço entre nós se tornava definitivamente nulo, arrancando um grunhido meu.
A sensação de precisar ainda mais dele se apoderou do meu corpo, a vontade de ter ainda mais contato como aquele, um contato ainda mais profundo e intenso que esse no qual ele me oferecia, queimou em meu núcleo; eu deslizei minha língua pelos seus lábios macios, um pedido mudo que foi aceito de imediato com um suspiro de Katsuki assim que seus lábios se separaram e eu consegui deslizar minha língua por sua boca, envolvendo sua língua com movimentos de ritmo calmo e delicado; mesmo que meu corpo ansiasse por mais e gritasse por algo mais devasso, eu não conseguia quebrar aquele ritmo preguiçoso e gostoso que nossas bocas tinham.
Esse beijo não se comparava com o beijo que tivemos na cozinha, mas era ainda mais intenso e envolvente que o primeiro que a gente teve, era mais ardente mesmo sendo mais lento; me aquecia bem mais e me fazia desejar tudo que Katsuki tinha para me dar, me fazendo ansiar por cada pedacinho dele ou do toque que me era oferecido.
Quando o beijo foi encerrado eu não consegui evitar gemer com o arrepio delicioso que desceu pela minha coluna quando, antes de se afastar, Katsuki sugou minha língua; também não pude e nem quis conter o suspiro alto que soltei quando a ponta do seu nariz deslizou pelo meu rosto descendo em direção ao meu pescoço onde seu nariz deu espaço a sua boca. A respiração quente e pesada e que saiu pelos seus lábios se chocou contra minha pele fazendo meu corpo se contorcer em seus braços, me fazendo derreter ainda mais contra si com o beijo que ele deu no local em seguida.
Sua testa voltou a se encostar com a minha enquanto ele ainda me segurava firmemente no lugar e eu não precisei abrir os olhos para saber que ele me encarava, seu olhar era intenso o suficiente para me fazer senti-lo sobre mim e me fazer ciente de uma forma que eu era incapaz de ignorar. Só que, mesmo sendo intenso o suficiente para queimar meu corpo, não era intenso o suficiente para me fazer abrir os olhos e lhe devolver tal olhar; um doce ardor de vergonha se instalou nas minhas bochechas e peito ao senti-lo me encarar daquela forma, mas era um ardor bom já que me fazia sentir desejado.
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A Linha (KatsuDeku - BakuDeku)
Fiksi PenggemarSempre existiu uma linha. Uma linha que significava nossos sentimentos, que estava ali lembrando o que queríamos ter, mas não tínhamos, que por algum motivo nos impedia de ter a relação que queríamos. Até o dia que ultrapassamos ela. Ps: História po...