Juntos - Part 1

448 42 19
                                    

É difícil.


Esquecer ou ignorar um sentimento tão intenso como o amor era difícil, tentar fazer seu coração parar de acelerar desenfreadamente quando vê aquela pessoa especial para si ou tentar não desejar estar ao lado dela era um trabalho exaustivo. Eu precisava usar uma força de vontade que meu corpo se recusava a ter para, toda vez que eu via Katsuki, controlar a vontade que surgia no meu corpo de simplesmente puxá-lo até mim e beijá-lo de forma desesperado.

Eu precisava resistir ao impulso de ceder aos meus instintos e simplesmente jogar para o alto minha decisão de deixá-lo, eu tinha que lutar contra mim mesmo para conseguir manter minha decisão, lembrando constantemente do motivo que me levou até ela em primeiro lugar. Todos os dias a linha me apertava como uma tortura constante, era como se ela me castigasse pela escolha de abandonar meus sentimentos pelo loiro e tentar ignorar a existência daquele fio que nos envolvia, mostrando de uma maneira dolorosa como seria uma missão quase impossível tentar ir contra o sentimento que dominava meu coração.

Mas eu precisava disso, precisava me livrar daqueles sentimentos que só estavam me machucando cada vez mais conforme eles ficam mais intensos, eu precisava fazer isso porque não tinha forma alguma do meu coração aguentar mais ilusões que meu cérebro fornecia ao pensar em como era ser amado por Katuski; eu precisava fazer algo porque, na minha percepção, o amor não deveria ser algo tão doloroso e difícil de lidar, ele não deveria me sufocar até que eu estivesse a beira de enlouquecer ou me fazer chorar até meus olhos ficarem inchados; não, ele deveria ser uma experiência única que me envolveria em um sentimento de felicidade genuína, um prazer intenso por ser amado e apreciado pela pessoa por quem eu seria capaz de fazer qualquer coisa só para ver um sorriso no rosto.

Amar não deveria ser da forma na qual Katsuki me fazia experimentar.

Eu queria ser feliz e amado, queria poder amar alguém sem ter qualquer empecilho no meio, eu queria ser capaz de envolver a pessoa nos meus braços e dar a ela todo o amor que transbordava no meu coração; eu desejava a liberdade de demonstrar meus sentimentos, eu ansiava por alguém que me permitira amá-lo e me amaria de volta de uma forma tão intensa e envolvente quanto eu mesmo o faria.

As vezes eu me perguntava, será que era pedir demais alguém que fosse capaz de fazer isso por mim?

Embora meu coração não aceitasse, não enquanto ele soubesse da existência daquela linha nos envolvendo, bem lá no fundo eu sabia que Katuski não era capaz de fazer isso por mim. Ele não era capaz de receber os sentimentos que eu estava tão disposto a lhe dar, ele tinha seus próprio muros e amarras que o impedia de aceitar o que aquela linha esfregava na nossa cara todo dia, o que nossos corações gritavam por querer ser juntos; eu sabia como ele não era capaz de aceitar isso e detestava ainda mais ser consciente de pelo menos metade dos motivos que o impedia de finalmente ficar comigo, não querendo mais saber todas as razões que ele tinha porque não me interessava mais entender o que fazia ele se afastar e me negar de tal forma.

Só que, por mais que ele tenha todos os seus muros e amarras, naquela noite na cozinha ele foi capaz de se livrar ou esquecê-los o suficiente para se aproximar e me beijar com todo desespero que nosso corações carregavam; ele foi capaz de ultrapassar aquela linha junto comigo apenas para no momento seguinte recuar novamente e criar ainda mais muros e amarras que me afastasse de si.

Então eu precisava aceitar isso, eu tinha que aceitar e entender que Katuski sempre teve a escolha na palma da mão, ele sempre pode decidir por nós dois o momento em que a gente daria aquele passo que nos tornaria algo além de amigos/rivais, mas em vez de escolher ficar comigo ele havia decidido repudiar os sentimentos que nos envolvia, escolhendo a dor em vez do amor que eu era capaz de lhe fornece. Poderia ter desejo ali, o desejo que lhe impulsionou a me beijar e tocar da forma que ele fez naquela noite, mas eu precisava entender que esse desejo pode não ser algo compartilhado com seu coração; eu precisava entender que a forma que ele me queria não era algo que envolvesse um "nós" fora do quarto, não era algo que ele queria sentir por mim, mas ainda sentia; essa era a única resposta que chegava a minha mente para justificar suas ações, que o sentimento que ele carregava por mim era apenas desejo e nada além disso.

A Linha (KatsuDeku - BakuDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora