Entre Caos e Paixão

A garota do Andrew

Ja deixa a estrelinha

— Ei. - Sinto uns cutucões no ombro, abro os olhos devagar e vejo Andrew borrado na minha frente. — Bom dia Anne.

— Já são seis horas da manhã? - Pergunto procurando o relógio na parede.

— Na verdade, falta duas horas para às seis.

Lanço um olhar mortal para Andrew, odeio ser acordada por alguém.

— Para que diabos me acordou tão cedo?-Se eu fosse um cachorro raivoso, estaria espumando os cantos da boca agora.

— Café, café, sem muito açúcar e dessa vez não derramei no balcão. - Andrew coloca uma xícara na minha mão. — Preciso da sua ajuda. - Ele me lança um olhar para que eu tenha piedade.

— O que você quer de mim? - Falo derrotada pelos olhos brilhantes dele.

— Eu e a Lia vamos ter um encontro. - Ele diz animado.

— Deveria saber quem é Lia?- Andrew coloca as mãos na cintura como se eu tivesse dito um absurdo imperdoável.

— Aquela que viu meu tombo de camarote. - Ele diz ainda inconformado com o acidente.

— Esse encontro precisa ser tão cedo assim? - Digo apontando para o relógio.

— Na verdade, nosso encontro é de tarde.-Andrew dá de ombros.

— Para que diabos me acordou nesse horário, então? - Bufo irritada.

— Ela é canceriana, provavelmente ela vai amar um jantar romântico a luz de velas.- Ele afirma. — Passei quase a noite toda pesquisando sobre pessoas do signo de câncer, acredita que aquele rostinho lindo pode ser manipulador?

— Eu não acredito que você pesquisou defeitos sobre pessoas cancerianas. - Experimento o café e quase cuspo na cara do Andrew. — Ainda me faz café aguado?- Pergunto incrédula. — Deveria pesquisar sobre o processo do café antes de desperdiçar o pó com uma coisa tão horrível como essa. - Encaro a xícara e entrego ela ao Andrew.

— Me desculpa pelo café. - Ele pega a xícara da minha mão e coloca na mesinha. — Pesquisei também das possíveis qualidades, ela é amorosa, tem a melhor intuição do zodíaco, carinhosa, do tipo que faz bilhetinhos apaixonados.-Andrew explica.

— Andrew? - Do um sorriso sem graça. — Eu não quero saber desses detalhes. - Tento não soar rude. — Como posso te ajudar?

— Sou péssimo na cozinha. - Ele desabafa tristonho. — O que você acha de preparar o jantar?

— Por que você não manda entregar a comida? - Digo me levantando do sofá.

— Porque eu disse que iria cozinhar a Lasanha da família.

Primeiro que Andrew nunca fez lasanha, segundo que não existe essa tal receita.

Realmente, a paixão deixa as pessoas imbecilizadas. No caso do meu pobre irmão, mais apalermado ainda.

— Por favor. - Ele me súplica com o olhar.