- Arco-íris, papai! -

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Um mês e alguns dias após voltarem de Busan, Hoseok estava mais radiante que nunca. Seus dias pareciam estar cada vez melhores, sejam dentro do space ou fora dele. Seus pais, desde que souberam do que acontecera na filial de Busan, ainda não o havia telefonado, o que o deixava tanto feliz quanto aflito; havia tirado o gesso de seu braço no dia anterior e finalmente acertado a textura de um dos bolos mais difíceis que já havia feito.

Para a sorte do futuro – apesar de nem um pouco empolgado com isso – herdeiro da Royals, quem fora acorda-los no quarto do hotel, quando simplesmente tornaram a dormir completamente alheios à reunião, fora Seokjin. Como gerente do hotel, possuía a chave mestra e fora dessa forma que entrou num breve estado de choque ao abrir a porta do cômodo e se deparar com seu chefe completamente pelado dormindo agarrado a um homem e ainda por cima com uma chupeta na boca.

Apesar do choque inicial, Seokjin havia decidido manter o profissionalismo – até porque ele e Jimin tinham fetiches pouco convencionais, então porque julgar os outros? – e apenas acordou o chefe com tanta seriedade em seu rosto quanto possível, mesmo que suas orelhas estivessem vermelhas.

Namjoon, enquanto digitava em seu computador, sorriu ao lembrar-se que apenas algumas horas mais tarde, Hoseok voltara saltitante para o quarto, gritando aos quatro ventos que o pequeno Hobi havia conseguido uma solução boa o suficiente para calar a boca de Jinyoung.

"Eu falei igual o papai falou uma vez no telefone!" Ele anunciara com orgulho. "Foi assim ó: Não pode gastar muito dinheiro com coisas frívolas se não falta pra as coisas importantes!" Hobi havia engrossado a voz e inflado o peito durante sua fala. "Pare de gastar com suas merdas pessoais e desnecessárias que nossos problemas estarão resolvidos! Você não limpa a bunda com dinheiro, então pare de agir como se o fizesse! O dinheiro é da empresa, não seu."

Namjoon, para dizer o mínimo, havia ficado em choque ao ouvir a fala do pequeno Hobi, que mal parecia entender o nível das palavras que havia proferido. Ele não imaginaria que o ruivo se lembraria de uma ligação que havia ouvido um ano atrás, quando estava quase dormindo.

― Pai. – A voz de Hoseok o tirou de seus devaneios e no mesmo instante o loiro virou a cabeça para a porta de seu escritório.

O ruivo tinha apenas a cabeça dentro do cômodo, um fone de ouvido pendurado em uma de suas mãos junto ao celular, enquanto a outra tinha a pontinha do polegar entre os lábios finos. Seus olhos castanhos a todo momento se desviavam para o chão, denunciando o quão tímido estava e naquele mesmo momento Namjoon soube que era o Hoseok de catorze anos, middle.

― O que aconteceu, Sweetheart?

O garoto bufou quando seu rosto se tornou vermelho.

― Não me chama assim, eu já disse, merda! – Exclamou, apesar do tom baixo. ― Eu vou assistir um filme, s-se quiser assistir comigo...

― Eu tenho que trabalhar, Sweet- Hobi-ah.

― Nossa, como não imaginei isso? – Ironizou, revirando os olhos enquanto se afastava da porta, fechando-a com brutalidade e sem se importar com o chamado do loiro dentro do cômodo. O som do bater da porta ecoou por alguns segundos na casa espaçosa, antes de desaparecer de vez. ― Que novidade.

Os fones de ouvido brancos foram enrolados ao redor do celular enquanto o mesmo descia as escadas, o cenho franzido e os lábios comprimidos num pequeno e inconsciente bico. O ruivo deixou que seu corpo desmontasse sobre o sofá e cruzou os braços sobre o peito, batendo impacientemente o pé descalço no chão. Seu pai realmente não viria assistir um filme consigo?

Os convites para esse tipo de atividade a dois – principalmente num Hoseok middle – eram tão raros que o mesmo permaneceu sentado silenciosamente por longos e tediosos dez minutos, crente que a qualquer momento Namjoon determinaria que o filme era mais importante que seu trabalho e simplesmente desceria as escadas com o maior sorriso do mundo, exibindo as covinhas que tanto gostava.

Meu Pequeno Grande AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora