― Hoseok!
O corpo do ruivo tencionou quando a voz alcançou seus ouvidos e ele engoliu em seco, sentindo seus passos travarem por meio segundo quando sua mente repetia constantemente que uh-oh, papai está muito bravo. Bem, ele conseguia entender perfeitamente o que havia feito de errado, afinal, o chão não era uma piscina sempre assim. E talvez – só talvez, a voz de Namjoon o repreendendo uma vez em que já tinha tentado pintar o escritório continuasse alarmando em sua cabeça constantemente.
Antes que pudesse raciocinar, pequenos "plofts" de passos contra a água soaram, chamando sua atenção. Namjoon estava vindo em sua direção – e Hoseok sabia o que o esperava.
Como qualquer um em sua situação faria, o pequeno correu o mais rápido que o chão molhado permitia.
― Jung Hoseok, volte aqui! – foi a última coisa que ouviu antes de se trancar no armário do seu pequeno quarto, encolhendo-se num dos cantos e abraçando os joelhos.
Estava escuro, mas Hoseok tentava não pensar nesse fato ao fechar os olhos com força e morder e lamber os lábios, torcendo mentalmente para que seu cuidador desistisse de lhe procurar – e que não aparecesse nenhum tipo de bicho estranho no armário.
Sua respiração estava pesada, ofegante, e o coração batia forte no peito conforme sentia as cócegas que as roupas penduradas nos cabides faziam ao raspar de levinho contra sua derme.
E ele ficou assim por longos e longos minutos. Quando começou a se perguntar o porquê de Namjoon não ter aparecido por lá ainda, algo chamou sua atenção.
Hoseok cruzou os dedos e prensou os lábios com força quando ouviu a porta do quarto se abrir e os passos do homem ecoarem pelo cômodo.
― Hoseok, eu vou contar até três para você sair daí.
O ruivo prendeu a respiração.
― Um. – A voz impaciente de Namjoon alcançou seus ouvidos e um espinho percorreu sua espinha. Não moveu um músculo sequer. ― Dois.
O pequeno choramingou, se aproximando da porta do armário e a empurrando o suficiente apenas para abrir uma fresta e conseguir ter a perfeita visão de Kim Namjoon com os braços cruzados, na sua frente, e olhando diretamente em sua direção.
― Não me faça dizer três. – Sibilou, estreitando os olhos. E foi nesse momento que o ruivo abriu completamente a porta e saiu do armário, encarando os próprios pés e com um beicinho nos lábios. ― Bom. – elogiou, apesar do tom seco.
Enquanto isso, Hoseok não se atreveu a erguer o olhar, sabendo que estava errado e principalmente que seria punido por isso.
― Arrumei uma mochila para você. – Namjoon voltou a falar e o Jung arregalou os olhos, finalmente o encarando. ― E eu liguei para o Yoongi Hyung, ele está vindo pegar você.
O outro ficou alarmado com aquela notícia, nervosamente trocando o peso de um pé para o outro, ouvindo os pequenos splashs que os mesmos faziam ao se chocar no chão.
― P-pegar eu? – Hobi gaguejou, dedilhando a orelha até alcançar os fios em sua nuca, onde os puxava de leve. ― P-pra casa d-dele?
― Exatamente. Vista uma roupa, ele não deve estar longe.
No momento em que o Kim virou de costas para deixar o quarto novamente, sentiu seu corpo ser agarrado por trás pelos braços do mais novo, fazendo-o cessar os passos e suspirar. Precisou de muito autocontrole para simplesmente não se virar para o ruivo e o abraçar.
― E-eu posso ser um meni-nino grande! – Disse abafado contra as costas alheias, choramingando. ― E-eu ajudo o p-papai a limpar! Desculpa, papai, desculpa!
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Meu Pequeno Grande Amor
FanfictionNamjoon nunca quis ter filhos ou sequer cuidar de qualquer criança; ele fugia das pestinhas assim como o diabo foge da cruz. No entanto, quando Hoseok o liga de madrugada chorando como uma criança desamparada, o homem se vê incapaz de resistir ao pe...