Dêem oi pro Lasanha
Hoseok abriu e fechou a boca diversas vezes, completamente travado e sem saber realmente como agir naquele momento. À sua frente, Namjoon o encarava com expectativa, engolindo em seco nervosamente. À sua volta, não muito diferente, pessoas os olhavam interessadas, por vezes cochichando, as estudantes quase pulando sobre as próprias cadeiras com a empolgação de um pedido de casamento.
― E-eu... – conseguiu dizer, ao respirar fundo. Quase podia ouvir o coração retumbar em suas próprias orelhas. ― Eu preciso de um tempo... P-pensar, entende?
As estudantes não conteram a exclamação decepcionada quando Hoseok apenas se levantou e nervosamente juntou as sacolas, abandonando a sorveteria a passos apressados e deixando Namjoon para trás, com um sorriso que se desmontava pouco a pouco, conforme guardava a caixinha de veludo de volta no bolso, sob o olhar de pena das pessoas à volta.
Não é como se Hoseok tivesse certeza absoluta de que recusaria. Era só... Cedo demais. Tudo estava acontecendo rápido demais. Não faziam nem três meses completos que estavam namorando, todos os dias o Jung ainda acordava e passava longos minutos pensando "puxa, agora ele é meu namorado" enquanto o olhava com a cara enfiada num travesseiro, babando a fronha, numa tentativa de enfiar na cabeça de que era real. E a ideia de repente o "namorado" se tornar "marido" lhe pegou completamente desprevenido e de surpresa.
― Hyung? – A voz de Namjoon subitamente o arrancou de seus devaneios. Suspirou ao sentir a mão sobre seu ombro, sorrindo fraco em sua direção.
― A gente conversa em casa, pode ser?
Apesar de ter dito isso, por todo o caminho e durante as horas que se seguiram, o ruivo-quase-moreno-de-novo fugiu do assunto e do namorado. Inventou de adiantar as encomendas que outrora só começaria no dia seguinte, o que o levou a passar quase cinco horas andando de um lado para o outro na cozinha, assando e confeitando. Quando Namjoon apareceu no cômodo, disse que já havia acabado o que era necessário e correu para o banheiro, onde tomou um banho de quase uma hora e meia.
Para falar a verdade, sentou na banheira e pensou, arrancando pequenos pedacinhos da cutícula ao redor do polegar com os dentes enquanto a água esfriava e a espuma se desfazia.
O Kim, para dizer o mínimo, estava uma confusão de sentimentos. Não sabia o que pensar, como agir. Então fez tudo o que conseguia no momento: sentou no sofá e começou uma nova série de controvérsia adolescente. Baby.
O que ele não esperava era que quando tivesse começando o terceiro episódio, Hoseok aparecesse silenciosamente na sala de estar. O menor simplesmente sentou ao seu lado com as pernas sobre as suas e recostou a cabeça em seu ombro, os olhos fixos na série italiana.
― Desculpa por fugir – sussurrou contra seu pescoço.
Namjoon assentiu ligeiramente, os dedos começando a percorrer a extensão das costas descobertas, já sabendo quando tocava alguma pintinha espalhada pela epiderme, de tão bem que conhecia o corpo alheio.
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Meu Pequeno Grande Amor
FanfictionNamjoon nunca quis ter filhos ou sequer cuidar de qualquer criança; ele fugia das pestinhas assim como o diabo foge da cruz. No entanto, quando Hoseok o liga de madrugada chorando como uma criança desamparada, o homem se vê incapaz de resistir ao pe...