Capítulo 4: Discurso ao Povo Cortunylandes

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     "Está tudo bem?" Louise pergunta e olha para mim, realmente preocupada

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"Está tudo bem?" Louise pergunta e olha para mim, realmente preocupada.

"Perfeito." Digo, mas sei que é mentira.

Não totalmente, na verdade. Eu me sinto bem! Ótima! Não vejo mais necessidade de chorar e nem querer voltar atrás de tudo. Porém, as coisas podem ser muito relativas. E se não me entenderem? As pessoas são diferentes! Eu sou diferente!

E há interpretações diferentes, não?

"Todo o povo está aqui, alteza. E a imprensa também." Um guarda diz, passando por mim, pela Louise e parando atrás de nós.

"Por favor, não vamos chama-la mais de alteza." Louise pede e o olha com repreensão.

"Me desculpe." O guarda pedi.

"Não precisa se desculpar." Digo, "É o seu trabalho."

Por alguns segundos, o chão não está mais aqui. Minhas mãos suam e os meus ouvidos só prestam atenção no ranger dos portões que se abrem.

Chegou a hora! Minha vida se transformará agora, definitivamente. Eu vou me transformar!

E, não há nada que eu mais queira nesse momento, do que isso!

Louise aperta minha mão e sorri.

Faço o mesmo.

Aceno rapidamente para o guarda, atrás de nós, e ando em direção aos portões abertos.

É agora.

"Povo cortunylandes," começo. "sei que muitos de vocês têm as próprias teorias para entender o que está acontecendo. E não os culpo, na verdade. Eu se fosse vocês, faria o mesmo." Solto um risinho fraco e algumas pessoas me acompanham.

Vamos, penso, você é mais que isso, Lola! Você é melhor! Você é o seu maior tesouro!

"Sei que pode parecer fraqueza ou incapacidade, mas não é! Eu tentei! Juro que tentei! Porém, ser da realeza nos leva a alguns patamares indesejados. Aprendi que não podemos nos calar, e muitos menos aceitar tudo, só porque dizem que é nossa função. Uma mulher não pode subir ao trono sozinha, mas eu queria que fosse assim! Queria mostrar que uma mulher e capaz de tudo sozinha!"

Paro e me permito respirar fundo.

"Não vou me casar por negócios! Isso é ridículo! Juro que queria destruir essa lei! Mas não é tão simples. Não quando você tem medo de perder a si mesmo, e eu não quero me perder!"

Paro outra vez, relaxo meus ombros e prossigo: "Nós somos o nosso próprio tesouro! O nosso melhor tesouro! Por isso, temos que dar o valor que ele merece! E, com isso, eu, Lola Compson, princesa de Cortunyland e herdeira direta do trono Cortunylandes, abdico da coroa e de todos os seus benéficos. Excluindo todo esse poder e esse título das minhas costas."

Meus olhos observam todos os cortunylandenses agora, tentando tirar alguma reação deles.

"Eu sou o meu próprio tesouro!" Uma mulher grita, no meio da multidão.

"Eu sou o meu próprio tesouro!" Um homem grita, junto com mais dois que estão ao seu lado.

"Eu sou meu próprio tesouro!" Todos dizem, quase que ao mesmo tempo.

E agora, uma chuva de palmas se espalha! Abro um sorriso.

Por que não fiz isso antes?

"Eu sou o meu próprio tesouro!" Louise diz, se aproximando de mim e falando bem perto do meu ouvido.

Agora é bem fácil entender tudo de uma vez só. Bem fácil entender que, não é necessário querer o brilho de ninguém!

Nem da Louise e nem de nenhum cortunylandes.

Porque eu tenho o meu próprio!

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