INEVITÁVEL - Série Law Angels 1 (DEGUSTAÇÃO)

Capítulo 3

Ignorem os erros! 😍💖

Rachel

Jax está desmaiado no banco de trás quando chegamos ao meu prédio. Pego-o no colo e faço uma pequena oração durante todo o caminho até meu pequeno apartamento no quinto andar. Tento manter minha mente no presente e não nas milhares de possibilidades que podem acontecer a partir de hoje, ainda posso omitir a paternidade de Jax, desde que tecnicamente nós dormimos juntos apenas uma vez e nem sempre isso é o suficiente para conceber uma criança. Mas Nico parece ter um super esperma. 

O elevador abre as portas no meu andar e sou rápida em entrar no meu apartamento. Coloco Jax em sua cama e começo a arrumar nossas malas, Gina minha amiga no Colorado não vai se opor em nos receber, principalmente depois que ela souber o que está prestes a acontecer. Levo as malas para a sala e quando estou prestes a voltar para o quarto para pegar Jax meu celular treme com uma mensagem. 

Collin: Abra a porta. Mary e eu estamos aqui fora. 

Eu amo minha familia, mas por um dia eu gostaria que eles não fossem tão preocupados. Só depois que abro a porta é que a ficha cai, Collin nunca mandaria mensagem, porque ele tem a chave e mamãe não hesitaria em arrombar a porta com seus pequenos punhos. Só quando encaro a figura de Nico em minha frente é que percebo todos os meus erros. 

Sua grande estatura empurra a minha obrigando-me a deixá-lo entrar no meu apartamento. Olho rapidamente para o corredor onde Jax está dormindo sentindo o medo sufocar meu peito. Respirar se tornou quase impossível desde o momento em que meus olhos encontraram Nico entrando no clube. 

— O que você está fazendo aqui? — pergunto deixando minha voz plana, assim como Collin, ele pode sentir o medo de uma pessoa a quilômetros de distância.

— Por que você saiu daquele jeito? 

— Eu...eu...est...ava com....pres...sa. — Seu olhar vai para as malas que atualmente estão apoiando minhas pernas de cederam e caírem no chão como geleia. 

— Rachel....

— Eu não estou mentindo! — Falo rapidamente e pelo olhar em seu rosto eu sei que acabei de me entregar. Ele vira de costa para mim passando a mão no cabelo escuro um pouco maior do que quando nos conhecemos. 

— Ele é a minha cara, Rachel. 

— Não, não é. — Minha voz é firme, porque eu sei que se eles se parecessem realmente Collin teria notado, na verdade esse sempre foi o meu medo de que algum dia eles iam perceber. Manter Jax afastado do Carl e Nico se tornou minha missão, sempre que ambos estavam presente eu conseguia escapar. Mesmo quando minha cunhada saiu do hospital após ser atacada por seu pai eu não pude ir para a recepção. — Ele não é seu...

Minha palavras parecem provocar algo nele, pois vira para mim com os olhos escuros sem ao menos tentar esconder sua raiva.

— Eu posso me ver naquele menino, Rachel! — aponta para o corredor. — O cabelo, os olhos até mesmo o sorriso. Por anos eu me achei louco por imaginar algo assim quando Collin mostrava as fotos dele, mas agora eu sei porque, porque ele é a PORRA DO MEU FILHO!

— ELE NÃO É NADA SEU! — Grito mas me arrependo quando lembro que uma pessoa inocente está dormindo mo outro lado do corredor. — Ele não é seu, Nico. Você pode ir embora. 

— Você acha que eu sou burro? Não é difícil fazer as contas, querida. — A forma como ele fala querida é como se estivesse com nojo e tenho medo que ele sinta o mesmo por mim. — Agora faz sentido porque eu nunca conheci a irmã do meu melhor amigo, porque ela é uma vadia mentirosa. 

— Eu não sou vadia!

— Mas admite que mentiu durante os últimos três anos?! — O seu olhar consegue ser tão duro quanto suas palavras e agora eu sei porque ele é o melhor no que faz. Mentir olhando para o seu rosto não é tão fácil quanto eu imaginava. Um único aceno meu faz seu temperamento explodir. — Você mentiu para mim!

— Porque eu te amava! — As lágrimas caem pelo meu rosto e eu não consigo mais controlar as emoções. As fechaduras finalmente explodiram e tudo está se desfazendo na minha frente e eu não consigo mais controlar. 

— Se me amasse não teria feito o que fez, eu poderia ter sido preso!

— Eu já tinha dezoito anos. — Nico ergue uma sobrancelha como se minhas palavras fossem ridículas.

— Era a minha primeira missão como agente disfarçado na narcótico, algo arriscado para todo novato, principalmente quando se envolve adolescentes e drogas. — Suas mãos tremem compulsivamente ao seu lado. — Tudo o que me aconselharam era: não se meta com as adolescentes sedentas por sexo e foi justamente essa merda que eu fiz!

Recuo com o peso das suas palavras sobre mim, doeria menos se tivesse me batido.

— Você poderia ter estragado anos de trabalho árduo, só porque precisava provar para seu papai que já era uma adulta!

— Você não me conhece. — Falo com a voz rouca pelas lágrimas que insistem em cair. Minhas mãos fecham em punhos sentindo a raiva tomar o lugar da culpa.

— Não? — Seus olhos tomam um brilho escuro ao se aproximar de mim. — Ao contrário do que eu imaginava você não é totalmente diferente das outras meninas, principalmente depois que foi embora ao conseguir o que queria.

Seu hálito quente bate no meus rosto quando seu corpo pressiona o meu na parede.

— Mas eu não imaginária que ousaria a roubar meu filho de mim! — Ele grita a última parte batendo o punho na parede ao lado da minha cabeça. Grito assustada caindo no chão quando meu corpo já não consegue controlar os soluços. — Porra! — Ele chuta a mesinha de centro e o vidro se espalha por todo o cômodo.

— Eu não queria estragar sua vida! Por isso fui embora quando descobri sobre Jax, eu não sabia que você era do FBI até escutar sua ligação... — minha voz quebra e preciso puxar uma respiração antes de voltar a falar. — Meu pai morreu e eu estava sozinha, você foi a primeira pessoa que me olhou por quem eu sou. E não pelo meu passado. Ou por ser a filha de um militar morto. Eu...eu... só...

— Você o que? — Pergunta abaixando para ficar  no mesmo nível que o meu.

— Eu não sabia o que fazer. — Falo ao lembrar do dia que descobri sobre Jax. Abraço meu corpo sentindo o frio tomar conta de mim. — Quando fui te procurar no seu lugar, você estava ao telefone falando sobre...sobre sua missão e antes que eu pudesse falar alguma coisa uma mulher nua saiu do banheiro.

— O que? — seu rosto perde a cor.

— Você mentiu também quando não disse que era casado. Você não foi totalmente sincero também. — Sem falar uma palavra ele levanta abruptamente deixando-me atordoada. Assim que a porta bate fechada arrasto meu corpo pelo chão com cuidado para não tocar nos vidros. Com as mãos trêmulas pego meu celular e ligo para a única pessoa que pode me ajudar nesse momento.

— Mãe, eu preciso de você. — Choro com os soluços tomando conta do meu corpo. 

— Eu sei, baby. — É a sua única resposta antes de desligar e os soluços balançarem meu corpo. O quarto de Jax ainda está silencioso e eu agradeço pelo meu bebê ter um sono pesado depois de toda a gritaria.