Capítulo 13 - Running over

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Donna Collins

Não estava emocionalmente preparada para sair com garotos, ir a encontros e demonstrar interesse para com a pessoa que estivesse comigo. Eu olhava para os garotos e me esquecia de que era mulher, esquecia-me que, naturalmente, eu deveria ter um instinto e sentir algum tipo de atração, ou pelo menos avaliar os homens ao redor. Naquele momento, meu foco era minha carreira profissional. Antes de pensar em diversão, namorar e construir uma família, eu tinha que pensar em meu sustento. Do que adiantaria marido e filhos se eu não tivesse nem onde cair morta?

Claro que eu não pensava que iria me casar apenas por ter um encontro, porém nunca havia sido do tipo que tem apenas rolos pelo mundo. Gostava de coisas sérias, por mais que às vezes elas demorassem a acontecer, mas eu não me importava em esperar, afinal, nem estava sentindo muita falta.

Mas como toda boa amiga, Kaya sempre arrumava uma forma de me fazer ter alguns encontros. Daquela vez nós iríamos a um encontro duplo, o que me deixava aliviada de ter uma amiga por perto, mesmo que eu soubesse que não iríamos ficar muito tempo juntas. Era óbvio que ela pegaria o seu par e sumiria com ele pela casa de jogos que iríamos, então eu ficaria sozinha com o meu par, que nem mesmo conhecia.

A história resumida que Kaya me contou é que ela conheceu o seu acompanhante em uma festa e ele a chamou para sair. Contando sobre mim, o garoto, cujo nome era Peter, disse que tinha um amigo que poderia gostar de mim, então Kaya não perdeu tempo para arrumar esse encontro duplo. Tudo o que eu sabia sobre o tal garoto era que seu nome era Justin e ele tinha bastante dinheiro. Não que eu me importasse com a segunda parte, claro.

O importante era que eu estava ansiosa, porém receosa. Kaya mal conhecia Peter, muito menos Justin, então isso poderia significar que estávamos em uma grande enrascada. Claro que eu queria me divertir e aproveitar a noite, no entanto meu lado sensato sempre tentava me convencer do contrário; e esse era o maior motivo para que as pessoas quisessem me embebedar sempre.

— Donna, não me faça subir até aí — foram as primeiras palavras de Kaya quando eu atendi seu telefonema. — Estou esperando aqui embaixo há mais de meia hora, você nunca demorou para se arrumar, o que está acontecendo? Por acaso encontrou alguém no caminho de volta do trabalho e já está na cama com ele?

— Antes de tudo, respire, você está falando demais — revirei os olhos. — Já estou saindo de casa, eu demorei porque acabei me distraindo enquanto fazia um trabalho da faculdade.

— Acharia mais interessante se você estivesse na cama com alguém, mas okay — ela soltou uma risada. — Peter e Justin já estão nos esperando ansiosamente. Estamos atrasadas e eles estão preocupados, chegaram a pensar que nós não iremos.

— Isso é um exagero — disse, entrando no elevador e apertando o botão do térreo. — Mulheres se atrasam, é normal.

— Quando você se atrasa não é nada normal, Donna. Esqueceu-se de que você é a certinha da história?

— E se eu não fosse mais? — brinquei, enquanto saía do elevador e caminhava até a porta do prédio.

— Então você ganharia muitos pontos comigo — ela sorriu a me ver do outro lado da rua.

— Conversaremos sobre isso depois — revirei os olhos e desliguei o celular, atravessando a rua em seguida e entrando no carro de Kaya.

— Você está incrível com essa roupa — ela comentou com um sorriso enorme nos lábios.

Eu vestia um short jeans branco que tinha pequenos detalhes de strass prata, uma camiseta largadinha preta de paetês e um scarpin também preto. Carregava uma pequena bolsa vermelha em meu ombro esquerdo, que combinava com a cor de minhas unhas e destacava os tons de preto em minha maquiagem. O cabelo estava solto e liso como sempre, já que eu sempre o adorei dessa forma.

Hell In NightmareOnde histórias criam vida. Descubra agora