Capítulo 8 - Poisoned

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Donna Collins

Eu poderia fazer qualquer coisa naquela noite de sábado, como estudar ou assistir um filme, mas não, eu estava me arrumando para uma festa. Não fazia a mínima ideia de quem seria a casa, porém praticamente toda a universidade foi convidada. Sabe como é, festa de universitários, mensagens para todos os contatos do celular, o lugar acaba ficando cheio; e geralmente não termina muito bem.

Claro que Kaya era o principal motivo para que eu estivesse indo. Ela tinha a mania de me persuadir a fazer as coisas, e eu, infelizmente, sempre caía na dela. Tudo bem, talvez não fosse tão ruim, mas com certeza ela iria encontrar algum garoto e me abandonar num lugar cheio de pessoas bêbadas, onde eu conheceria poucas e elas não iriam querer fazer companhia para uma garota sem graça que não sabe se divertir.

Daquela vez eu iria sozinha, com meu próprio carro, encontraria Kaya na porta; isso se ela tivesse paciência pra ficar me esperando. Sabia como ela era com sua vida social, não a culpava por querer ficar livre de mim por uma noite. Ela não fazia aquilo para ficarmos mais tempo juntas, fazia para me forçar a ter um pouco de diversão. Kaya era uma amiga estranha, mas eu a amava.

Então lá estava eu, estacionando meu carro em frente à grande casa, que estava já bastante cheia.

Provavelmente os vizinhos não estavam gostando nada daquela história.

Avistei o carro de Kaya e a mesma encostada nele, mexendo em seu celular. Ela estava sexy como sempre, arrancando boas olhadas dos garotos que passavam, mas ela nem percebia, estava ocupada demais mandando mensagens, aparentemente.

Dei uma última olhada em meu espelho retrovisor interno, então saí do carro, um pouco desconfortável por ter tido alguns olhares direcionados para mim. A casa estava tão cheia que algumas pessoas estavam na rua e no jardim.

Usava um vestido curto na cor preta, ele era totalmente liso, mas com um grande decote em V que quase chegava até meu umbigo. Um scarpin da mesma cor nos pés, acessórias pratas, e eu estava pronta. Simples, mas dava pro gasto.

— Tenho certeza que você não veio até aqui para ficar grudada nesse celular — disse, aproximando‑me de Kaya e colocando uma de minhas mãos na cintura.

— Estava esperando por você, gata — ela sorriu, olhando‑me de cima a baixo. — Nada mal, você está gostosa.

— Obrigada — revirei os olhos. — Vamos entrar ou não?

— Vamos lá! — ela sorriu animada, puxando‑me pela mão e me levando para dentro da casa, onde a música alta era ensurdecedora.

Pude ver que em um canto havia uma espécie de bar improvisado, que estava bastante cheio. Muitas pessoas se amontoavam na pista de dança, dançando mais próximos que o normal; e aquilo com certeza não era apenas resultado pela falta de espaço.

— Tudo bem, eu sei que você quer beber e transar, pode ir — disse, parando no meio do caminho e encarando Kaya, que tinha um sorriso divertido no rosto.

— Você deveria fazer o mesmo — ela gritou por causa da música, afastando‑se em seguida.

Ela nem chegou a andar dois metros quando um cara a agarrou pela cintura.

Sozinha ali, eu só tinha que tentar me divertir. Tarefa nada fácil, mas o que eu poderia fazer, certo? Talvez existisse alguém doido o suficiente para conversar comigo.

Ou para se interessar em mim.

Por alguns minutos, eu apenas encostei-me a alguma parede e fiquei ali, de braços cruzados, olhando tudo o que acontecia ao meu redor. Pessoas se agarrando, pessoas dançando, pessoas bebendo, pessoas se drogando... Pessoa me olhando.

Hell In NightmareOnde histórias criam vida. Descubra agora