Capítulo 4 - Broken neck

470 42 54
                                    

Donna Collins

Levantei-me da cama após escutar o despertador tocando duas vezes com intervalos de cinco minutos. Ao abrir os olhos, senti minha cabeça doer, fazendo-me ter que fechá-los novamente. Se eu não tivesse que apresentar um trabalho na faculdade, ficaria em casa naquele dia.

Tomei meu banho, arrumei-me e comi qualquer coisa, sem ânimo algum para sair de casa. Não sabia por qual motivo havia acordado daquele jeito, mas só queria voltar para a cama e dormir durante um século inteiro. Talvez fosse o excesso de coisas para se fazer todos os dias. Trabalho e faculdade eram puxados, quase impossível de serem conciliados, porém eu não tinha outra opção, a não ser que quisesse morar na rua.

Peguei minha bolsa e a pasta do notebook, saindo de casa e colocando meus óculos escuros, pois não estava afim de olhar para as pessoas; fora o fato de eu estar com algumas olheiras e ter tido muita preguiça de passar maquiagem para escondê-las. Se Kaya estivesse comigo, ela nunca iria deixar que eu saísse de cara limpa. Tudo bem, lógico que eu preferia estar arrumada, no entanto eu não havia acordado com cabeça para pensar naquilo.

Passei pelo porteiro sem nem cumprimentá-lo, coisa que geralmente eu fazia. Eu estava sem paciência, provavelmente ninguém iria suportar ficar perto de mim. Meus planos eram apresentar o trabalho e voltar para casa, tentar dormir um pouco e então ir trabalhar.

Entrei em meu velho carro, jogando minhas coisas no banco do carona e dando partida. Realmente acordei apenas naquele momento, já que eu tinha que me concentrar no trânsito, pois não seria legal sofrer algum acidente.

O caminho até a faculdade foi a mesma coisa de sempre, um pouco engarrafado, mas com tempo suficiente para chegar um pouco mais cedo que o primeiro horário. Para piorar meu dia, algum idiota tinha estacionado na vaga que eu sempre pegava, desde o meu primeiro dia na faculdade, no primeiro ano.

— Que droga! — murmurei, procurando outra vaga.

Infelizmente, as vagas restantes estavam bem longe da entrada da faculdade, o que me fez ter que andar por boa parte do estacionamento. Tinha até dó da pessoa que esbarrasse comigo naquele dia.

— Alguém aqui está de mau humor — a voz cantarolante de Kaya invadiu meus ouvidos, fazendo-me revirar os olhos.

— Não estou com paciência! — exclamei, arrumando a alça de minha bolsa em meu ombro.

— Hum, acho que todo mundo já deve ter percebido isso — ela riu. — O que aconteceu? Parece até que foi mal comida.

— Sem gracinhas, Kaya.

— Calma, nervosinha — ela gargalhou. — Conte-me o que aconteceu para tamanha raiva.

— Nada, eu só acordei com dor de cabeça e sem ânimo algum para sair da cama, só vim por causa de um trabalho que devo apresentar. E para piorar tudo, algum idiota estacionou em minha vaga.

— Nossa, que coisa grave — zombou. — Donna, você precisa relaxar, desse jeito vai acabar morrendo cedo demais.

— Talvez hoje não seja um dia ruim para morrer — bufei.

— Vire essa boca pra lá, garota! — quase gritou, fazendo‑me conseguir soltar uma leve gargalhada com seu modo de falar.

— Fique tranquila, por mais que eu esteja de mal com a vida, não pretendo morrer tão cedo.

— Acho bom mesmo, nós temos uma viagem a fazer para Miami antes que isso aconteça, não se esqueça disso.

— Não vou me esquecer de algo com o qual eu sonho há anos — fui capaz de abrir um sorriso, acho que estava começando a ficar mais tranquila, ou talvez fosse só impressão. — Mas agora eu tenho que ir, não posso me atrasar para a apresentação do trabalho. Nós nos vemos mais tarde.

Hell In NightmareOnde histórias criam vida. Descubra agora