Cap 15: Bella - Doce

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O sabor do sangue de Edward era infinitamente melhor do que tinha imaginado. Nada no mundo se equiparava a essa sensação de saciedade. Senti algo no meu ombro e, inconscientemente, afastei o que quer que fosse. Continuei a sugar o sangue quente e doce como se a minha vida dependesse disso sem saber bem porquê. Um rosnar alto me fez despertar para o meu redor e para mim mesma. Que estava eu a fazer?! Eu ia matá-lo! Imediatamente parei o que estava a fazer e olhei para os olhos do assustados mas ameaçadores do Jacob. Edward estava muito mais pálido mas vivo, e sentia o cheiro do meu veneno no sangue que corria ainda nas suas veias. Um clarão azul e vermelho aproximava-se. Charlie!

- Temos de sair daqui! - disse enquanto pegava novamente em Edward e corria em direção à floresta. Ouvi o enorme lobo correr atrás de nós e senti o odor da minha família a aproximar-se a noroeste.

- Queres que eu o leve, Bella? - perguntou Carlisle.

- Não, obrigada Carlisle, eu consigo. - não conseguiria separar-me dele agora nem queria abrandar o passo um milésimo de segundo. Na minha cabeça, se chegássemos à mansão dos Cullen ele ficaria bem.

Os quatro minutos que demoramos até lá pareceram-me horas ao som da respiração fraca de Edward. Ao subirmos os degraus para entrar na casa o peso que sentia no peito não diminuiu como esperava. Rapidamente chegamos ao quarto onde Carlisle tinha todo o seu equipamento médico, suficiente para montar uma pequena clínica. Deitei Edward sobre a maca e afastei o seu lindo cabelo acobreado da testa suada.

- E agora, Carlisle?! - perguntei ansiosa.

- Vou administra-lhe um sedativo forte, mas não tenho a certeza se vai funcionar. - disse enquanto extraía um líquido com uma seringa.
- Por favor, amarra-o à maca. - Olhei-o meia exasperada e meia angustiada.

- Tem de ser assim, Bella. Mais vale prevenir.

Contrariada, fiz o que me disse com todo o cuidado para não o magoar. Carlisle injectou-o enquanto eu estava de costas a amarrar os pés. Ele sabia que eu ainda não era grande adepta de agulhas, embora já não me fizessem nada.

Edward começou a contorcer-se e o seu coração batia mais forte a cada instante que passava.

- Carlisle, o que se está a pass...

- NÃÃÃOOOOOO!!!!! - um grito de arrepiar saiu de Edward enquanto ele arqueava as costas e abria os olhos.

- Carlisle, faz alguma coisa! Ele está a sofrer! - eu olhava para ele angustiada sem me atrever a tocar-lhe e assim causar mais algum tipo de dor ou preocupação.

- Sabes que não podemos fazer mais, Bella. Chegamos tarde demais, os analgésicos não surtiram efeito. Ou então simplesmente não fazem efeito durante a transformação. O teu caso também foi uma emergência e não tive tempo de experimentar isso.

- Mas tem de haver alguma coisa. Talvez... talvez... - não conseguia pensar correntemente. Ele estava a sofrer por minha causa. Pensei que talvez um dia o o pudesse transformar para ficar com ele para sempre mas era mais um sonho do que uma possível realidade. Eu não queria que ele passasse pela dor da transformação tal como eu passei, ele não merecia isso só para que eu pudesse estar completa.

Ele voltou a fechar os olhos. Eu não sabia se seria a última vez que veria aquela cor esmeralda na sua cara novamente. Mesmo agora com a minha visão super apurada de vampira já conseguia notar um tom muito leve de vermelho a formar-se junto à pupila.

Fiquei junto dele por horas. Ele ora gritava, ora gemia, mas não voltou a abrir os olhos. Por vezes contorcia-se violentamente mas voltava a acalmar-se.

- Bella... Devias alimentar-te. Não queres que ele te veja com esse olhos quando tiver acabado. - disse Alice baixinho perto da porta. - Ele vai ficar bem, já não falta muito.

- Obrigada, mas não o quero deixar. Não poderia suportar... - Alice apertou-me o ombro levemente e voltou a sair do quarto.

Mais algumas horas. Eu tentava distrair-me a contar os seus fios de cabelo. A sua transformação já estava avançada. Conseguia notar diferenças no tom e textura da pele. Eu nunca tinha visto ninguém passar pela transformação e seria mais fascinante de analisar os detalhes se eu não estivesse tão desejosa que tudo acabasse e Edward não senti-se mais dor. A determinada altura o seu coração voltou a acelerar. Eu lembrava-me que o meu tinha feito o mesmo perto do fim como se tentasse compensar todas as batidas que ja não faria mais.

- Carlisle! Acho que está quase! - disse alto o suficiente para que Carlisle me ouvisse do escritório. Ele veio rapidamente.

- Mais uns minutos. - suspirou aliviado atrás de mim.

Edward apertou o maxilar e ficou assim mais uns minutos até que o seu coração pulsou pela última vez.

- CALEM-SE!!!!!!!!!!!! - desta vez o grito de Edward fez as paredes do quarto vibrarem. Era uma voz familiar mas ao mesmo tempo diferente. Mesmo sendo um grito exasperado era musical. Estava tão compenetrada a apreciar a sua nova voz que demorei a assimilar o que ele tinha dito. Como assim 'calem-se'? Ninguém na casa estava a falar, eu conseguiria ouvir até ao murmúrio mais baixo. Carlisle olhou para mim com os olhos esbugalhados e a mesma expressão confusa. Ganhei coragem e avancei um passo na sua direção.

- Edward?

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NOTAS:

Olá gente! Obrigada mais uma vez por lerem até aqui. Espero que estejam a gostar.

Este foi um capítulo mais curto. Precisar apanhar o final do anterior, estava a ficar demasiado repetitivo ver todas as situações do ponto de vista de ambos. Vou tentar agora alternar entre a Bella e o Edward sem repetir tanto. A não ser que estejam a gostar assim. Não sei, ninguém diz nada ahah

Pleaaaaaase comentem! Não peço votos nem nada, só feedback para saber se devo melhorar alguma coisa T_T

Bjooo

Sunshine - um mundo paralelo a CrepusculoOnde histórias criam vida. Descubra agora