- Vocês estão agora com uma boa coleção de vampiros talentosos, Carlisle. - disse Eleazar - Não me admirava que os Volturi ficassem com inveja e tentassem recrutar alguns membros da tua família...
A menção dos Volturi foi o suficiente para quebrar o meu transe assassino. Tinha-me esquecido que o dom de Eleazar era identificar outros dons, mesmo em humanos. Ele cooperara com os Volturis há uns séculos atrás, ajudando-os a conseguir humanos com potencial.
- Edward é tão talentoso como a pequena Alice. - continuou Eleazar, conseguindo já a atenção de todos. - E Bella não está muito atrás.
Como assim? Eu tenho um dom?! A verdade é que nunca me tinha encontrado com Eleazar e Carmen, apenas com as três irmãs que não resistiram em fazer uma visita algum tempo depois da minha transformação.
- O dom de Edward foi evidente para nós poucos minutos depois da sua transformação mas achamos que já teria algumas amostras dele enquanto humano. - disse Carlisle.
- Quando manifestado em humano é uma indicação clara que é um dom poderoso. - disse Eleazar olhando rapidamente para Edward.
- Mas falavas da Bella. Ela tem um dom? - Carlisle verbalizou os meus pensamentos.
- Vocês não sabiam?! - perguntou Eleazar surpreendido. - Como é que vocês esbarram em vampiros tão poderosos sem reparar?!
- Qual é o meu dom, Eleazar? - perguntei não conseguindo aguentar o suspense.
- Nem tu mesma sabes?! - Eleazar estava num misto de choque e diversão. - Bem, é sempre difícil colocar um nome mas o teu parece-me evidente: é um escudo. Estás neste neste momento a bloquear-me por isso fica um pouco mais difícil de identificar. E mais fácil ao mesmo tempo. - riu-se.
Um escudo...? Mas eu não conseguia defender-me mais que o normal de ataques do Emmett ou investidas surpresas da Alice. Não conseguia entender ao que Eleazar se referia. Antes de conseguir formular mais alguma questão, Tanya interveio.
- Mas então, qual o poder do Edward? - o seu nome saiu naquele tom ronronado outra vez, despertando novamente o monstro dentro de mim. Provavelmente aproveitando um segundo de distração das irmãs, Edward apareceu ao meu lado.
- Bella? - o meu nome dito por ele causou-me arrepios. - A minha garganta está a incomodar-me um pouco... será que poderia... beber qualquer coisa? - perguntou um pouco constrangido.
- Claro! Vem comigo. - disse enquanto agarrava na sua mão, inconscientemente, sentindo um leve choque percorrer o meu corpo. Enquanto nos dirigíamos para as escadas, Eleazar comparava o poder de Edward ao de Aro, numa discussão animada com Carlisle e os outros membros das duas famílias. Reparei que Tanya acompanhava a nossa saída pelo canto do olho. Não consegui evitar sorrir.
Quando chegamos ao piso superior, lembrei-me que talvez não fosse boa ideia que Edward entrasse no compartimento onde armazenávamos o sangue, ainda podia perder o controlo e acabar com o nosso stock.
- Hum Edward? Será que podias esperar aqui enquanto eu preparo a bebida? - disse indicando-lhe a porta à nossa direita, o meu quarto.
- Claro. - disse soltando a minha mão e entrando.
Fui rapidamente buscar um copo idêntico ao primeiro. Era a primeira vez em dias que ficava com Edward fora da minha vista e estava a causar-me uma estranha sensação de perda. Corri para me juntar a ele, com cuidado para não derramar sangue nos tapetes de Esme.
Edward estava parado a olhar pela grande parede envidraçada que abria o meu quarto para a floresta nas traseiras da casa. O luar reflectia na sua pele branca dando-lhe um aspecto divino. Teria ficado sem ar, se respirasse. Ele olhou para mim e fez o seu característico meio sorriso que eu já adorava mais do que tudo. Obriguei as minhas teimosas pernas a avançar.
- Aqui está. - disse em voz baixa com medo que quebrar aquele momento mágico.
- Obrigada. - Edward segurou o copo e ficou a olhar para a palha durante um segundo antes de sorver até à última gota.
- Melhor? - perguntei.
- Sim. - suspirou.
- Não hesites em pedir se precisares de mais. Carlisle tem bastante armazenado. É fácil sendo médico.
- Ainda me surpreende que ele consiga trabalhar perto de sangue todos os dias! Desde a transformação que ainda não estive com... humanos, mas imagino que seja difícil. Espero não te decepcionar quando isso acontecer... - Edward voltou a olhar lá para fora, com o semblante carregado. Parecia que atacar humanos e como isso me afectaria o deixava muito preocupado.
- Todos cometemos erros. Eu posso não ter atacado ninguém, ainda, mas na primeira vez que me viste eu estava muito perto de o fazer... - a dor de tal pensamento transpareceu na minha voz. - E reagi de maneira pouco humana, podias ter descoberto tudo e aí também correrias perigo. Mas não te preocupes, tenho a certeza que vai correr bem, vou ficar por perto para garantir isso.
Edward sorriu, mas rapidamente voltou a ficar sério. Parecia estar concentrado em alguma coisa.
- Eu não consigo ler os teus pensamentos. - disse finalmente. Consigo apanhar os pensamentos dos outros todos neste momento - disse estremecendo levemente - mas não apanho nada vindo de ti. - a sua voz soava ligeiramente frustrada.
Fui tomada por uma sensação de choque e alívio. Mais uma vez tinha baixado a guarda e não havia controlado os meus pensamentos junto dele mas se ele não conseguia mesmo ouvi-los então eu tinha privacidade na minha cabeça! Será que seria o tal escudo que Eleazar dissera que eu tinha?
- Não pareces satisfeito com isso. - constatei ao fim de uns segundos.
- É um misto de sentimentos. Por um lado é bom. Estar aqui sozinho contigo está a ser o momento mais calmo para mim nas últimas horas. Estou a aprender a abstrair-me dos pensamentos mais distantes, mas quando as pessoas estão perto fica impossível, é muito cansativo. No entanto, ter um dom assim e não poder usá-lo com quem mais queria é realmente frustrante.
Ele queria ler os meus pensamentos?! Porquê? Antes de arranjar uma maneira subtil de lhe perguntar o motivo, Edward fez um esgar de dor.
- O que foi? - perguntei aflita.
- Nada. Apenas a minha garganta que voltou a doer. Não estava à espera que acontecesse tão rápido. Quantas doses precisamos por dia?
- Agora precisas de um pouco mais por seres recém-nascido mas depois consegues passar vários dias sem beber. Eu já estou há dez dias. Estava a caçar quando... quando ouvi a explosão.
Edward aproximou-se e, lentamente, tocou-me na cara.
- É por isso que os teu olhos estão assim tão escuros? - disse num sussurro.
O seu hálito fresco e doce deixou-me tonta. Ele estava muito perto. Não consegui articular uma resposta e apenas assenti ao de leve com a cabeça.
- Acho que ainda não tive oportunidade de te agradecer por me teres salvo. Obrigado. - os lábios dele aproximavam-se dos meus. O seu odor era tão forte que me deixava inebriada. Fechei os olhos e esperei pelo momento que ansiava desde o momento que o vira pela primeira vez...
Um estrondo vindo do andar debaixo quebrou a magia do momento e ambos assumimos uma posição defensiva. Vozes exaltadas e rosnados se seguiram ao meio segundo de silêncio.
- Jacob! - disse Edward e eu em simultâneo. E sem pensar duas vezes corremos para ver o que se passava.
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Sunshine - um mundo paralelo a Crepusculo
FanfictionEdward e a sua mãe, Elizabeth Mason, mudam-se a Forks para recomeçar a sua vida. Ao chegar à pequena cidade, Edward vê uma rapariga deslumbrante pela qual se apaixona no primeiro segundo: Bella Swan. A sua pele branca e olhos dourados peculiares são...