Capítulo sete: Velhos tempos

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Luccas Neto

Já se passaram uns dias desde que contei o que Jéssica fez para Felipe. Ele parece preocupado, não sei a razão. Um dia desses Gabriel estava aqui em casa mas não ouvi o que estavam conversando, quando cheguei eles pararam de falar rapidamente e mudaram de assunto.

- Você tá bem Luccas? Tá mais branco do que um papel - Disse Vi

- Tô, tô sim - disse saindo dos meus devaneios - Só estou pesando em coisas pessoais

- Certo - Ela continuou arrumando as estantes

- Prontos para mais um dia de trabalho? - Samanta disse animada entrando no estabelecimento

- Bom Dia pra você também - disse Alex

- Vocês nem acreditam no que eu fiz ontem! - Ela disse sorrindo

- O que? - Perguntou Vi

- Desencalhou? - Brincou Alex

- Não, bem melhor que isso. Eu adotei um cachorrinho - Samanta disse e um silêncio se instalou. Ela ficando olhando para os nossos rostos esperando uma resposta

- Uau, que bom - foi a única coisa que pensei

- Vocês podiam fingir que estão tão animados quanto eu né? - Ela disse

- Ah acredite nos estamos - Disse Vi - Só não sabemos como demonstrar. Eu super achei que você tinha alugado outro apartamento - Vi acrescentou - Você vive reclamando do seu

- Eu achei que você tinha ido a um encontro com a pessoa que você gosta - Disse Alex

- Ou seja ninguém, eu tô livre dessa maldição - Samanta disse

- Maldição? Nossa, o seu último relacionamento foi tão ruim assim? - perguntei incrédulo

- Ele me traiu - Samanta disse - Com outro cara, o pior que a gente namorou por 3 anos e ele nem falou nada sobre ser Bissexual, ele podia ter falado alguma coisa né

- Talvez ele não soubesse ainda, conheci um cara que só descobriu que era gay depois de 2 anos de casado - Disse Alex

- E o que ele fez? - perguntei

- Não sei - Ele deu ombros - Um dia eu estava no metrô e vocês sabem como é, estava lotado. Aí o cara que tava do meu lado tava conversando com um amigo e ele tava falando sobre isso. Eu não consegui evitar!

- Não sei o que é melhor nessa história, o Alex lendo a conversa alheia ou o cara contando que é gay para alguém por mensagem - Disse Vi rindo

Continuamos arrumando a loja até dar o horário de abrir. O dia não foi muito produtivo, meu irmão veio aqui comprar uns pratos e uns copos. Bruna mandou ele lavar a louça de manhã quando eu estava saindo para trabalhar, eu imaginei que ele iria quebrar um copo ou um prato mas pela quantidade de coisas que ele comprou acho que a louça inteira foi quebrada.

Quando cheguei em casa vi Felipe esticado no sofá, ele estava com um cobertor e um travesseiro, assistindo Friends (como sempre) e comendo um saco de Doritos

- Você quebrou a louça inteira né? - perguntei pedindo espaço para me sentar

- Foi sem querer - ele respondeu - Vou ter que dormir aqui hoje e amanhã - Ele disse fazendo uma cara engraçada

- Entendi - me levantei - Bom, eu vou tomar banho porquê eu não vejo a hora de deitar na minha cama gostosinha - O provoquei e corri ao ver que ele iria jogar uma almofada em mim

Tomei um banho quente, como de costume. Amanhã é sábado, então não preciso acordar cedo. Ao terminar o banho peguei o meu colchão e levei até a sala.

- Decidi que vou dormir aqui com você - Ajeitei o colchão e me deitei - Como nos velhos tempos

- Lembra de quando você comeu todos os chocolates que a mãe tinha colocado na árvore de natal? - Ele perguntou rindo

- Lembro - respondi rindo também, me lembrando da cena - Foi difícil deixar a embalagem do jeito que estava

- Imagino

- Também teve aquela vez que eu me fantasiei de árvore de natal e te dei um susto, aí você pulou em cima da mesa e ela quebrou

Ao lembrar disso tivemos um ataque de risos, ficamos até tarde relembrando momentos engraçados de quando morávamos juntos no Brasil. Sinto tanta saudades de casa, principalmente da minha mãe e da minha avó. Nem sei como está o coração delas agora...

A Killer Between Us - Vol.2 Onde histórias criam vida. Descubra agora