Capítulo quatro: A Verdade

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Luccas Neto

Eu vou contar tudo para o Gabriel, preciso de ajuda. Isso me perturba a anos e anos. O Momento em que confessei um crime que não era meu não sai da minha cabeça por um segundo sequer. Fico imaginando como seria a minha vida se eu não tivesse aceitado as ameaças. Eu estaria bem melhor do que estou agora!

Peguei o carro de Felipe e fui até o escritório onde Gabriel trabalha. Eu já havia agendado horário.

- Olha, eu sou super profissional e você sabe disso. Mas, eu tenho que perguntar! - Gabriel disse assim que entrei em sua sala

- Pergunte, se for o que eu tô pensando eu vou falar de qualquer jeito mesmo - Dei ombros.

- Por que precisa de um advogado? - Ele perguntou na lata. Gabriel é super sincero, quando lhe perguntam algo que ele sabe que pode contar ele conta, sem enrolação ou nada do tipo.

- Eu não matei o Otávio. Não fui eu. - Gabriel me olhou incrédulo e percebi uma certa feição de confusão - Eu fui coagido, a pessoa que fez isso fez porquê quis e disse que se eu não me entregasse como o verdadeiro culpado iria matar toda a minha família

- Luccas, isso é muito sério. Você passou 5 anos em lugar que não era pra você estar!

- Sei disso - respondi - Mas era a vida da minha família que estava em jogo e eu estava com medo. Não queria arriscar.

- Eu preciso que me conte tudo com detalhes. Eu preciso de nomes e eu não tô pedindo como seu amigo, eu tô mandando como o seu advogado!

Eu não hesitei. Contei tudo para ele, inclusive o nome de quem fez isso. Gabriel conhece a pessoa, não tem bem quando eu, mas conhece. Ele demorou a acreditar que eu estava falando a verdade até eu mostrar as provas. Ninguém pode saber disso. Minha família ainda está correndo perigo. Gabriel deu a sugestão de mandá-los para um país diferente, um país que não possam ser encontrados. Querendo ou não, vou ter que falar com Felipe, afinal é a família dele também!

- Você pode parar de andar de um lado pro outro e começar a falar? - Pergunta Felipe, ele está ficando irritado

- Não, eu não posso contar. Temos que esperar o Gabriel chegar! - Continuo andando

- Vai andar em outro lugar pelo amor de Deus

- Por que você não vai pra outro lugar? - pergunto, sem parar de andar.

- Porque a cozinha é o único lugar que eu posso almoçar, concorda? - diz e coloca uma colher do macarrão na boca

- É, você tem razão - me sento na sua frente - O que eu tenho pra contar é algo muito sério e eu peço que você tente entender o meu lado e não fique bravo comigo

- Ah pronto! Agora eu tô tão nervoso que até perdi a fome - Ele diz largando o garfo no prato

- Me desculpa

Alguns minutos se passaram e Felipe já tinha voltado a comer. Nesse ínterim Gabriel chegou e só esperamos ele terminar.

- Você que vai contar Luccas. Só estou aqui para te ajudar - Gabriel diz e eu assinto

- Acho melhor você se sentar - digo para meu irmão, que se senta no sofá sem entender nada. - Bom, vamos começar do começo

- Dã - Felipe me corta

- A 5 anos atrás, Otávio morreu por um erro meu, certo? - Felipe assente - E se eu te dissesse que a morte dele foi proposital mas que não fui eu que causei?

- Fala a minha língua - Felipe estava irritado e isso não é novidade

- Eu fui coagido. Não foi por minha causa que ele morreu. Outra pessoa matou ele, porque quis!

- Por que não me falou isso antes? Eu podia ter te ajudado! - Ele se levantou e aumentou o tom de voz - Você passou 5 anos, 5 ANOS, preso por uma coisa que não fez! VOCÊ TEM QUE TER MAIS JUÍZO

- Eu fiz isso porque ela me ameaçou, disse que iria matar vocês se eu não fizesse o que ela tava dizendo - expliquei

- Quem foi que matou o Otávio? - Ele perguntou e apenas olhei para Gabriel - Não adianta tentar fugir, eu quero o nome. Quem matou o meu melhor amigo e fez o meu irmão ser preso?

- O nome? Você quer mesmo ouvir?

- Luccas... Não me enrola!

- Tá, tá bom. Foi a...

A Killer Between Us - Vol.2 Onde histórias criam vida. Descubra agora