Capítulo oito: Finais Felizes

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Luccas Neto

Hoje Felipe e eu vamos ao escritório de Gabriel resolver o que vamos fazer sobre o caso da Jéssica. Estou nervoso, não sei o que vai acontecer daqui pra frente mas sei que tudo vai mudar.

- Nervoso? - Questionou meu irmão enquanto dirigia

- Um pouco - digo estalando os dedos - Não gosto muito de falar sobre isso

- Imagino, vocês ficaram juntos por muito tempo, sempre confiaram um no outro - Ele olhou rapidamente pra mim e voltou seu olhar para a estrada

- Sim, quando ela me obrigou a assumir o crime e- eu fiquei sem chão - disse e logo senti meus olhos ficarem marejados - Eu não acreditei de início, achei que fosse uma pegadinha de muito mal gosto. Até hoje não entendi o motivo, o Otávio nunca fez nada pra ela. Eles nem se conheciam antes dessa viagem.

- Pessoas como ela não precisam de motivos - Ele disse estacionando o carro.

Entramos no grande prédio e subimos até a sala de Gabriel, no 7° andar. Eu estava mais nervoso do que demonstrei, meu coração estava batendo tão forte que durante o silêncio que estava no elevador Felipe conseguiu ouvir. Ele não disse nada mas eu percebi sua expressão. Eu queria sair dali, não estava pronto, tantas coisas ruins passavam pela minha cabeça, eu não conseguia distinguir qual delas era a pior, mas nenhuma delas terminava de uma maneira feliz. Quer dizer, essa história não vai terminar de um jeito feliz, porquê não existem finais felizes. Não pra mim.

Se Jéssica for presa, e eu espero que isso aconteça, Otávio não vai voltar. Ela não é uma feiticeira, ela não o transformou em pedra. Ela o matou, porquê deu vontade. Infelizmente o lado negro que habitava nela falou mais alto.

Você pode achar que não mas todos temos luz e trevas dentro de nós, só temos que decidir em que lado vamos agir. Ela escolheu o lado dela, eu o meu. Ela teve duas opções, a certa e a errada e ela não soube escolher. Não tem mais volta.

O elevador parou no 7° andar e fomos até o final do corredor. Onde ficava a sala de Gabriel. Ele já estava a nossa espera.

- Podem se sentar. Eu estudei o caso e tomei uma decisão, vocês só precisam concordar. - Ele disse com uns papéis na mão.

- E qual seria essa decisão? - Perguntei

- Vamos ter que contar a verdade para todos, incluindo seus colegas de trabalho Luccas. Mas isso é só a ponta do iceberg. Precisamos contar pois eles vão ter que mudar de identidade e ir para outro país. Felipe, você precisa ficar, mas Bruna e Clarinha precisam ir. Pra segurança delas.

Os olhos de Felipe ficaram marejados e ele não segurou o choro, Gabriel olhou para mim tentando me confortar. Ele sabia que eu estava me sentindo culpado.

- Eu quero que elas fiquem seguras. Qual país você acha que vai ser melhor pra elas?

- Nova Zelândia é um bom país, mas também temos Argentina, Chile, Filipinas, Índia - Felipe o cortou

- Filipinas - Eu disse antes que Felipe falasse algo - Jéssica nunca pisaria lá de novo, ela quase morreu durante um tsunami mas perdeu a irmã gêmea. Ela pode ser uma pessoa péssima mas mesmo assim amava a irmã.

Felipe olhou pra mim e assentiu. Continuamos decidindo quais outros países seriam bons, decidimos que nenhum na América adequado.

Voltamos pra casa depois de longas do escritório. Amanhã Gabriel e os outros virão aqui em casa para darmos a notícia.

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· Me desculpem pelo capítulo pequeno, essa parte foi complicada de escrever.

· De agora em diante tudo pode acontecer, estejam preparados pra tudo.

A Killer Between Us - Vol.2 Onde histórias criam vida. Descubra agora