UM PEDRO PARA TRÊS DRAMAS

MISTÉRIOS

Era Ferdinã. Pedro assustado e sem pensar duas vezes, perguntou:

- Você? Por que está chorando?
- Terminei com meu namorado.
- Mas, mas... você namora?
- Sim!
- Tá. Então me diz por que...
- Porquê te beijei?

Pedro gaguejando e nervoso respondeu:

- Não, não, não era isso que ia perguntar... Me explica por que terminaram.
- Ele é muito frio, não se importa com meus sentimentos e quer tudo do jeito dele.
- Hm... Isso me lembra alguém.

Ferdinã levantou do chão e falou friamente:

- Se for mais um para julgar, é melhor ir embora.
- Não, desculpa. Não foi minha intenção piorar as coisas.
- Estavam juntos a quanto tempo?
- 8 anos. Nos conhecemos na faculdade.

Pedro tem uma reação de surpresa e disse:

- Ferdinã, terminar um relacionamento pode ser uma das dores mais incômodas que existe. É, é bem difícil, mas vai passar. Você é jovem e vai encontrar alguém incrível! Que se encaixa perfeitamente em você. E ele vai te amar como você é, não haverá esforços, vocês simplesmente vão se encaixar. E sabe como vai saber disso? Amor não é uma obrigação, não é por mérito ou merecimento. Amor é leve, é sentido, é forte, e quando não souber explicar o que é esse sentimento arrebatador dentro do seu peito, aí sim, será amor. Há, e ele será paciente, principalmente paciente.

Ferdinã sorriu.

Pedro então disse entusiasmado:

- Vou entender isso como algo positivo.

Ferdinã ainda sorrindo, levantou do chão, enxugou as lágrimas, colocou as mãos no bolso guardando seu lenço rosa que leva sempre na sua roupa social e disse:

- É positivo!

No fim Pedro saiu da sala e terminou de organizar suas coisas e seguiu para casa. Realmente foi um dia cansativo. Ele apenas tomou um banho, comeu e foi deitar.
Depois de uma noite de sono pesada Pedro acordou se arrumou e quando estava quase saindo de casa recebeu um e-mail.

JORNAL REALISTA

BOM DIA.

AQUI É DA EMPRESA JORNAL REALISTA.
ESTAMOS SOLICITANDO SUA PRESENÇA NESSA QUARTA-FEIRA, 21 DE JULHO. PARA INICIAR SEU ESTAGIO.

Pedro começou a pular por tada casa.

Não poderia ter recebido notícia melhor.

A campainha tocou.

Quem poderia ser tão cedo? Ele foi até a porta. Quando abriu ficou surpreso, não havia ninguém, apenas uma caixa preta.

Quando Pedro abriu tomou um susto. Dentro da caixa tinha um perfume, uma foto de Katrina e um bilhete que dizia:

“ EU SEI O QUE ACONTECEU. NÃO FOI UM ACIDENTE ”

Pedro jogou o bilhete no chão tremendo e automaticamente começou a vir vários pensamentos e questionamentos.
Quem mandaria isso? Para que ou por que mandaram isso? Quase dois meses depois da morte de Katrina. Qual sentido isso teria? e esse perfume? Katrina detestava este perfume!
Ele sentouo colocou a mão na cabeça e falou repetidamente várias vezes:

- Meu Deus, meu Deus, meu Deus...

O seu celular tocou. Era Ferdinã. Ele atendeu.

- Eu te falei que não tolero atrasos.
- Já estou perto.
- 2 minutos.

Pedro saiu correndo de casa. Ao chegar no trabalho foi falar com Ferdinã.

- Oi, queria pedir Permissão para faltar amanhã pela manhã, preciso resolver um problema.
- Todo mundo tem problemas, e nem por isso saem por ai pedindo uma manhã de folga no trabalho.
- É a minha entrevista para o estágio.
- Okay. Mas quero você aqui a tarde.
- Certo, sem problemas.

Pedro saiu da sala um pouco pensativo ainda por causa da caixa.

Recebeu uma mensagem, é sua mãe:

- Oi filho, estou na cidade. Vamos almoçar juntos hoje?
-  Claro! Podemos sim.
- Te espero no restaurante japonês, próximo a Biblioteca.
- Okay. 12:00 Am estarei lá.
- Certo (coração).

A hora parecia passar lentamente. Mas finalmente deu 12:00 Am. Pedro foi ao encontro da sua mãe.
Ao chegar lá, ele tomou um susto. Dona Lurdes estava com uns dreads no cabelo, uma roupa colorida e uma maquiagem nada discreta.

- Mãe?
- Oi docinho...

Ela levantou e o abraçou.

- Filho, você está tão acabadinho, pálido, com olheiras. Não está comendo nem dormindo direito?

Ela tocou seu rosto apertando-o.

- Impressão sua mãe, estou do mesmo jeito. Mas posso saber o motivo da mudança de visual? E  por que restaurante japonês? A senhora detesta comida japonesa!
- Nada demais, só estou buscando novos horizontes.

Nesse momento ela abriu os braços balançando as mãos lentamente.

-  Mãe, para mãe...
- Poxa, quando você ficou tão careta Pedro?

ELE abaixou a cabeça colocando a mão na testa fazendo um gesto de indignação.

- Me conta as novidades filho, já começou o estágio? Seu pai também está preocupado, você nunca mais deu notícias.
- Não, não comecei o estágio. E não, meu pai não está preocupado comigo. Sabemos que ele nunca concordou com minha escolha em fazer jornalismo, ele sempre quis um filho Dr.

Dona Lurdes abaixou a cabeça um pouco sem jeito.

- Desculpa mãe, não quis ser grosso. Sinto sua falta, e você está linda.

Os dois se olharam e sorriram.

Terminou o horário do almoço. Pedro se despediu de sua mãe:

- Há, a senhora ainda não me contou por que decidiu vir tão rápido e de repente. Normalmente não faz isso.
- É... Nada não filho, só saudades mesmo.

Se abraçaram.

- Vai com Deus filho, te amo!
- Amém. Também te amo mãe.

Pedro entrou no carro e saiu sem perceber que logo em seguida sua mãe começou a chorar muito e disse em voz baixa:

- Espero que não descubra.

18 At, fim do expediente.

Pedro foi para casa. Quando chegou lá  teve uma surpresa, havia uma mulher parada em sua porta. Ele foi até sua direção e disse:

- O que faz aqui ?

Era a irmã de Katrina.